Em ano que teve até tapa, Conselho de Ética da Câmara alivia geral


Colegiado responsável por zelar pelo decoro dos deputados arquivou 21 casos; os outros oito aguardam a definição dos relatores.

Câmara dos Deputados teve um 2023 agitado, mas não exatamente pela produção legislativa. No ano em que Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tapa em Messias Donato (Republicanos-ES) dentro do plenário e Nikolas Ferreira (PL-MG) vestiu uma peruca na tribuna, o Conselho de Ética da Câmara não puniu sequer um deputado.

Câmara dos Deputados teve um 2023 agitado, mas não exatamente pela produção legislativa. No ano em que Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tapa em Messias Donato (Republicanos-ES) dentro do plenário e Nikolas Ferreira (PL-MG) vestiu uma peruca na tribuna, o Conselho de Ética da Câmara não puniu sequer um deputado.

Levantamento de O Globo mostra que os 21 casos do Conselho que chegaram a ter relator foram arquivados. Outros oito casos aguardam a definição dos relatores — um Republicanos ainda vai protocolar o prometido requerimento sobre a agressão de Quaquá, para a qual o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou “rigor”.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Leur Lomanto Jr. (União-BA),  diz o seguinte sobre questionado acerca da leniência do colegiado:

“A maioria das representações ocorreu por debates acalorados e xingamentos, com denúncias quase sempre feitas por PT, PSOL e PL, o que mostra a polarização. Procuramos sempre conversar com os líderes partidários e amenizar esse descontrole. Na maioria das vezes, houve arquivamento pela fragilidade das suas motivações e agimos para conciliar essas questões, pedindo serenidade.”

Além do tapa de Quaquá, o caso de maior destaque no horizonte do Conselho de Ética da Câmara trata de André Janones (Avante-MG). O barulhento coordenador da campanha digital de Lula nas eleições de 2022 foi acusado por ex-funcionários de rachadinha.

Perdoados

Carla Zambelli (PL-SP) está entre os deputados que escaparam de punição neste ano. Ela foi acusada pelo PSB de ter mandado Duarte Jr. (PSB-MA) “tomar no cu” durante audiência. Acusado de importunação sexual pela deputada Julia Zanatta (PL-SC), Márcio Jerry (PCdoB-MA) também foi poupado.

Líder da tropa de choque do governo na CPI do MSTSâmia Bomfim (PSOL-SP) é outra que ficou sem qualquer punição por sua atuação durante a comissão.

A foto que ilustra este texto mostra os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Dionilso Marcon (PT-RS) discutindo após o petista dizer que Jair Bolsonaro sofreu uma facada fake em 2018. “Te enfio a mão na cara e perco o mandato”, esbravejou Eduardo, partindo para cima de Marcon. Ele não meteu a mão, nem perdeu o mandato.

A cassação de mandato não é a única possibilidade de punição do Conselho de Ética. A pena mais leve se resume a uma censura verbal ou escrita. Nem isso ocorreu na Câmara ao longo do agitado ano de 2023.

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Sempre Nicolau – 2008

Agora em julho, 21 anos, senhores, da criação do tablóide de idéias Nicolau! De 1987 a 1994, o suplemento de cultura, último bastião do jornalismo romântico brasileiro, sacudiu o País pós-ditadura, promovendo, desde Curitiba, um carnaval de idéias dificilmente superado no Brasil.

E nunca é demais reconhecer: sem meu velho amigo René Dotti ou sem o aporte de minha adorável Gilda Poli, ele então secretário da Cultura e ela, à mesma época, diretora da Imprensa Oficial, nada teria acontecido. Por mais talento tivéssemos a pequena equipe que reinventou o jornalismo cultural tupiniquim.

Quando o tema é Nicolau – ao contrário de meus livros -, costumo ficar inteiramente à vontade para falar deste que foi o derradeiro nanico da imprensa brasileira, mesmo porque, é óbvio, nunca o fiz sozinho. Nicolau foi sempre a expressão das equipes que por ele passaram, marcadas todas por garra e engenho incomuns. E, claro, da alta marca democrática dos governos que o patrocinaram.

Causa pasmo, até hoje, leitor, que o tablóide fosse bancado pela iniciativa oficial – Álvaro Dias, primeiro; e a seguir, Requião. Com a entrada de Lerner e do obtuso secretário da des-cultura que lá colocou, o jornal naufragou vergonhosamente. E nós, seus criadores, expulsos até do prédio da rua Ébano Pereira. Uma vergonha a manchar a biografia de qualquer homem público.

O Brasil se indignou, com algumas raras mas igualmente vergonhosas exceções de pseudo-intelectuais agarrados aos testículos do Poder feito uma infâmia. Inútil citar nomes – a História não os perdoará… De cineastas a poetastros de província, sequiosos de mostrar seus versinhos mediocrões.

Se pensaram em prestígio fácil, erraram feio. Nicolau perdeu, do dia para a noite, a credibilidade acumulada em 8 anos de nunca interrompida circulação. E não passa um mês, até hoje!, gentil leitor, que eu não tenha de responder a extensos questionários, daqui e d’além mar, tendo como foco o saudoso tablóide.

Tudo isso aí para dizer, de público, nesses 21 anos da criação do jornal, a minha gratidão principalmente ao René Dotti, velho de guerra. Por muita coisa mas também por haver suportado, com grandeza, a minha dissolução pessoal de então, apostando que este escriba ainda era possível… Penso que não o decepcionei, René… Me orgulho de mim, para soar lispectoriano, de que tenha conseguido honrar sua aposta.

Agora vem aí a Enciclopédia Itaú Cultural. Nela, Nicolau é longuíssimo verbete, onde só se considera o período 1987-1994. Sorry, periferia! Isso além de indicado, por Ítalo Moricone, como um dos três mais importantes jornais culturais brasileiros do século XX, ao lado apenasmente do Pasquim e do Opinião. Sorry, again…                                                             

É mole? É mole, mas sobe! Para plagiar o meu amigo (dos Anos Loucos cariocas) José Macaco Simão

22|agosto|2008

Wilson Bueno foi demitido do jornal O Estado do Paraná por e-mail.

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Bob Dylan – New Morning

bob-dylan---new-morningWinterlude

Winterlude, Winterlude, oh darlin’,
Winterlude by the road tonight.
Tonight there will be no quarrelin’,
Ev’rything is gonna be all right.
Oh, I see by the angel beside me
That love has a reason to shine.
You’re the one I adore, come over here and give me more,
Then Winterlude, this dude thinks you’re fine.
 
Winterlude, Winterlude, my little apple,
Winterlude by the corn in the field,
Winterlude, let’s go down to the chapel,
Then come back and cook up a meal.
Well, come out when the skating rink glistens
By the sun, near the old crossroads sign.
The snow is so cold, but our love can be bold,
Winterlude, don’t be rude, please be mine.
 
Winterlude, Winterlude, my little daisy,
Winterlude by the telephone wire,
Winterlude, it’s makin’ me lazy,
Come on, sit by the logs in the fire.
The moonlight reflects from the window
Where the snowflakes, they cover the sand.
Come out tonight, ev’rything will be tight,
Winterlude, this dude thinks you’re grand.

Outubro|1970|Columbia Records

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Palíndromos do Fraga

Inspirado em Dustin Hoffmann no papel travesti

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Padilha quer mais

Interlocutores do ministro Alexandre Padilha dizem que ele está cansado do Ministério das Relações Institucionais e que gostaria de entrar na reforma ministerial a ser promovida por Lula no início do ano que vem.

Padilha foi esquecido durante a promulgação da reforma tributária na última semana. Não foi lembrado pelo cerimonial, que não o colocou na mesa, junto com o ministro Fernando Haddad (Fazenda). Não foi lembrado por Lula nem pelos presidentes da Câmara e do Senado nos agradecimentos. Toda a articulação para a aprovação da reforma foi tocada por Haddad e sua equipe.

O ministro responsável pela articulação política toparia até voltar a seu mandato de deputado federal, se não for para o Planejamento ou para a Casa Civil, nas eventuais mudanças na Esplanada dos Ministérios.

Padilha acha que nas pastas ou em seu mandato conseguiria ter um contato mais direto com prefeitos, firmando-se para concorrer em 2026 ao Senado ou ao governo de São Paulo.

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2019 – A grande família…

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Rehab

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Flagrantes da vida real – 2013

 nego-pesoa-e-adrianaNego Pessoa (1942|2017) e Adriana Sydor. ©  Maringas Maciel

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O Bandido Que Sabia Latim

TEMPLOÉ pura perda de templo tentar explicar por que o Templo das Sete Musas, sede do Instituto Neo-Pitagórico, pegou fogo na noite de 24 de agosto de 1987. A explicação é simples. Em 1907, Dario Vellozo, poeta, professor de philosophia, tipógrafofo, guru da mocidade curitibana no Gymnasio Paranaense, erigiu o Templo no bairro de Vila Isabel, então uma floresta de contos dos irmãos Grimm.

Nesse ano, Dario soube da presença na pequena cidade de um eletricista alemão, Schroeder, que tinha acabado de chegar da Europa. Procurou-o e contratou seus serviços para realizar a instalação de luz elétrica no Templo. Eletricidade era então uma novidade absoluta. Mas encomendou a Schroeder uma tarefa muito especial. A instalação de luz deveria conter dentro de si um mecanismo de autodestruição que deveria funcionar dali a 80 exatos anos, a 24 de agosto, Dia de S. Bartolomeu, quando o diabo tem uma hora de seu.

Dario queria durar. E sabia que viveria na memória dos seus contemporâneos. Mas estas morreriam. Em 80 anos, a memória do Templo e de Dario ja estaria esmaecida, como uma foto antiga.

Um incêndio devolveria o Templo à notoriedade e a atenção do público por mais anos. Assim, um Templo feito de chamas subiu pelos ares em 24 de agosto de 1987. Dizem algumas testemunhas do sinistro que foi possível ver no meio do fogaréu um rosto sorrindo com um olhar zombeteiro de quem diz:

— Não disse que eu ia durar?

Nicolau|Ano I|nº 3

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Reynaldo Jardim

Ditado sobre o medo

O que gera o fantasma são as fomes
e a funda insegurança dos meninos.
A queda repentina do horizonte,
o horizonte manchado de inimigos.
O que provoca o medo são as pontes
interrompidas sem qualquer aviso.
O tiro pelas costas e a escuridão
fechando a porta de qualquer abrigo.
O que fermenta o medo e a rebelião
é o esperar — prolongado e mais aflito —
do filho que não sabe se trará pão
o pai que a vida toda plantou trigo.

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Um ano trágico e as contas de chegar

Na política, o ano de 2023 foi marcado por dois acontecimentos, aqui e lá fora: o 8 de janeiro em Brasília e o 7 de outubro em Israel. Ambos implicam consequências e não acabam em dezembro, como tantos procedimentos regulares do ano. Mas na economia, embora sem a grande repercussão dos fatos políticos, votou-se a reforma tributária, outro fato que vai transcender ao ano de 2023, inclusive porque só para regulamentá-la o Congresso dedicará grande parte de 2024.

Os observadores coincidem sobre o fato de que a reforma tributária vai alavancar a economia, favorecendo um processo de crescimento. Embora não tenha sido uma reforma ideal, a verdade é que essa é uma avaliação unânime.

Uma vez liberados obstáculos para a economia crescer, a grande pergunta é: crescer para onde? O objetivo é apenas um crescimento quantitativo ou é necessário responder aos desafios da época? Nessa reposta está incluída a transição energética. Ela está contida em planos do governo, é o tema central das intervenções de Haddad no exterior, mas ainda um pouco desconhecida. Tenho a impressão de que o governo não se preparou ainda para divulgá-la e a própria imprensa não se preparou, com editorial especial, para cobri-la.

A transição energética, uma das mais gigantescas tarefas das mudanças climáticas, deveria ser um objetivo nacional, atraindo o maior número possível de apoio popular, uma vez que não é um fenômeno que acontece nas alturas, mas vai afetar também o nosso cotidiano.

Um exemplo bem simples: a regulamentação sobre geladeiras muda no ano que vem. O objetivo é de torná-las mais econômicas em termos de energia. As empresas reagem à nova regulamentação afirmando que os preços vão subir. É provável que subam mesmo. Mas seria um grande avanço se o debate se desse em torno do quadro geral que pudesse mostrar que a redução de emissões, em termos estratégicos, é mais econômica que os efeitos catastróficos das mudanças climáticas.

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José Pires

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Mural da História – 2010

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Castigat ridendo mores

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