Adeus à armas. Ou quase

Meninos, eu tentei. Nos últimos 40 anos lutei todas as lutas para exercer no Paraná o ofício de jornalista. Passei por fechamento de jornais, demissões coletivas, patrões irracionais, processos por calúnia, injuria e difamação. Pelas páginas, mais errando que acertando, já matei desembargador vivinho da Silva e ressuscitei empresário propineiro, desencarnado e enterrado. Pedi desculpas ao desembargador. E no caso do empresário, fiquei com medo de ser milagrosa.

Paguei, a duras penas, até Fevereiro, R$2 mil por mês, em 10 prestações, para aquele ex-procurador da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, o de barbicha grisalha, porque apontei a demora nas investigações do escândalo do Banestado, há 12 anos. Ele nunca explicou a razão da demora, mas eu fui condenada por dano moral pela ironia da escrita.

É essa a minha vida. No pessoal, aos 65 anos, a libido reaparece só mesmo diante de um moreno alto, bonito e sensual. Pelas circunstâncias, quase sempre no virtual. Mas, se surge uma notícia quentinha, pronta pra ser escrita e jogada aos quatros ventos, lá vem uma expectativa incontrolável. Quanto mais espetaculosa e devastadora a informação, maior o clímax.

Nada, nem riso de neto, nem viagem pra Toscana, nem vestido rodado ou batom da Lancôme me provoca tanta alegria como ver as letrinhas compondo as palavras, as frases e o texto, até o ponto final. É a minha pira, ora.

Na experiência mais recente, ou numa última tentativa de ser feliz de novo, me agarrei com unhas e dentes no blog Contraponto. Minha alma de repórter encontrou um sujeito louco por jornalismo, de uma tenacidade feroz, incansável na busca do fato, o Celso Nascimento. Completamo-nos, como café com leite: ele focado na verdade, eu perspicaz. Ele dorme até tarde e eu madrugo, eis aí o capital essencial para o frescor da notícia. E assim fomos seguindo por 18 meses, brigando, divulgando, denunciando, provocando, rindo e…escrevendo. Bom demais.

O Contraponto tem leitores de qualidade, os que nos massacram nas redes, os da certeza absoluta de que somos comunistas, petistas, tucanos e pássaros de todas as penas e cores. Outros tantos juram que o capitalismo vadio nos mantem na vida fácil. Para nós, elogio de marca maior. Em jornalismo, a regra é clara: quanto maior a diversidade sobre a crença do escrevinhador, melhor.

Mas o Paraná político/econômico que se apresenta hoje é incapaz de nos manter, a ambos, na ativa, sem exigir subserviência. E entre entregar o ouro, o nosso ouro, que só levanta as orelhas quando ouve “independência profissional”, é melhor dar adeus às armas do que dar as costas da credibilidade para políticos ou empresários, os mais ávidos por notoriedade .

Foi por pouco que não consegui, desta vez. Bastava um rendimento mensal tipo auxílio-moradia, mas honesto e merecido, por algum tempo. Não deu. Meu coração ganha mais um pontinho preto. E toda vez que um, ou dois, ou três jornalistas bem intencionados saem da área, o Paraná faz coro com a galinha d’angola, “tô fraco, tô fraco, tô fraco”. Eis aí a prova cabal: Rogério Galindo, Reinaldo Bessa e Luiz Geraldo Mazza – que dor estranha essa, Mazza , de puro desalento.

O Celsinho conduzirá o Contraponto, sem prejú do brilho e do bom jornalismo. Da minha parte não dá pra conciliar a luta pela sobrevivência diária com a pauleira de um blog 24 horas em alerta.

Quando houver tempo e não der pra segurar a comichão da notícia, serei pedinte de espaço. Vou forçar a amizade com os blogueiros da província, como o próprio Contraponto, o amigo de sempre, o Zé Beto, o professor Aroldo, o Cicero Cattani, o Esmael Morais. E escrever. É só isso que, mal ou bem, eu sei fazer mesmo! Minha pira, minha vida! Até breve!

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Ricardo Boechat, jornalista, morre aos 66 anos em queda de helicóptero em SP

Jornalista era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM. Aeronave bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela Rodovia Anhanguera. O jornalista, apresentador e radialista Ricardo Eugênio Boechat morreu no início da tarde desta segunda-feira (11), aos 66 anos, em São Paulo.

Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista IstoÉ. Ele também trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil” e foi comentarista no Bom Dia Brasil, da TV Globo. Ele ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro (leia mais abaixo).

Boechat estava dando uma palestra em Campinas, no interior do estado, e retornava a São Paulo nesta segunda, de acordo com jornalistas da TV Band.

Acidente

O chamado de socorro foi feito às 12h14. A queda ocorreu perto do quilômetro 7 do Rodoanel, sentido Castelo Branco. De acordo com a CCR Rodoanel Oeste, que administra o Rodoanel, houve uma terceira vítima com ferimentos, o motorista do caminhão.

Segundo informações iniciais, o helicóptero era do hangar Sales, no Campo de Marte, na Zona Norte da capital paulista, que ficou destelhado após um vendaval nas últimas semanas.

Foram enviadas ao menos 11 viaturas para o local. A Polícia Rodoviária Estadual informou que a alça de acesso do Rodoanel à Rodovia Anhanguera precisou ser interditada. Já a rodovia não teve bloqueio.

Carreira

Ao longo de uma carreira iniciada na década de 1970, esteve jornais como “O Globo”, “O Estado de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e “O Dia”. Na década de 1990, teve uma coluna diária no “Bom Dia Brasil”, na TV Globo.

O perfil de Boechat no site da Band News FM informa que ele era o recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Boechat lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).

Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Boechat lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).

Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires.

São Paulo

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Tchans!

Heather Graham. © TaxiDriver

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A nova política de enxames

As mídias sociais são a vitória da imprensa marrom sobre imprensa com ética

O termo “nova política” é conhecido. Marina Silva é uma campeã no uso dessa expressão. O sentido é mudar o fisiologismo da política brasileira e dar a ela um tom mais centrado no país e não nos interesses de lobbies corruptos e da casta política.

Bolsonaro navegou nessa ideia —apesar de, a cada dia, sua administração afundar em suspeitas de que há rachaduras na coisa.

Agora, o termo “nova política” está ganhando um novo significado, que nada tem a ver, diretamente, com combate à fisiologia.

A “nova política” está diretamente ligada às mídias sociais. A máquina política sentirá cada vez mais a pressão, vinda das redes, que as empresas e marcas já sentem há algum tempo. Quem achou que, com a entrada dessas ferramentas, a política ia ficar com menos marketing errou. Ela dependerá cada vez mais do marketing, agora, digital.

O mundo dos costumes e da arte já vem sentindo a bota das mídias sociais em seu pescoço há anos. Artistas e gente famosa em geral já são presas de posts e vídeos de seus seguidores há algum tempo.

As mídias sociais são a vitória da imprensa marrom sobre a imprensa com credibilidade. A ética desse tipo de imprensa marrom é de enxame. Por onde passa, arrasa o mundo.

O problema é que, quando está a seu favor, você chama de “democracia direta”, “mais poder para o povo e para o cidadão”. Já quando está contra, diz que “destruirá a democracia representativa”, “colocará em risco os ritos do Legislativo”, “é uma ferramenta populista”.

A verdade final é que o problema é o mesmo que preocupava os autores de “O Federalista” (Fundação Calouste Gulbenkian, 812 págs.).

Essa obra foi escrita por Alexander Hamilton, James Madison e John Jay na virada do século 18 para o século 19, nos EUA. O problema deles era: como escapar da tirania do rei e não cair na tirania do rebanho ou da maioria? As mídias sociais recolocam de forma dramática o mesmo problema. Agora, o efeito enxame está capilarizado ao infinito e se move na velocidade da luz.

Alguns utópicos, à esquerda e à direita, dizem que isso tudo é bom e é, finalmente, a verdadeira democracia. Criptoanarquistas das bitcoins (coisa de gente narcisista com discurso bonitinho), defensores de comissariados do povo e anarco-capitalistas são todos utópicos mais ou menos oportunistas.

Sem dúvida chegamos à democracia “na forma consumo”. Se o consumidor-eleitor quiser algo, e esse algo viralizar, a pergunta que se colocará é: alguma instituição sobreviverá a esse enxame de irrelevantes que chegaram ao poder?

Muita gente associada à vitória de Bolsonaro acha que foi lindo as mídias sociais derrotarem a televisão. E antes que algum inteligentinho de direita grite que TV e jornais estão vendidos à esquerda (o que é mais ou menos verdade em termos da camada média do jornalismo que tem a cabeça feita na faculdade e nas redes), lembre que “democracia direta” é faca de dois gumes.

A única coisa que não é ambivalente nessa “nova política” é o fato de que ela opera pela lógica do consumidor. E o consumidor costuma ser alguém egoísta, mesmo quando boicota alguma coisa a partir de sua pouca informação, sua visão enviesada de mundo ou seu puro e simples ressentimento de pequeno cidadão.

A máxima de Marshall McLuhan, “o meio é a mensagem”, quando aplicada às mídias sociais, significa que “o enxame é a ética da política”. O enxame é a forma da política agora porque a política é, definitivamente, mídia.

O espetáculo da eleição para a presidência do Senado mostrou isso. Nada há de democracia direta nessa história, só há para gente que acredita na máxima “um celular na mão e uma ideia na cabeça”.

A democracia direta das mídias sociais como utopia é mais um sintoma do retardo mental que assola o mundo. Aliás, o próprio “caráter direto” como paradigma é traço desse retardo mental: acreditar num mundo limpinho, simples, verdadeiro, sem as sujeiras humanas, é uma marca da morte do amadurecimento.

Essa “nova política” terá procedimentos fake como paradigma. Bots como agentes políticos definitivos. Oportunistas como “filósofos formadores de opinião”. Um retorno à pauta dos federalistas americanos pode nos dar alguma luz.

Ainda que os oportunistas de salão continuem a delirar com o fato de que agora as pessoas estão “empoderadas”. Palavra horrorosa, que deveria ser escolhida por algum dicionário inglês chique como signo máximo do ridículo contemporâneo.

Publicado em Luiz Felipe Pondé - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Tempos de sofrência

Minerar, sindemia, flopar, kit-net, meia culpa —conhece?

Há tempos venho me sentindo como Rip van Winkle, um personagem de ficção que, um dia, resolveu dar um passeio fora de sua aldeia. Caminhou horas, subiu uma montanha e recostou-se sob uma árvore para dar um cochilo. Fechou os olhos e dormiu por 20 anos. Acordou sem saber de nada, voltou para sua terra e, lá, estranhou não reconhecer seus conterrâneos nem entender certas coisas. Ao dar um viva ao rei inglês, fizeram-lhe cara feia —ele deveria ter vivado o presidente americano, George Washington. Rip não sabia que, enquanto dormia, seu país ficara independente. O autor dessa história, lançada em 1819, é Washington Irving.

Assim como Rip van Winkle, abri o jornal outro dia e li: “Ataque derruba defesa de PCs para minerar moeda virtual”. Boiei. Sei muito bem que minerar significa escavar, extrair —extrair de uma mina, por exemplo—, mas a frase continuou um mistério. Em outro jornal, deparei com o título: “Sindemia é maior ameaça à saúde humana e do planeta”. Alarmado, corri ao dicionário —o que seria uma “sindemia”? Mas o Houaiss e o Aurélio também devem ter dormido por 20 anos, porque não a registram. Reli o artigo e continuei sem entender. Parece ter a ver com a desnutrição ou com a obesidade ou talvez com as duas.

Tenho tentado me atualizar com certas expressões ultimamente comuns no noticiário. Duas pessoas “dão um match”, ou seja, combinam. Fulana “é o crush” —a paquera— do Beltrano. Há semanas, li que Bolsonaro “flopou” —fracassou— em Davos. Só falta alguém escrever que Sicrano “baixou um app para levar seu pet na bike”. E aprendi no Online uma nova e deliciosa maneira de grafar kitchenette: kit-net.

Na TV, um locutor disse que não sei quem iria fazer “meia culpa” —o latim mea-culpa, imagino. Outra pronunciou o francês “Belle Époque” como “béli-époki”. 

Tempos de “sofrência” para quem lê ou ouve.

Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Direitos da paciente com câncer de mama

Recentemente a lei nº 13.770 publicada no dia 20 de dezembro de 2018, que entra em vigor 180 dias após esta data, garante às pacientes portadoras de câncer a reconstrução em cirurgia plástica da mama afetada pela doença.

Esta determinação diz respeito à obrigação do custeio pelas operadoras e os planos privados de assistência de saúde.

Se a paciente não puder efetuar a cirurgia imediatamente ao procedimento poderá aguardar até ter condições clínicas para fazê-la

Ainda, é previsto o direito aos procedimentos de simetrização da mama e de reconstrução do complexo auréolo-mamilar integral na cirurgia plástica reconstrutiva.

No Sistema Único de Saúde, esta regra existe há 5 anos, mas o índice de reconstrução é baixo, a fila de espera também é de cinco anos.

A lei que disciplina o procedimento no SUS, Lei nº 9.797/99, não estabelece a abrangência das duas mamas (Fonte G1), o que a nosso ver é ilegal pois a reparação é do conjunto de mamas e não apenas da afetada pela enfermidade.

Com efeito, apenas 20% das mulheres afetadas pelo câncer de mama são submetidas à cirurgia reparadora.

No Brasil há 57 mil novas ocorrências e 14 mil mortes ao ano (Fonte Agência Brasil).

Nosso entendimento é que o procedimento restaurador deve abranger as duas mamas, pois se trata de uma obrigação de cunho estético e reparado.

A cirurgia estética implica na obrigação do resultado, assim no caso de erro médico, que corresponde ao insucesso no resultado, há a presunção de culpa do médico.

Consumidor e usuário do serviço público exija seus direitos e em caso de dúvida consulte um (a) advogado(a) de sua confiança.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Deixar um comentário
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Togas e jipes – O Supremo alvoroça as togas com a receita federal, que investiga o ministro Gilmar Mendes. O governo está quieto com investigação do dinheiro de Flávio Bolsonaro. Quem pode mais, a toga ou o jipe?

Mulher de peito – A deputada Paulinha, de Santa Catarina, promete processar os que criticam seus decotes. Aí está uma mulher de peito

Choques – O ministério da Saúde libera o eletrochoque no SUS. A cadeira elétrica para os políticos, essa nunca vem.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Dois em um

© Myskiciewicz

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Jairo Nascimento

Um anjo negro partiu nesta semana em que a vida de crianças, com o sonho que ele realizou, foram ceifadas pelo fogo e, muito provavelmente, pela irresponsabilidade dos adultos. Ele era enorme no tamanho e tinha uma alma tão leve que o fazia flutuar não apenas nos voos das defesas espetaculares que encantaram multidões.

Andava silencioso, com o olhar infalível dos raros que têm entendimento total com a bola de futebol que foi a razão da sua vida – e o sorriso era de quem sempre esteve de bem com o que interessa na vida. Ao filho que tem a honra de carregar o nome, disse que não precisava ser próximo do jogador que começou no Caxias de Joinville; passou rapidamente pelo Fluminense, veio se consagrar no Coritiba e virou ídolo no Corinthians, quebrando uma daquelas tradições malucas deste mundo esportivo – a de que um goleiro negro não dava certo naquele espaço vital onde, reza outra lenda, não nasce grama. Chegou à Seleção Brasileira; voltou ao Coritiba para participar da conquista do inédito título de campeão brasileiro; ainda rodou por outros clubes até os 44 anos e foi ser Jairo Nascimento sempre, até ser derrotado por uma doença nesta semana triste. Foi ser o anjo negro a mostrar a crianças de Araucária e Agudos do Sul, onde as treinou em escolinhas, o que vale na vida, além de se persistir com afinco na caminhada de um ideal. Os meninos que ele treinou e certamente deixou a lição, eram desses que não aparecem, abandonados; enfim, sem pai, mãe ou família. Certa vez, ele já aposentado dos campos, mas vivo na memória, me veio a história do que fazia no seu início de trajetória estelar no Coritiba. Visitava uma pensão na rua XIII de maio, onde moravam os pobres da cidade. Ali tinha um amigo torcedor, mas fazia questão de passar energia positiva, aquela revelada até o fim no seu sorriso puro como uma flor para uma mãe esquizofrênica e uma menina ainda pequena – que nunca esqueceu isso- ela hoje avó. O anjo negro sempre foi revelador. Saber que ele foi levado de Joinville para o Rio de Janeiro pelas mãos de um dos grandes exemplos de caráter, apenas reforça tudo. João Saldanha, o João Sem Medo, o queria no Botafogo depois de vê-lo atuar no time catarinense que lhe abriu as portas para fazer ser o grande atleta. Não deu certo, mas deu certo, como acontece com os predestinados. Num salto do tempo, vê-lo na última aparição na televisão não era se deparar com alguém com o mal terrível, porque nos olhos, no sorriso e no falar, era alguém que soube viver plenamente, como deve ser. Outro salto no tempo, para trás, ele carregando, ao lado de Rafael Camarota, a taça de campeão brasileiro em 1985. Rafael foi santificado como o goleiro que deu o título ao time, e demonstrava isso no semblante, na sua maneira de ser. Na outra asa da taça, Jairo era o Jairo, a felicidade de quem cumpriu sua missão, porque começou como titular daquele time e ajudou na conquista. Na igreja evangélica onde o corpo dele foi velado, uma multidão foi homenageá-lo.

Era o povo, esse sofrido povo – e a maioria teve a felicidade de conhecê-lo dentro e principalmente fora do campo. O choro da maioria, principalmente dos que fazem parte de sua bela família, era o do sentimento de alguém muito especial que partiu antes do tempo. Mas todos sabem que o Anjo Negro ficará para sempre.

Publicado em Roberto José da Silva - Blog do Zé Beto | Deixar um comentário
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PT teme transferência de Lula para complexo penal em Pinhais

Marca-passo – A nova condenação do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia aumentou a apreensão no PT em relação a uma possível transferência do petista para o Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR).

Minuto a minuto – A pedido da direção petista, a assessoria jurídica do partido no Congresso está fazendo um pente-fino em eventuais pedidos de deputados da base de Jair Bolsonaro para que Lula deixe a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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Homenagem da pesada

A ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro, desabou pela terceira vez na madrugada de quinta-feira. O primeiro desabamento foi em janeiro de 2016, logo depois de inaugurada pelo então prefeito Eduardo Paes, causando a morte de duas pessoas.

Construída à beira-mar, há três anos a ciclovia teve mais de 50 metros arrancado depois de ser atingida por ondas. Em fevereiro do ano passado um forte temporal derrubou outro trecho. Agora, novamente o desastre veio de cima. A queda foi causada pelo temporal que atingiu a capital do estado. Ou seja, a obra construída à beira-mar não resiste às ondas e também não pode chover muito.

A desastrosa ciclovia do Rio demonstra muito bem o risco que os nossos administradores públicos são para a população e o perigo sério que é ser homenageado por eles. A memória de Tim Maia que o diga.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Deixar um comentário
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Jogador de Itararé que morreu em incêndio no Flamengo estava há uma semana no Rio de Janeiro

Reprodução Facebook

Segundo a família, Gedson dos Santos, de 14 anos, estava há dois dias no Centro de Treinamento Ninho do Urubu. Incêndio matou 10 pessoas e deixou três jogadores da base do clube com queimaduras.

O adolescente Gedson Beltrão dos Santos Corgosinho, de 14 anos e que tem família em Itararé (SP), está entre as 10 vítimas da tragédia no CT Ninho do Urubu, do Flamengo, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8). Gedson era atacante e tinha ido para o Rio de Janeiro há uma semana, segundo o tio Agenor Monteiro.

Após o fim do contrato com o Athletico Paranaense em dezembro de 2018, Gedson foi escolhido para ir para o Flamengo depois que o clube fez parceria com o Trieste. Ainda de acordo com o parente, ele estava no Centro de Treinamento há apenas dois dias e ia começar a treinar pelo clube nos próximos dias.

“Ele estava no Athletico e depois do empresário levar para o Rio, ele foi escolhido. Ia começar a jogar e estava muito feliz, porque era a realização de um sonho. Na noite, antes do incêndio, falou com meu irmão e disse que ia conhecer o Maracanã e começar os treinos”, afirmou ao G1. Nas redes sociais, Gedson, que era conhecido como Gedinho, chegou a postar horas antes do incêndio que havia se mudado para o Rio de Janeiro.

A notícia do incêndio chegou para a família no início da manhã. Segundo Agenor, a família foi para São Paulo e, na sequência, para o Rio de Janeiro. De acordo com o ex-técnico de Gedson, Murilo Pontes, antes do adolescente ir para o Flamengo, Gedson jogou no Trieste Futebol Clube, de Curitiba, no Athletico-PR e começou no projeto Associação Atlética Banco do Brasil, em Itararé.

“Ele começou com a gente e sempre foi um garoto de destaque. Muito dedicado e bem competitivo. Daqui, já foi pra Curitiba e ia se destacando. Era um garoto promissor e todos nós ficamos muito triste”, afirma o coordenador do projeto Associação Atlética Banco do Brasil.

Após a tragédia, muitas mensagens de luto foram publicadas na página do jogador. “Eram tão jovens. Com tantos sonhos, tantas esperanças. Que Deus conforte as famílias”, escreveu um internauta.

“Hoje o seu sonho se encerra, mas o seu talento, dedicação, profissionalismo mesmo sendo muito jovem, continuará alimentando os sonhos de todos o seus amigos que aqui permanecem. Seu exemplo continuará arrastando todos seus colegas da escolinha. Hoje todos nós choramos no mesmo tom pela sua partida, mas na certeza que no céu, é um anjo a velar pelos coleguinhas que seguem no mesmo sonho que era o seu. Deus conforte familiares, amigos”, publicou um internauta.

Ao G1, uma parente do garoto, ele sempre sonhou em ser jogador de futebol desde criança. “Ele era o orgulho e a esperança da família. Estamos muito abalados”, afirmou. O prefeito de Itararé Heliton do Vale publicou em suas redes sociais lamentando a morte de Gedson.

“Ninguém deveria nos deixar assim, tão cedo. Com tantos sonhos. Com tantos planos. Mas Deus sabe a hora de cada partida. Sabe a hora de apitar o fim do jogo. Mesmo que, para nós, não faça sentido. Minha solidariedade aos pais, amigos e familiares do grande Gedinho que, tão novo, já brilhava em campo e, agora, brilha lá no céu. Contem com minhas orações.”

Itapetininga e Região

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Gilmar Mendes é investigado pela Receita e pede apuração a Toffoli

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou ofício ao presidente da Corte, Dias Toffoli, pedindo a adoção de “providências urgentes” para apurar a iniciativa de auditores fiscais de investigar a ele e a seus familiares sem “nenhum fato concreto” que pudesse motivar a devassa.

Ele pede ainda que seja apurado o vazamento das informações.

Nesta sexta-feira (8), a coluna Radar, da revista Veja, revelou que a Receita Federal abriu um procedimento para identificar supostos “focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência” do magistrado e de sua mulher, Guiomar Mendes.

Nos documentos, os agentes afirmam ainda, de forma genérica, que “o tráfico de influência normalmente se dá pelo julgamento de ações advocatícias de escritórios ligados ao contribuinte ou seus parentes, onde o próprio magistrado ou um de seus pares facilita o julgamento”.

No ofício enviado a Toffoli, o ministro Gilmar Mendes diz que os funcionários da Receita fizeram “ilações desprovidas de qualquer substrato fático” não apenas a ele mas “em relação a todo o Poder Judiciário”.

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Mendes relata a Toffoli que “auditores fiscais não identificados” da Receita estariam realizando “pretenso ‘trabalho’ voltado a apurar possíveis ‘fraudes de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência’ praticados por mim e/ou meus familiares”.

Segundo ele, nenhum fato concreto é apresentado nos documento “que foram vazados à imprensa”.

O magistrado também informa que não recebeu “qualquer intimação referente ao suposto procedimento fiscal e também não tive acesso ao seu inteiro teor”.

Afirma ainda que os documentos deixariam claro que se trata de investigação criminal, o que “aparentemente transborda do rol de atribuições dos servidores inominados”.

Ele afirma ser “evidente” que, num Estado de Direito, todo cidadão “está sujeito a cumprir as obrigações previstas em lei” e sujeito, portanto, à regular atuação de fiscalização de órgãos estatais.

Mas afirma: “O que causa enorme estranhamento e merece pronto repúdio é o abuso de poder por agentes públicos para fins escusos, concretizado por meio de uma estratégia deliberada de ataque reputacional a alvos pré-determinados”.

Diz que “referida casuística” não é inédita e se volta contra integrantes do Judiciário “em especial em momentos em que a defesa de direitos individuais e de garantias constitucionais desagrada determinados setores ou agentes”.

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