Nesta segunda-feira é comemorado o Dia do Índio. Para celebrar o povo que já habitava no Brasil antes mesmo do país ser descoberto e que, desde então, vem sendo alvo de todo o tipo de injustiça e destruição, relembramos da entrevista de Joyce Pascowitch com o escritor, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak. Pertencente à etnia crenaque, é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro atualmente, com reconhecimento internacional, e autor de livros como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “O amanhã não está a venda” e “A vida não é útil”.
Na ocasião, Krenak falou sobre inspirações que também lutaram por causas importantes, principalmente voltadas à natureza: “Na nossa juventude tínhamos pessoas como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, irmãos Villas-Bôas, que dignificavam o sentido de ser brasileiro e animava para uma empreitada social de sucesso”. Ele ainda analisou como a terra é encarada pela sociedade: “Virou um ativo do capital financeiro, pessoas comuns não têm acesso. Uma família que quiser viver da agricultura vai precisar se associar a muitos outros para comprar uma terra”.
O líder também explicou sobre a discriminação: “Todo mundo deveria ter atenção do Estado. Quem mora na roça, na floresta, não devia ser discriminado. Muita gente que não tinha como viver na cidade migrou para o sudeste. O Nordeste historicamente sempre foi um lugar abandonado. Sempre foi mantido um pedacinho de miséria como um reduto da falta de amor uns com os outros”.