A escravidão ainda não foi abolida no Brasil. Formalmente, ela foi, substancialmente, ainda não. O racismo estrutural impede as oportunidades iguais e um sistema de meritocracia.
Ele afasta os segmentos sociais sensíveis e raciais, definidos pelo fenótipo e pelo baixo poder econômico, aos postos nas universidades, aos cargos nos Estado, como nos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo – muitos outros.
Não adianta se iludir e afirmar que os concursos são públicos, pois a possibilidade de as pessoas que estão na base da pirâmide social conseguirem um diploma de nível superior é uma batalha muito mais árdua e por vezes, impossível.
O jornalista e escritor paranaense Laurentino Gomes notou em suas pesquisas históricas que esta é a grande questão do Brasil, coisa pouco estudada pelas academias e pelo Direito.
O preconceito em decorrência da classe social conjugado com a cor da pele é resultado da atual escravidão brasileira, que se perpetua mesmo depois de abolida.
Há um sistema de castas enrustido pela mentira da democracia racial.
O Brasil é o segundo no mundo em concentração de renda nas mãos de 1% dos ricos, com taxa de 28%, ficando atrás apenas do Catar, com 29%. O Chile, que o grande laboratório neoliberal a partir da ditadura Pinochet, fica em terceiro, com 23,7%.
No século 19 foram várias as teorias falsamente científicas que construíram as justificavas para a neocolonização da África e dos continentes americanos, submetendo os povos nativos e os escravizando de forma extremamente cruel.
Com as abolições formais, a crueldade, foi em certa monta, afastada, mas continua em plena vigência a escravidão das classes sociais despossuídas.
Apesar das leis punirem o racismo, apesar de a Constituição Brasileira ser pretensamente igualitária e com falso discurso civilizatório, a opressão econômica contra os segmentos empobrecidos, mulheres, crianças, idosos e informais, continua em pleno vigor.
As bandeiras de inclusão social aos desfavorecidos contam com o tradicional discurso de que o brasileiro é corrupto e não tem jeito mesmo, e que deve ser instaurada uma ordem não corrupta e purificadora, com a mão forte do autoritarismo e da ditadura. Continue lendo →