Os alicerces da mansarda – 1970

O cartunista que vos digita e Beto Bruel – final da década de 1970 – levantam os alicerces da mansarda que até hoje não ficou pronta, nos Campos Gerais, Tamanduá. © Nautilio Bronholo Portela.

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Memória traiçoeira

O ex-governador, atual deputado Beto Richa, volta pimpão e sereno à arena política. Charme reforçado pelo efeito do tempo, “sem óculos” (conforme a petição do advogado) aprendido em batida policial, cabeleira impecável, a camisa sempre imaculada pelo ferro e pela dobra das mangas, o relojão (um dos muitos da rica coleção resgatada da apreensão) – sempre na bossa do pulso direito -, a calça jeans de grife, caimento perfeito no corpo atlético que faz contraponto radical ao biotipo e vestuário de Roberto Requião.

Beto queixa-se de perseguição e injustiça pela denúncia reiterada, para ele requentada, do Ministério Público na “Operação Quadro Negro”, de suposta corrupção em seu governo. Pode até estar certo, no Brasil o tempo faz milagres. Mas nossa memória insiste em não esquecer Ezequias Moreira, o “primo distante” e toda a circunstância do ex-governador, atual deputado, agora pretenso candidato a prefeito de Curitiba.

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O irmão do Maracanã

velhosNelson Rodrigues

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João Rubinato

 

Adoniran Barbosa – As Mariposas

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Mural da História – 2015

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Mural da História – Jamil Snege|70 anos

Se vivo estivesse, o escritor Jamil Snege (1939-2003) emplacaria sexta-feira que vem, dia 10, setenta anos! Quem diria, o velho Turco, septuagenário, ele que nos deixou nos seus jovialíssimos sessenta mal-iniciados? Guru de toda uma geração, criador genial em vários sentidos, Snege corre o risco, contudo, de ser completamente esquecido. Seus livros não são reeditados, por incompreensíveis imbróglios familiares, e a memória curta destas e de outras plagas é, sabemos, de ordinário implacável.

Eu o conheci, ainda que já calvo – a sua maior característica física, além da barba eterna -no esplendor dos seus 26 anos. Inquieto, sarcástico, perturbador, coisa, aliás, que não deixou de ser nunca, mesmo nos últimos, e sofridos, dias. Não perdoava ninguém e escrevia assim de uma maneira tumultuária, intermitente, compulsiva.

Nenhum método, nenhuma pretensão com a literatura, nenhuma ambição. Talvez porque soubesse que tudo o que lhe brotava da velha Remington, na bagunça de sua pequena agência de publicidade da Mercês, já nascia clássico. E de uma arrepiante beleza.

Considero O Jardim, A Tempestade, o seu melhor livro. Contos curtos, de uma precisão cirúrgica. Um texto mais enxuto que o outro, raro sentido de conjunto. A última flor do Lácio vibra ali, puro cristal, lâmina afiada. E não só nesse título. Também nas memórias às quais se dedicou com entusiasmo – sem erro o nosso maior memorialista -, a linguagem é depurada em soda cáustica.

Odiava os escritores desleixados, aqueles que classificava, com sua verve ferina, como “formados em literatura num curso do Senai”. E citava exemplos, claro, aos borbotões, de literatos cá mesmo da aldeia. Ganhava, com isso, inimigos fidagais. Não aliviava a mãe, se necessário fosse, quando o assunto era escrever. Típica figura que perdia o amigo (e perdeu vários!) mas não perdia a piada.

Aprendi de um quase tudo com ele. E não só eu! Cristóvão Tezza ensaiou, sob sua guarda e guruato, os bravos primeiros vôos que vieram dar no escritor maduro, e reconhecido nacionalmente, que é hoje. Com justiça, diga-se de passagem. Tezza integra, sem favor, o primeiro time da literatura que se faz hoje no Brasil.

Jamil Snege faz muita falta.

A cada desacerto, a cada hipocrisia, a cada falso “talento” que insiste firmar-se nas letras nacionais, daqui ou d’alhures, a figura do velho Turco, como um instigante espectro, alto se alevanta e parece afugentar rapinas e rapinagens.

Quarenta anos nos uniu a vida andeja! E, como já disse um dia, a saudade de Jamil Snege há de me acompanhar para sempre, feito uma luz, violeta talvez, a fazer brotar do canto do olho, me permitam, ainda outra vez esta lágrima…

5|julho|2009

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Já foi na Academia hoje?

José Guaraci Fraga. © Lina Faria

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2013

Desenho-de-alcy-tempoSoy loco por Teresina! © Alcy

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Elas

Zezé-Motta-Antonio-GuerreiroZezé Motta. © Antonio Guerreiro

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Fraga

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“Fizemos uma investigação em praça pública”, diz presidente da CPMI do 8 de janeiro

Deputado Arthur Maia (União-BA) comentou os trabalhos da CPMI antes da apresentação do parecer final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA)

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou nesta terça-feira (17) que o colegiado fez uma investigação “em praça pública”. Instalada há cerca de quatro meses, a CPMI ouviu ao menos 20 pessoas, entre eles nomes que estiveram no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e militares como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o general Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“A gente sabe que o Supremo Tribunal Federal, já há algum tempo, já vem fazendo essa investigação acerca do que aconteceu no dia 8 de janeiro, mas acontece que é como eu sempre disse, aqui na CPMI nós fizemos uma investigação em praça pública. Aqui vieram representantes da Polícia Militar do Distrito Federal, generais da mais alta patente do Exército Brasileiro, vieram financiadores da campanha e vieram terroristas que tentaram botar uma bomba no aeroporto de Brasília”, disse Maia.

A CPMI se reúne nesta terça para conhecer o relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A votação está marcada para acontecer na quarta-feira (18). “Vamos ter a leitura do parecer da relatora e depois daremos até uma hora para que a oposição apresente seu relatório”, completou o presidente da CPMI.

Organizado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro vai focar na “omissão do governo federal” e deve pedir o indiciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O argumento da oposição é de que o governo Lula tinha conhecimento dos alertas sobre os manifestantes e foi omisso.

Apesar de não ter chances de ser aprovado, a oposição acredita que esse momento vai servir para desacreditar os argumentos da relatora.

Com a aprovação do relatório final, a investigação feita pela CPMI deve ser encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR). São estes os órgãos responsáveis por decidir sobre prosseguir a apuração dos fatos apresentados ou arquivar a apuração.

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Estes passos dizem o que está em jogo nessa guerra

Alfredo Sobotka, de 95 anos, esteve neste domingo na caminhada pró-Israel em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Não existe imagem que simbolize melhor o momento que nós judeus estamos vivendo; basta observar a tatuagem em seu braço esquerdo.

Alfredo, conhecido como “Freddy”, é um sobrevivente do Holocausto. Ele nasceu em 1928 em Praga, na então Tchecoslováquia, e costuma falar que nasceu várias vezes, a última delas aqui no Brasil:
– “Eu estava morto. Me deram uma nova oportunidade” – ele diz.

Em 1943 foi enviado com a família para o Gueto de Terezín, e no ano seguinte para o campo de extermínio de Auschwitz, onde o pai e o irmão foram assassinados. Em 1945 foi libertado pelas tropas soviéticas, e após o fim da guerra, na França, reencontrou a mãe e veio com ela para o Brasil.

Os passos de Freddy e a bandeira que leva mostram porque nós judeus costumamos dizer “Am Israel Chai” (“A Nação de Israel Vive”).

Ela é usada para afirmar a continuidade e a resiliência do povo judeu ao longo da história e em face de desafios. É uma frase poderosa que representa a esperança e a determinação do povo judeu.

Longa vida ao Freddy e à Israel!

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Entra por um ouvido e não sai pelo outro.

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Governo quis uma trégua

A CPMI do 8 de janeiro, que terá seu relatório lido nesta terça-feira (17), não teria saído do papel se dependesse do governo Lula.

Antes dos bolsonaristas protocolarem um pedido para a abertura da comissão, deputados do PT e senadores da base aliada começaram a colher assinaturas para abertura de uma CPI que investigasse os ataques às sedes dos três poderes.

O governo, no entanto, barrou a iniciativa ao argumentar que uma CPI no início da gestão Lula tiraria o foco do que deveria ser priorizado.

Como as investigações chegariam no ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo um petista disse ao Bastidor, foi também uma tentativa de Lula sinalizar a Bolsonaro de que não haveria perseguição no seu governo.

“Ou Bolsonaro não entendeu ou achou que a CPI encabeçada pela oposição atingiria o governo”, acrescentou o petista.

Deputados e senadores bolsonaristas conseguiram as assinaturas para a CPMI e, apesar da resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a comissão foi aberta.

O Palácio do Planalto, que não queria a CPMI, conseguiu ser maioria e hoje apresenta, com a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), o relatório final, que deve ser votado na quarta-feira (18).

A oposição apresentará um relatório paralelo, mas não tem votos para aprova-lo.

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