‘Sapiossexual’ e ‘demissexual’: as novas ‘orientações sexuais’ das celebridades

O ‘sapiossexual’ precisa encontrar um parceiro ‘burrossexual’

A nova onda entre celebridades e subcelebridades é assumir as preferências sexuais. Não se trata das orientações sexuais que muitas personalidades corajosamente divulgam, mas os tipos de pessoas pelas quais elas se sentem atraídas.

Recentemente a chef Bela Gil, a cantora Simaria e a BBB Key Alves se declararam “sapiossexuais“. O termo define quem se sente atraído por pessoas inteligentes.

A atriz e apresentadora Giovanna Ewbank e a cantora IZA se assumiram “demissexuais“, que são pessoas que sentem atração sexual apenas por quem tem intimidade.

As novas “orientações” dividiram opiniões na internet. Muitos questionaram se o “demissexual” seria apenas uma pessoa sensata. Todos sabem os problemas causados quando nos apaixonamos por alguém que não conhecemos direito.

Quanto ao “sapiossexual”, se ele sente atração por indivíduos inteligentes, ele teria que achar um parceiro “burrossexual” —ou seria “burriossexual”?— que sentisse atração por ele.

Já o “burriossexual” radical seria a pessoa com fetiches, como ao ver alguém que usa expressões como “eu truce”, “com migo” e uma “foi grande perca”.

Se a moda é “sair do armário” divulgando características que atraem sexualmente, muita gente resolveu vir a público se assumir. É o caso dos “churrascossexuais”, que são os indivíduos que só sentem atração por quem sabe operar uma grelha, saiba o ponto ideal da carne e não fure a linguiça (em todos os sentidos).

Os “netflixsexuais” são aqueles que procuram um parceiro menos com fins carnais e mais para maratonar séries no streaming. Os “legiãourbanassexuais” têm uma queda por quem arruína festas e karaokês com músicas da banda de Renato Russo.

Os “pixsexuais” não resistem a quem transfere dinheiro para a conta bancária. “Sentadosnobotecocomcervejaepetiscosfalandomaldavidaalheiassexual” é uma orientação bem específica, mas popular, na qual eu me incluo.

Já os “sinistrassexuais” sentem atração sexual por quem defende igualdade social e maior participação do Estado. Por outro lado, os “destrossexuais” flertam com o fascismo e adoram uma mão —também boba, mas nada excitante— invisível do mercado. Na maioria das vezes, esses indivíduos também são “burriossexuais”.

Voltamos em breve com novas orientações sexuais.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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