Solda & Leminski, 1989. Foto de João Urban

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Jean Bosc – 1924|1973

Mestre do humor negro, dotado de extraordinário cinismo, entretinha as tropas francesas na Indochina, com sua acidez hilariante. Traço firme e conciso, atuou, por longos anos, nas revistas “Paris Match” e “Lui”, época chegou a ser processado e preso por suas críticas sociais. Vendidos no mundo inteiro, seus álbuns ilustrados faziam grande sucesso.

Porém, apesar de seu bom humor, Bosc sofria de depressão crônica, que o levou ao suicídio, dois dias após sua companheira ter sofrido um ataque cardíaco.

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Pradaria

pressa

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O vício do cachimbo

Micheque esvaziou o laguinho do palácio para arrebanhar as moedinhas votivas lançadas pelos visitantes e matou as carpas que lá vogavam por décadas. Ainda carregou na mala potes, garrafas e filés da geladeira e despensa, tudo patrimônio público, a ser revertido ao Estado.

O vício do cachimbo deixa a boca torta: as moedinhas, para pagar mansões em dinheiro vivo; as carpas foram engolidas vivas pelo último inquilino. Esvaziar despensa e geladeira é para não dar moleza aos empregados, tratados a coice pela missionária.

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Mural da História

17 de agosto|2007

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Com Bolsonaro na fila do visto americano, Lula fala de golpismo com Biden

Num encontro reservado com Joe Biden à margem da Cúpula das Américas, em junho do ano passado, Bolsonaro retratou Lula como um perigo para os interesses americanos. Pediu ajuda a Biden para bater a carteira da vontade popular nas eleições brasileiras de 2022. Decorridos oito meses, Lula inclui na conversa que terá com Biden na sexta-feira uma troca de ideias sobre o Capitólio —o original americano e sua cópia brasiliense.

Lula considera essencial discutir com Biden formas de combater a extrema-direita no mundo. Tem a pretensão de firmar um acordo internacional que leve à regulação global das redes sociais contra a difusão de fake news. Ironicamente, Bolsonaro se encontra nos Estados Unidos. Com o título de chefe de Estado vencido, pediu a concessão de um visto de turista. Enquanto aguarda, o capitão propaga mentiras para plateias amigas cada vez menores, em palestras organizadas por simpatizantes do seu ídolo Donald Trump.

A pedido de Lula, incluiu-se também na pauta do encontro bilateral a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula encasquetou com a ideia de assumir algum protagonismo na construção de uma saída para a paz. Menciona a hipótese de constituição do que chama de “novo G20”, para buscar uma solução negociada. Tratou do assunto com o líder alemão Olaf Scholz, na semana passada. Planeja abordar o assunto também com o presidente chinês Xi Jinping na vista que fará à China no mês que vem.

A presença dos ministros Fernando Haddad (Economia) e Marina Silva (Meio ambiente) na comitiva de Lula sinaliza que a megalomania diplomática não o fez esquecer o pragmatismo. Biden menciona desde a campanha em que prevaleceu sobre Trump a ideia de organizar um fundo ambiental. Coisa de US$ 20 bilhões. Serviria, segundo suas palavras, “para o Brasil não queimar mais a Amazônia.”

Bolsonaro enxergou na ideia uma “lamentável” ameaça à soberania nacional. Rosnou para Biden na época: “Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Lula deveria convidar o anfitrião da Casa Branca a converter seu blábláblá ambiental em cifras.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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amor ao bar

uma pessoa, agora sua íntima
foi parar um dia no hospício
não por uma obsessão legítima
nem por doença ou vício
ele foi por estar claro
que o álcool fazia-lhe mal
e porque o bar o
lembrava um hospital
essa pessoa, que sou eu
percebeu de si a manobra
o que de mim o álcool bebeu
dele fez sua obra

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Lan e Pryscila Vieira (atrás, Orlando Pedroso, também registrando o encontro), Humour at The Falls, em algum lugar do passado. © Vera Solda

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Alejandra Cobos. © Zishy

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© John William Waterhouse

Caixa de Pandora ou boceta de Pandora – algo que gera forte curiosidade, mas que é melhor não ser revelado ou estudado. Pandora foi a primeira mulher, forjada por Hefesto e Atena por orientação de Zeus, para punir a raça humana, a quem Prometeu tinha acabado de dar o fogo roubado dos deuses. Pandora foi enviada a Epimeteu, irmão de Prometeu, como um presente de Zeus. Prometeu alertou o irmão quanto ao perigo de se aceitar o presente, mas Epimeteu ignorou a advertência e tomou Pandora como esposa. Pandora trouxera consigo uma pequena caixa de ouro (ou jarra, ou ânfora, de acordo com outras tradições), colocada por Zeus em sua bagagem.

Mal chegou à Terra, Pandora, movida por irresistível curiosidade, acabou abrindo a caixa, liberando assim todos os males que haveriam de afligir a humanidade dali em diante: a dor, o sofrimento, a velhice, a doença, a miséria, a ambição, o ódio, a guerra, a loucura, a mentira, a paixão… No fundo da caixa, restou apenas a esperança. A vingança de Zeus estava consumada.

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Drummond: “Família”

Uma parte considerável de “Alguma Poesia” (primeiro livro de Carlos Drummond, publicado em 1930) é de poemas sobre a vida doméstica, descrita de diferentes pontos de vista (“Infância”, “Sweet Home”, etc.).  Um tema que foi se diluindo gradualmente. Não lembro de nenhum texto nessa linha em livros como “Claro Enigma”, por exemplo.  Na verdade, há dois tipos de textos muitos diferentes: os poemas em que Drummond evoca sua família real, suas lembranças reais (o pai, a mãe, etc.) e os poemas em que ele compõe pequenos quadros de vida doméstica que não se referem propriamente a ele mesmo, mas a famílias imaginárias cuja existência está plantada na zona limítrofe entre a paz e a pasmaceira, entre a tranquilidade e o tédio.

“Família” pertence a essa linha: “Três meninos e duas meninas, / Sendo uma ainda de colo. / A cozinheira preta, a copeira mulata, / o papagaio, o gato, o cachorro, / as galinhas gordas no palmo de horta / e a mulher que trata de tudo”.  Parece a descrição da fotografia de uma família.  Ou um daqueles “grupos de família numa sala” que os pintores antigos gostavam de compor.  Essa enumeração de personagens humanos e animais, porém, soa como uma receita de bolo, uma lista de ingredientes necessários para preparar a família mineira ideal.

Além dos personagens, a família inclui uma cenografia meticulosa de objetos, e pequenos rituais associados a eles: “A espreguiçadeira, a cama, a gangorra, / o cigarro, o trabalho, a reza, / a goiabada na sobremesa de domingo, / o palito nos dentes contentes, / o gramofone rouco toda noite / e a mulher que trata de tudo”.  Note-se a reiteração da frase “e a mulher que trata de tudo” num tom de calculada ambiguidade.  A mulher é mencionada como se fosse a figura mais poderosa, e ao mesmo tempo a frase tem aquele tom taxativo, machista, bem tradicional, dos sujeitos que dizem: “aqui na casa quem manda é a patroa”, num tom que deixa bem clara a situação de subserviência dessa “patroa”.

A vida social de-portas-afora é descrita em breves cápsulas na estrofe final: “O agiota, o leiteiro, o turco, / o médico uma vez por mês, / o bilhete todas as semanas / branco! Mas a esperança sempre verde. / A mulher que trata de tudo / e a felicidade”.  Rotina, vidinha conservadora e um tanto fundada em preconceitos (veja-se o tom com que se refere ao “turco”, à “cozinheira preta e a copeira mulata”, como se fossem coisas).  A palavra “felicidade” na linha final surge como um elemento obrigatório a partir do qual todos os outros tivessem sido deduzidos.  Parece um retrato de família a óleo mostrando na parede um dístico: “Aqui nesta casa todo mundo é obrigado a ser feliz”.

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Faça propaganda e não reclame

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Mural da História

Outubro|2007

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Últimas opções de fuga do país

Até mesmo Krypton e o castelo de Drácula seriam melhores que o Brasil de Bolsonaro

Leitores aderiram à ideia desta coluna de que os ares fétidos dos anos Bolsonaro justificavam sair do Brasil para algum lugar distante, mesmo que imaginário. Muitos escreveram dizendo para onde teriam ido se pudessem. Pois aqui vai minha última lista de opções, esta composta de lugares terríveis e que, apesar de tudo, me pareciam mais habitáveis do que o país sob Bolsonaro.

Há quem ache romântico o País das Maravilhas, aquele a que Alice chega ao cair num buraco sem fundo. Romântico? Seus habitantes são de uma lógica cruel e ele é governado por uma rainha de maus bofes cujo exército de cartas de baralho está sempre pronto a cortar cabeças. E a faulkneriana Yoknapathawpha, no Sul dos EUA? Parece mágico e exótico, não? Mas é infestado de racistas e estupradores, alguns armados com espigas de milho.

Uma boa escolha seria Spindleruv Mlýn, aldeia entre as montanhas na região de Hradec Kralové, hoje República Tcheca, com um imponente castelo no alto do morro. Pois nada se pode fazer lá sem a permissão do Castelo —Castelo este que domina a região e cuja burocracia kafkiana torna impossível até entrar nele para se conseguir uma autorização. Outro castelo, este mais acolhedor, fica em Bistriz, nos Montes Cárpatos, na Hungria. Seu proprietário, o conde Drácula, é famoso pela sua maneira de receber hóspedes. Pois qualquer desses lugares seria melhor do que o Brasil de Bolsonaro.

E Krypton, o planeta a ponto de explodir? Antes lá do que aqui. E a ilha de Noble, em algum ermo da África, mais conhecida como a ilha do Dr. Moreau? Moreau foi um cientista inglês do século 19 que, à custa de torturas e tratamentos inimagináveis, transformou animais selvagens em seres humanos. Bolsonaro pode ter sido uma de suas experiências falhadas.

Mas, agora, para que sair do Brasil? Bolsonaro é que cogita se esconder na Terra do Nunca. E nunca mais voltar.

Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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