Novo tempo

TEMPOS BICUDOS, arrevezados, estes bolsoignaros. Gleisi Hoffmann parece uma duquesa diante de Joice Hasselmann e Ideli Salvatti, uma lady frente a Damares Alves.

Isso sem comparar o presidente de hoje com todos os de ontem, anteontem e trasanteontem – qualquer um deles, de Deodoro a Collor, passando por Jânio e Figueiredo.

Eles, cavalheiros, em graus variados, informados e preparados, também em graus variados; ele, o arruaceiro de boteco, o sem noção elevado ao cubo, seguro e orgulhoso da inépcia.

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Terrible forever

Mordi o braço dele tão forte que tive que arrancar umas peles mortas dos dentes

Minha filha estava comendo legumes quando, na mesa ao lado, um casal começou a oleificar os beiços em gordas batatas fritas.

Ela apontou para os palitos reluzentes e, ao notar que não poderia obtê-los, tacou o prato nas pessoas e promoveu tamanho escândalo no restaurante que tive que abandonar meu almoço quase intacto e levá-la embora. Uma senhora foi atrás de mim, para me trazer os óculos que deixei para trás, e falou: “Tá tudo bem, é só o terrible twos”.

Mais tarde, em casa, sem que meu marido tivesse feito nada de muito grave (apenas tenho certo horror quando ele me diz que está cuidando da nossa filha e eu a encontro tentando abrir o lixo do banheiro), me imaginei golpeando sua jugular com um garfo.

O sangue jorrado eu usaria para escrever na parede algo como “eu tô cansada porra morte à sociedade”, e ele então me perguntaria que merda é essa e eu responderia que estou vivendo meus terrible forties.

No fundo, as pessoas são ótimas e viver é uma maravilha. Minha mãe, que desde que virou avó se transformou numa fiscal de “qualquer coisa” na minha casa (se não encontra milho orgânico na minha geladeira acha que estou torturando minha filha com escandaloso descaso), tornando a minha vida uns 98% mais infernal do que a vida de qualquer ser humano pode ser, certamente não faz isso por mal.

Ela está vivenciando seus terrible seventies. Meu pai, que desde que se imaginou perdendo a virilidade começou a dizer todos os dias que prefere morrer e que é melhor morrer e que viver para quê, não tem culpa de nada, ele está vivenciando seus terrible eighties.

Uma vez, quando eu namorava o Guilherme, eu mordi o braço dele tão forte que depois tive que arrancar umas peles mortas dos meus dentes com fio dental. Foi um impulso. Eram os terrible twenties.

Em outra ocasião, quando eu namorava o Daniel, eu chutei a lataria de seu carro tantas vezes que, depois, quando já estávamos numa boa, apelidamos algumas manobras sexuais de “martelinho de ouro”. Nada disso era responsabilidade minha. Eram os terrible twenty-fives.

Teve outra ainda que eu apareci de surpresa no hotel de um paquera e fiquei correndo atrás dele nua e dizendo: “Calma, eu só quero conversar”. Eram os terrible twenty-sevens.

Certa feita, eu estava trabalhando até tarde e, movida por profundo tédio e uma vontade gigantesca de me livrar daquela profissão de publicitária, resolvi subir na mesa de um chefe, chutar alguns papéis, levantar minha saia até o pescoço e mostrar a bunda para um circuito de câmeras. Só consegui que o guardinha da noite passasse a me cumprimentar dizendo “eita!”. Eram os terrible thirty-ones.

Penso que um marido, vivendo seus terrible thirty-eights, ter deixado sua esposa amamentando em casa para apertar umas tetas alheias (peitos esses vivendo seus terrible forty-twos) tampouco tem culpa de alguma coisa. Penso que você, vivenciando esse terrible 2019, não pode ser incriminado por escrever “filho da puta” na rede social do coleguinha.

Penso que o eleitor de Bolsonaro se animou demais com o terrible 2013 e não entendeu nada do que aconteceu naquele ano (nem depois, e muito menos antes).

O cara da fileira 8D do voo que saiu de Lisboa para São Paulo, na madrugada do último domingo, não reclamou do choro da minha filha porque é um desgraçado que nunca foi pai, que dirá filho, ou um machista nojento que merece uma verruga em chagas nos olhos e outra purulenta no ânus. Ele apenas está passando por seus terrible fifty-fours. É ótima pessoa.

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Publicado em Charge Solda Mural | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Joice Hasselmann e o governo dos bocas-sujas

A deputada Joice Hasselmann postou um vídeo na internet em resposta ao colegas governistas que andam falando dela depois da sua destituição por Jair Bolsonaro do cargo de líder do governo no Congresso. Na gravação, a deputada responde especialmente ao deputado Eduardo Bolsonaro, refutando acusações que o filho do presidente vem fazendo. Esta briga é uma daquelas de pegar a pipoca para assistir, porém mesmo sem confiar em nenhum dos lados é possível constatar que Joice desmente Eduardo com fatos.

O jogo é sujo de ambos os lados, no entanto na briga feia que vem desde o início de mais esta crise no governo, o filho de Bolsonaro procura desconstruir a imagem da colega de uma forma que qualquer um que venha acompanhando a política nacional sabe que não tem relação real com o que já foi notícia. Mas a deputada Joice sabe se defender bem e também é perigosa no ataque. E mesmo quem não gosta dela não tem como discordar que seu espaço político se deve a um esforço pessoal e não à proteção paterna. Além dessa diferença essencial, os fatos lhe dão vantagem em relação ao filho mimado de Bolsonaro.

Esta é uma briga que não se deve apartar. A troca de porrada entre os dois tem a utilidade de revelar coisas que não viriam a público se não houvesse o estranhamento. Do vídeo de Joice, a informação interessante é sobre os bastidores do governo comandado por Bolsonaro, que segundo ela diz é um ambiente da maledicência e do palavrão. Para refutar Eduardo Bolsonaro em seu mimimi sobre os xingamentos a Bolsonaro que apareceram em áudio de reunião de seus adversários no PSL, a deputada conta que o cotidiano com Bolsonaro e sua equipe é uma permanente baixaria.

Veja o que Joice fala sobre a normalidade das discussões no governo: “Eu estou ali no meio [do governo]. Palavrão ali é praticamente interjeição, xingamento é interjeição, é ponto e vírgula, é exclamação. Quantas vezes pessoas com mandatos, governadores, senadores, foram xingados de coisas até mais pesadas em reunião internas, que ninguém gravou”.

Não é que não desconfiássemos da baixaria nos bastidores deste governo, mas é importante ouvir esta confissão de uma pessoa que até há pouco fazia parte da cúpula governista. O que Joice traz pode ser definido com a expressão “informação de cocheira”, neste caso até literal, dado às patadas que ela afirma ser a normalidade nas conversações de trabalho em torno de Bolsonaro. Curiosamente, a grosseria é mais uma aproximação de Bolsonaro com os hábitos de Lula e seus companheiros de partido, que na intimidade também eram extremamente grosseiros ao tratar das questões da política nacional.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Clique!

Publicado em Clique! | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A roseta de Jair

“ESTOU EM UM PAÍS CAPITALISTA” – declaração do presidente Jair Bolsonaro ao chegar à China. Frase fundamental, antológica, que irá perdurar séculos, inscrita nas memórias de livros e do equivalente que vier a substituir a internet. Vasculhando antologias de frases, em papel, bits e bytes, só encontro equivalente em outra, de outro brilhante militar e chefe de Estado, melhor, também imperador.

A frase de igual, ou talvez menor impacto, foi dita por Napoleão Bonaparte, que ao chegar ao Egito e prestes a comandar a Batalha das Pirâmides, estimulou suas tropas: “Soldados, do alto destes monumentos quarenta séculos vos contemplam”. Tão importante a frase que a história excluiu dela o vocativo ‘soldados’. Imagino o que Bolsonaro diria se falasse à imprensa ao contemplar a Muralha da China.

Não precisava afirmar o óbvio ululante, como Bonaparte. O heroi ali foi o filólogo Champollion, que havia decifrado a Pedra de Roseta (na ilustração), e nela a linguagem dos egípcios. A constatação de Bolsonaro não foi o óbvio, a não ser para seus seguidores, que consideram a China um país capitalista e o presidente não pode se meter com essa gente. Agradeçamos ao Champollion de Jair, Olavo de Carvalho.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Coringa

Entendo que o filme seja perigoso, mas é perigoso como toda obra-prima

A pergunta “você já viu ‘Coringa’?” tem substituído nas rodas de conversa o já habitual “você já viu ‘Bacurau’?”. Por um motivo: todo o mundo já viu Bacurau. Não? Você não viu Bacurau? Seria Lunga o Coringa brasileiro?

As opiniões divergem. “Queria pedir que ninguém visse o filme do Coringa, essa obra fascista que faz apologia ao armamento da população e encarna ódio da classe média que, não conseguindo ascender socialmente, adere à violência gratuita, praticada, claro, por um homem branco hétero cis incel —foi o Coringa que criou o Bolsonaro.”

“Queria pedir que ninguém visse o filme do Coringa, essa propaganda esquerdista que culpa os ricos pela miséria —e trata a psicopatia como uma doença social, estratégia típica da esquerda, que tenta convencer que até o palhaço serial killer é uma vítima da sociedade quando, na verdade, a balbúrdia no Equador e no Chile, hoje, tá sendo causada por gente como ele —foi o Coringa que criou a Venezuela.”

“Queria pedir que ninguém visse o filme do Coringa, mas não porque ele é de direita nem porque ele é de esquerda. Mas porque ele não é nem uma coisa nem outra. Foi o Coringa que criou a Tabata Amaral.”

“Queria pedir que ninguém visse o filme do Coringa —ele faz apologia à dança despropositada. Já pensou que inferno se todo palhaço resolver dançar nas escadarias? Já pensou o problema que isso pode gerar a nível de trânsito?”

“Queria pedir que ninguém visse o filme do Coringa. Ele alimenta a palhaçofobia —todo dia morre algum palhaço por ser palhaço. Num mundo já tão clownfóbico, o Coringa alimenta a crença de que todo palhaço está esperando você dormir pra te matar.”

Que filme perturbador. Cabe tudo nele. Entendo que ele seja perigoso, mas é perigoso como toda obra-prima. Não sei até agora o que achar, mas não acho nada do que eu disse acima —e que tanta gente tem dito por aí. Não consegui ver nele  um herói de esquerda nem de direita, e muito menos um herói nem-direita-nem-esquerda, mas uma espécie de Raskólnikov, um sujeito às voltas com um mundo em que tudo é possível —e ninguém está nem aí pra ele. Não tem Deus, mas também não tem assistência social, não tem inclusão, não tem política pública, não tem tratamento continuado, não tem coleta de lixo, não tem Estado sob nenhuma forma —a não ser a polícia.

É um filme perigosíssimo. Queria pedir que todo o mundo visse o filme do Coringa.

Publicado em Geral | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Veja-se!

Documentário  de Bel Bechara e Sandro Serpa. Duração. 25 min. 2000. Formato:  16mm  País:  Brasil. Local de Produção: SP. Colorido  Sinopse:  Documentário poético sobre o músico paulistano Walter Franco. Ficha Técnica. Produção Macondo Filmes. Fotografia: Bel Bechara, Sandro Serpa. Roteiro: Bel Bechara, Sandro Serpa. Edição: Bel Bechara, Sandro Serpa. Participações: Alex Antunes, Augusto de Campos, Bia Abramo, Júlio Medaglia, Lí­vio Tragtenberg, Marcelo Nova, Maria Cristina Villaboim, Mário Luiz Thompsom, Nelson Jacobina e Rogério Duprat.

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Implosão

Há novos questionamentos: qual dos aliados vai implodir o governo? Quando?

Implosão é “estouro para dentro”; “série de explosões que se combinam de tal modo que seus efeitos tendem a concentrar-se em um ponto central”. Provável que o Delegado Waldir tenha escolhido ao acaso a palavra que melhor descreve o que acontece ao partido do presidente e que pode atingir em cheio o governo quando ameaçou “implodir” Jair Bolsonaro. 

Em poucos dias, tivemos a ameaça do deputado que xinga o presidente de “vagabundo” e diz que mostrará “a gravação dele”. Depois, o parlamentar que dedurou o delegado partir para cima de colegas que querem cassá-lo: “Tenho muita coisa para foder o Parlamento inteiro. Vamos alinhar ou vamos guerrear?”, disse Daniel Silveira, aquele que quebrou a placa com o nome da vereadora Marielle e jogou no chão o celular do jornalista Guga Noblat.

Por fim, a deputada Joice Hasselmann, vítima do que ela mesma chamou de “milícias digitais”, apontou o dedo para os filhos do presidente, acusando-os de estarem por trás de um esquema de disseminação de fake news, de perseguição e de assassinato de reputações. 

Implosão é “estouro para dentro”; “série de explosões que se combinam de tal modo que seus efeitos tendem a concentrar-se em um ponto central”. Provável que o Delegado Waldir tenha escolhido ao acaso a palavra que melhor descreve o que acontece ao partido do presidente e que pode atingir em cheio o governo quando ameaçou “implodir” Jair Bolsonaro.

Em poucos dias, tivemos a ameaça do deputado que xinga o presidente de “vagabundo” e diz que mostrará “a gravação dele”. Depois, o parlamentar que dedurou o delegado partir para cima de colegas que querem cassá-lo: “Tenho muita coisa para foder o Parlamento inteiro. Vamos alinhar ou vamos guerrear?”, disse Daniel Silveira, aquele que quebrou a placa com o nome da vereadora Marielle e jogou no chão o celular do jornalista Guga Noblat.

Por fim, a deputada Joice Hasselmann, vítima do que ela mesma chamou de “milícias digitais”, apontou o dedo para os filhos do presidente, acusando-os de estarem por trás de um esquema de disseminação de fake news, de perseguição e de assassinato de reputações. 

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O imaturo príncipe do Iguaçu

De vez em quando, o Zé Beto, patrono deste blog, arranja uns colaboradores que pecam pela genialidade. Nos tempos do pequeno Richa, foi G. Must, que batizou, com escorreita exatidão, o inquilino do Palácio Iguaçu de sir Charles Albert Richard, acrescido do epíteto “o garboso”. Agora, enriqueceu este espaço com a presença passageira do Vampiro de Dusseldolf com suas estocadas certeiras.

Não sei quem é (ou era) o Vampiro, mas desconfio. Seja quem for, o que importa é que, ao pesquisar a grande carência do atual governador deste pobre Estado sem talentos políticos e administradores ao menos medianos, o Vampirão descobriu ser a “personalidade”. Na mosca. Ou, como ele bem disse, “sua personalidade é tão distante, tão fluida, que mal se percebe”. E o sugador de sangue reforçou o argumento: “Por exemplo, alguém meteu na cabeça do governador que ele é um príncipe, como aquele de Mônaco, por acaso também filho de estrela do show business”. Ou, talvez, como aqueles das fábulas de Walt Disney, da Branca de Neve, de Cinderela e da Bela Adormecida.

Segundo o analista de Dusseldolf, o nosso príncipe delegou a administração do Estado a um primeiro-ministro, “que se comporta como um grão vizir dos quadrinhos de Asterix”. Como exemplo, cita o fato de posar para retrato a óleo no horário do expediente. “É complexo de regência una, o Regente Feijó agora em auto imposta menoridade do governador”.

Falta personalidade ao pequeno Rato como faltava para o Richa menor. Como gestores públicos, ambos Carlos, se equivalem. Ratinho Jr. é provinciano, despreparado e imaturo como era Richinha, ainda que associado do Country Clube. Com uma diferença ainda não superada: Carlos Alberto tinha suas espertezas (ou travessuras), cujo resultado acabou, como tinha que acabar, no Judiciário e hoje tem lhe tirado o sono. Uma amostra: quando a crise financeira atingiu o Paraná, Beto aumentou os impostos, congelou os investimentos e foi passar o fim de semana em Paris com dona Fernanda, num hotel cinco estrelas, às custas do erário.

Não creio que o infante roedor seja capaz disso. Ainda não. No entanto, certamente orientado pelo regente do seu governo, está preparando uma artice quase infantil. Além de haver excluído os servidores do Executivo do recente aumento de salário conferido ao Judiciário e Legislativo, vai oferecer a eles um curso de “protagonismo”, ministrado pelo pensador gaúcho Leandro Karnal. Mas apenas aos comissionados, aquela “gente da casa”, “gente nossa”, que lá está por deferência do patrão. Ridículo. Seria até engraçado, se não fosse triste.

Se os servidores do Executivo, comissionados ou não, pecam pela falta de protagonismo, que dizer da figura maior da administração estadual? Ao que consta, ser protagonista é estar à frente dos acontecimentos, dominando a área de atuação e buscando melhores resultados. Ratinho II não fez nada disso em 2019. Ou seja, desperdiçou o primeiro ano de seu governo.

Quando o jovem príncipe do Iguaçu foi eleito, calei-me. Havia uma preocupação maior, representada pela eleição do capitão reformado para o trono central de Brasília. Entretanto, alguns meses antes, ao relacionar os postulantes ao governo do Estado, eu escrevera aqui neste espaço: “Ratinho Júnior, na carteira de identidade Carlos Roberto Massa Jr., veio de Jandaia do Sul e surfa na popularidade do pai, o Ratão do SBT, o que já lhe valeu um mandato na Assembleia Legislativa do Estado e dois na Câmara Federal. Desse tempo não se tem notícia. Ah, sim, segundo a Wikipédia, foi autor da proposição de lei que isenta os motoristas de ônibus escolares de pagar IPI. Na gestão do pequeno Richa, foi, deixou de ser e voltou a ser secretário do desenvolvimento urbano do Paraná, sem deixar vestígios a registrar.”

Quando participou do insuportável debate dos candidatos montado pelas emissoras de TV, Ratinho Jr. sustentou que o Paraná esteve na mão de dinastias nos últimos trinta anos, esquecendo-se da sua condição de “delfim da dinastia que se inicia”, como registrou o feroz Rogério Distéfano, no blog “Insulto Diário”. O fato foi apontado pelo concorrente João Arruda, sobrinho-nepote do chefe da outra dinastia.

Não obstante, eu tinha esperança no vice, Darci Piana, que, na minha opinião, deveria ter sido o cabeça da chapa. Piana era e é uma figura de respeito no mundo empresarial/administrativo paranaense. Gaúcho de Carazinho, aportou no Paraná na juventude. E aqui foi de tudo, cresceu, realizou e chegou à presidência da Fecomércio, sistema que congrega o Sesc e o Senac. É sério, trabalhador, dinâmico, respeitado por gregos e troianos. Como homem de ação, tem muito o que dar ao governo do jovem príncipe do Iguaçu. Não sei se está dando. Ou se a sua ajuda é recebida.

Publicado em Célio Heitor Guimarães - Blog do Zé Beto | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Eduardo Bolsonaro e suas encrencadas vitórias

Eduardo Bolsonaro foi oficializado líder do PSL na Câmara depois de conseguir uma nova lista de apoio com mais deputados que o grupo de Luciano Bivar, presidente nacional do partido. Só Bolsonaro mesmo, de braços dados com os filhos, poderia ter seu próprio partido dividido ao meio desse jeito e se matando numa briga. Também só Bolsonaro e seus filhos para não compreenderem que nem a vitória justifica certas guerras políticas.

Com Eduardo Bolsonaro como líder do PSL ele vai liderar exatamente o quê? Ademais, qual é exatamente a estratégia dessas figuras? Esse garoto prodígio não era aquele que ia ser embaixador nos Estados Unidos? Creio que mesmo alguém da família Bolsonaro pode ser capaz de reconhecer que a expectativa baixou um bom tanto com essa luta encarniçada pela liderança do PSL.

Bem, como critério de qualidade política só pode ser o mesmo nível da liderança de seu pai como presidente da República. Nem dá para dizer que Eduardo como líder do PSL seria uma “vitória de Pirro”. Esta mitologia não cabe em tamanha baixaria. Eduardo Bolsonaro e seus companheiros do PSL como missão está mais para outro mito, aquele do exército de Brancaleone, do filme genial e muito engraçado dirigido pelo italiano Mario Monicelli, com o grande Vittorio Gassman como ator principal.

Claro que lembro disso apenas pela estupidez do “exército” do filme e não pelo caráter dos malucos. Eram inocentes e lá também não tinha rachadinha. Nem milicianos, virtuais ou de mão armada dominando com crueldade bairros no Rio.

O “exército Brancaleone”, formado por Gassman no filme, virou sinônimo de ajuntamento de doidos depois do sucesso dessa obra no Brasil nos anos 70 e 80. O bando de incompetentes malucos bolsonaristas pode até usar o mesmo refrão cantado pelos alucinados e igualmente ineptos combatentes da cruzada medieval do filme italiano. Eles cantavam “Branca! Branca! Branca! Leone! Leone! Leone!”. Basta uma pequena mudança, para “Bolso! Bolso! Bolso! Naro! Naro! Naro!” e vai ficar perfeito.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Muito Tudo

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

© Alberto Benett – Plural

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O lábaro que agora ostentas

EDUARDO BOLSONARO não será embaixador. Uma perda para Donald Trump, que não poderá contar com seus conselhos, filtrados de Olavo de Carvalho. Permanece no Brasil, líder do partido na câmara dos deputados, confiável conselheiro e operador político do pai.

Prepara-se, como um delfim oitocentista, a suceder no trono, sonho dele e do pai, que só os cegos ainda não perceberam. Fará e desfará ministros, ele mais o irmão mais velho, alheio à sucessão dinástica, mas também oitocentista no método de eliminar os inimigos reais e imaginários do atual e do futuro rei.

No Brasil, a operar no Congresso, Eduardo fará o que esperam dele tanto o pai e sua seita quanto os seguidores das seitas contrárias: destruir. Destruir os outros e destruir ao pai e à seita. Porque para o pai, ele e os irmãos, a bandeira teria outro dístico, o da Independência, mas alterado para destructio quae sera tamen, destruição, ainda que tardia.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Flagrantes da vida real

Gente trabalhando: Edson Bueno, O Homem Que Amava a Literatura. © Maringas Maciel

Publicado em Flagrantes da vida real | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter