No Dia do Índio, Ailton Krenak fala sobre as questões da população indígena no Brasil: “Quem mora na floresta não devia ser discriminado”

Nesta segunda-feira é comemorado o Dia do Índio. Para celebrar o povo que já habitava no Brasil antes mesmo do país ser descoberto e que, desde então, vem sendo alvo de todo o tipo de injustiça e destruição, relembramos da entrevista de Joyce Pascowitch com o escritor, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak. Pertencente à etnia crenaque, é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro atualmente, com reconhecimento internacional, e autor de livros como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “O amanhã não está a venda” e “A vida não é útil”.

Na ocasião, Krenak falou sobre inspirações que também lutaram por causas importantes, principalmente voltadas à natureza: “Na nossa juventude tínhamos pessoas como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, irmãos Villas-Bôas, que dignificavam o sentido de ser brasileiro e animava para uma empreitada social de sucesso”. Ele ainda analisou como a terra é encarada pela sociedade: “Virou um ativo do capital financeiro, pessoas comuns não têm acesso. Uma família que quiser viver da agricultura vai precisar se associar a muitos outros para comprar uma terra”.

O líder também explicou sobre a discriminação: “Todo mundo deveria ter atenção do Estado. Quem mora na roça, na floresta, não devia ser discriminado. Muita gente que não tinha como viver na cidade migrou para o sudeste. O Nordeste historicamente sempre foi um lugar abandonado. Sempre foi mantido um pedacinho de miséria como um reduto da falta de amor uns com os outros”.

Glamurama

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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