Weintraub selou hoje seu destino no governo

Lauro Jardim|O Globo  – A participação de Abraham Weintraub há algumas horas em uma manifestação de apoiadores de Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios irritou de modo definitivo e irreversível o Palácio do Planalto.

Sem máscara (obrigatória por lei no Distrito Federal), Weintraub voltou a abrir o verbo, quase nos mesmos termos usados na reunião ministerial de 22 de abril:
— Já falei minha opinião, o que faria com esses vagabundos.

Sua fala foi gravada e passou a circular nas redes sociais. Ministros do STF entenderam a frase como uma nova afronta — e ela soou mais forte ainda porque ocorreu horas depois de a sede do Supremo ter sido atacada por manifestantes que clamavam pelo fim da democracia.

O Palácio do Planalto chegou à conclusão de que não dá mais para segurar Weintraub no cargo.

Há tempos os militares do entorno de Bolsonaro insistem com o presidente que Weintraub só atrapalha o governo. Mas o seu estilo desaforado nas redes sociais sempre lhe garantiu uma sobrevida, apesar do seu pífio desempenho como ministro. Demorou, mas Weintraub hoje cruzou a linha até para os padrões bolsonaristas.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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