O Floriano de Bolsonaro

BOLSONARO vai levar seu ex-ministro da Defesa de companheiro de chapa. Não é como há 130 anos, quando eleitos Deodoro e Floriano, quando o vice teve mais votos que o titular, pois disputaram em chapas separadas. Mas Floriano não descansou enquanto não derrubou Deodoro. Depois disso, o vice entrou em suspeição; no futuro alterou-se o sistema, a chapa única, para esconjurar o risco. Perda de tempo: Michel Temer derrubou Dilma com apoio do Congresso.

Poucos concordam com a frase de Marx de que a História acontece como tragédia e se repete como farsa. Não custa analogar: se Dilma foi a tragédia, Bolsonaro pode ser a farsa de um Deodoro sofrendo golpe do vice Braga Neto. Porque se o brasileiro insistir na estupidez de reeleger Bolsonaro, haverá um Floriano para derrubá-lo pela exaustão do arbítrio e da estupidez, que sempre respingarão no vice pela cumplicidade tolerante. O Floriano de Bolsonaro pode ser Braga Neto. E Deus não acudirá, porque é do Centrão.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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