Documentário sobre Pelé da Netflix sugere que ele e a seleção fizeram parte da propaganda da ditadura militar

Comentário do New York Times diz que o filme chega a entrevistar até Delfim Netto, um dos ministros da ditadura que assinou o AI-5

O jornal americano The New York Times afirma, em texto de Nicolas Rapold publicado nesta terça-feira (23), que há dois documentários contidos no filme “Pelé: O tesouro nacional”, da Netflix, dirigido por David Tryhorn e Ben Nicholas. Um deles fala sobre o rei do futebol e suas conquistas.

O outro, que segundo o diário é “mais sério e diminui gradativamente a temperatura da sala” é o que trata sobre a ditadura militar que demonstra um estratégico interesse no esporte.

O jornal lembra que, se por um lado, há a adoração ao mito por jornalistas e companheiros de time, incluindo “análises pop” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do cantor e compositor Gilberto Gil, por outro perdura a sombra da ditadura sobre o rei do futebol.

De acordo com o NYT, “um entrevistado se destaca” e cita Antônio Delfim Netto, segundo o jornal, “um ex-ministro do gabinete que assinou o infame ato ‘AI-5’ da ditadura institucionalizando a tortura e censura. Os cineastas continuam a sugerir que o sucesso da seleção nacional se tornou parte da propaganda militar, e Pelé compartilha suas próprias reflexões cautelosas sobre a época”.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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