Jaime Lerner, curitibano, cidadão do mundo!

Jaime Lerner é uma pessoa que não deveria morrer. E, na verdade, não morreu. Está muito vivo e haverá de nascer todo dia nos mil e um lugares de Curitiba que encantou com sua genialidade. 

Há uma Curitiba antes e outra Curitiba depois de Jaime Lerner. Jaime mudou para sempre a nossa história. Fez com que Curitiba ficasse do tamanho do mundo. Então, por onde quer que a gente caminhe, pode encontrar com ele. 

A revolução urbanística protagonizada por Jaime Lerner inventou um novo idioma. Hoje, todos sabem o que é uma estrutural, um ônibus expresso, um sistema trinário, um alimentador, um ligeirinho, uma estação-tubo. Antes, quem sabia? 

Hoje, todos sabem o que é o Centro de Criatividade, o Teatro do Paiol, o Museu Oscar Niemeyer, a Ópera de Arame, o Jardim Botânico. Não há quem desconheça os parques São Lourenço, Barreirinha, Barigui, Iguaçu. Antes do Jaime, quem conhecia e sabia? 

Hoje, todos conhecem a Fundação Cultural de Curitiba, a Casa da Memória, o Solar do Barão, a Cinemateca, o Conservatório de Música Popular Brasileira. Quem, antes do Jaime Lerner, conhecia? 

Hoje, todos caminham pelo calçadão da Rua das Flores, pelas calçadas históricas do Largo da Ordem, por centenas e centenas de ruas à sombra de milhões de árvores nativas. Por onde, antes do Jaime? 

Hoje, todos sabem o que fazer com o lixo que não é lixo e não há quem ignore a Cidade Industrial de Curitiba, todos conhecem o Museu de História Natural e o Parque da Ciência. Antes, alguém sabia e conhecia? 

Enfim, Jaime Lerner não tem fim. Aprendi muito com ele. Aprendi, principalmente, a amar a cidade onde nasci e esgotei o sentido da minha vida. Aprendi a ter orgulho de ser curitibano. Tecidos da minha alma, que irão comigo até uma esquina qualquer em que o Jaime haverá de sorrir para mim, os olhos a desenhar dois risquinhos de alegria.

Palavraria

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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