Fiat lux!

nosso-senhor-da-luz-dos-pinhaisBeto Bruel. © Marcelo Elias

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O consumidor e os postos de combustíveis

A fiscalização em postos de combustíveis quase sempre rende autos de infração, multas e fechamento de bombas. O Procon do Rio de Janeiro no mês de junho deste ano realizou fiscalização em apenas quatro postos nas zonas Norte, Oeste do Rio de Janeiro e em Niterói.

Todos os postos tinham irregularidades. As fraudes encontradas: gasolina sem procedência e o comprovante fiscal; problemas na manipulação no sistema de distribuição de gás (GNV), oferecendo riscos aos funcionários e consumidores; licenças vencidas e inscrição estadual irregular.

Na fiscalização carioca, os agentes identificaram ainda bomba baixa em um dos bicos da bomba de gasolina, que é quando o consumidor recebe menos combustível do que é informado na bomba de abastecimento, algo relativamente comum no Brasil.

Ou seja, o consumidor paga por uma quantidade de litros, mas recebe menos.

Em Jacarepaguá – RJ fiscais interditaram quatro bicos de combustíveis de um posto, três deles por ter sido constatado bomba baixa e outro por apresentar vazamento.

Em maio deste ano, o Procon de Campo Grande – MS, fiscais autuaram estabelecimento que não possuía visibilidade da tela do abastecimento, o alerta daquele órgão, se estende ainda para que os condutores verifiquem se os valores estão zerados na hora de abastecer, bem como, conferir se o valor cobrado é o mesmo registrado no painel.

Vale ainda, exigir que, no ato do abastecimento o frentista esteja acionando o “gatilho” para evitar que seja “injetado” apenas ar no tanque de combustível do veículo.

Aqui no Paraná a legislação proíbe encher o tanque até a boca, cessando o abastecimento quando se dá o automático da bomba.

Algumas dicas do Instituto Combustível Legal na hora de abastecer:

Abasteça sempre em postos de confiança. Saia do carro para acompanhar o abastecimento e informe ao frentista, claramente, qual combustível deseja abastecer e a quantidade. Preste atenção se o bico na boca do tanque corresponde ao combustível solicitado. Se você estiver de moto, é obrigatório o desembarque do veículo.

Confira se o preço indicado na bomba de abastecimento é o mesmo anunciado em placas na entrada do posto. Assim que descer do veículo, verifique se a bomba teve os seus valores zerados no visor.

Se abastecer com etanol, preste atenção ao densímetro acoplado à bomba, um aparato que fica flutuando dentro de uma ampulheta. Preste atenção se durante o abastecimento o equipamento se mexe, sinal de que o combustível está passando por ele. Se a coluna vermelha do densímetro estiver acima do nível do líquido, o etanol tem problemas. Caso desconfie, denuncie o posto.

Exija a nota fiscal, pois, caso tenha problemas com o combustível, este é o documento que comprova a sua relação de consumo com o posto.

Prefira abastecer de manhã, sem a dilatação por causa do calor, entrará mais combustível no tanque. Em tempo: as fraudes em tributos relacionadas com combustíveis no Brasil geram um prejuízo em torno de 14 bilhões por ano.

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Mais um caipira em Saint James

Bolsonaro vai a Londres para o funeral da rainha Elizabeth II. O pretexto é visita de Estado, mas na realidade será evento da campanha eleitoral, como o ridículo e vexaminoso Sete de Setembro, que começou – e foi proibido pelo TSE – de veicular como propaganda. O presidente do Brasil será ridículo e canhestro de novo, mais no Exterior que no Brasil, porque lá fora fica evidente nele o desconforto caipira, o desalinho e a ausência do talhe de estadista, será presença apagada, primeiro por representar um país que seu governo transformou em pária entre as nações civilizadas.  O que esperar de um presidente que espera uma hora em antessala da ONU para dizer a Donald Trump uma única frase: “I love you Mr President” (talvez daí tenha vindo o “imbrochável”…).

Como será evento de campanha, Bolsonaro chegará na Inglaterra com a braguilha aberta, de um lado o Véio da Havan fantasiado de periquito (para sua campanha de senador por S. Catarina), de outro Micheque, fazendo ares de mulher bem comida. Mas fique tranquilo, brasileiro pensante. Não será o primeiro ridículo da oligarquia brasileira na Inglaterra. Nos anos 1950, Assis Chateaubriand, empresário de imprensa, comprou a peso de ouro um quadro de Winston Churchill (considerado pintor amador) e foi recebê-lo do autor, em Londres. No meio da cenografia, sacou da mala um jibão e um chapéu de jagunço, vestiu-os num surpreso Churchill, a quem obrigou a ajoelhar-se para receber nos outros três toques da peixeira que Chateaubriand também trazia.

Com o quadro na mão e a pretexto de documentar a entrega, Chateaubriand aprontou uma das palhaçadas que impunha e condecorou o ex-primeiro ministro inglês como cavaleiro da Ordem do Jagunço, criada por Chateaubriand macaqueando a comenda inglesa da Ordem da Jarreteira. Ficaria feio dar a Churchill o título de Sir (como em Sir Ney, de onde surgiu Sarney, o avô do ex-presidente, que assumiu o sobrenome de engenheiro inglês que construía ferrovia no Maranhão). Talvez tenha ficado no Nhô Winston. Portanto, Bolsonaro será apenas mais um caipira na corte de Saint James. Compare depois com a foto de Lula e Marisa com a rainha e o príncipe Philip.

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Elas

meu-tipo-inesquecível-Anelis-AssumpçãoAnelis Assumpção: “Sou suspeita, sou sujeita, não sou santa”. © Ana Turra

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Ricardo Silva

De-olho-ricardoRicardo Silva nasceu no dia 12 de setembro de 1961|Autorretrato

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Playboy|1970

1970_10_Madeleine___Mary_Collinson_Playboy_Centerfold1970|Madeleine & Mary Collinson. Playboy Centerfold

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Elas

meu tipo inesquecível ninaslovenkaNina Ivasinin, atriz de Slovenka|Slovenian Girl.

Alexandra é uma jovem do interior da Eslovênia, que estuda letras na universidade de Ljubljana, capital do país. Abandonada pela mãe e criada pelo pai, o operário e boêmio Edo (Peter Musevski), ela planeja ganhar o mundo. Para alcançar seus objetivos, Alexandra trabalha como garota de programa, sob o pseudônimo “Slovenian Girl”, atraindo seus clientes através de anúncios de jornal. Sua vida segue como planejado até que a morte de um figurão em um dos seus programas a coloca em evidência na mídia e na mira do submundo dos cafetões eslovenos.

Premiações: Valencia Festival of Mediterranean Cinema: Prêmio de Melhor Atriz. Slovene Film Festival: Prêmio de Melhor Ator coadjuvante para Primoz Pirnat. Eslovênia, 2012. Dirigido por Damjana Kozoleta.

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Bolsonaro manda mensagem a Rei Charles III e pergunta se ele é “unbroxable”

Jair Bolsonaro fez o decente e decretou luto de três dias pela morte da Rainha Elizabeth II, mas uma nota enviada ao novo Rei da Inglaterra chocou diplomatas: “Tudo well que you também tem uma princess, but você é unbroxable?”

Bolsonaro também escreveu: “Camilla vai will be rainha consorte? Ela é rainha com azar de have casado com you! Hahaha”. Uma curiosidade: como começou a trabalhar agora, se fosse brasileiro Rei Charles III só poderia se aposentar aos 108 anos de idade.

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A morte da rainha

Anacronismos e contradições marcam os comentários sobre o reinado de Elizabeth 2ª

“Toda rainha é má.” Achei que era um comentário sobre desenhos de princesas da Disney, mas não, estava-se falando da rainha Elisabeth 2ª. Colonização, racismo e o sistema escravagista justificavam a afirmação.

O Império Britânico cometeu atrocidades, oprimindo povos e culturas, torturando e matando, mas Elizabeth 2ª pouco teve a ver com isso, afinal, nem era nascida em grande parte dessa história. Além disso, como a Inglaterra é uma monarquia parlamentarista, a rainha exercia apenas o papel de chefe de Estado, não de governo. Ou seja, um cargo simbólico.

Pelas críticas, parece que a única postura moralmente aceitável da filha do rei seria abdicar do trono. Outros cogitaram que ela deveria ter pedido desculpas pelos descalabros colonialistas. Afinal, até o papa João Paulo 2º pediu desculpas pelas atrocidades cometidas pelos tribunais da Inquisição.

Porém o mais curioso em toda essa problematização é que boa parte dela veio de apoiadores de regimes ditatoriais e de governos que usaram as mesmas táticas imperialistas desumanas em nome do comunismo, como a URSS. Quando Fidel Castro morreu, viu-se uma enxurrada de homenagens ao ditador cubano cujo regime perseguiu e prendeu não apenas dissidentes políticos como gays e lésbicas (basta ler os relatos do escritor homossexual cubano Reinaldo Arenas).

Che Guevara, considerado por muitos como um herói na luta pela liberdade, era homofóbico. No caso dele, a explicação dada é algo como “Ah, mas naquela época todo mundo era homofóbico”. Curioso que essa consideração que leva em conta o contexto histórico e cultural valha para Che, e não para Elizabeth 2ª.

Como republicana, tenho dificuldade em aceitar monarquia, mas, pelo visto, os ingleses gostam. Como democrata, tenho ainda mais dificuldade para aceitar ditaduras, mas tem quem goste. Monarquia absolutista é inaceitável, já a parlamentarista segue preceitos democráticos. Não sei se todo rei é mau, mas todo ditador com certeza é.

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Grafipar|Década de 1970

Passarola era uma publicação mensal de passatempos editada pela Grafipar com exclusividade para a Varig. Editor: Faruk El-Khatib, Redator: Nelson Faria, Arte: Rogério Dias.

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O seu primeiro mês num regime absolutista

Depois de 30 anos de democracia, apoiada por uma Constituição Cidadã, não é simples para muita gente passar a viver num regime autocrático. A não ser que você seja do partido que comanda o Estado. O que não parece ser o seu caso, já que está lendo este artigo e não espionando o vizinho.

O que fizemos aqui foi elencar alguns procedimentos que podem ser benéficos à sua passagem da liberdade à uma eventual privação de ideias e opiniões.

São muitas dicas, mas uma delas é a mais importante de todas: esqueça que você pode se queixar. E, claro, encare o novo momento absolutista com positividade. Até porque, se não fizer isto, não poderá encarar mais nada na vida.

Aquecendo-se na prática autoritária:  busque ver como seus amigos e colegas de trabalho estão se comportando no cotidiano e imite-os. Nas conversas polêmicas sobre minorias, racismo, homofobia e armamento da população infantil faça ouvidos de mercador. Autocracia é cultura de rebanho, quem o abandona, vira ensopado de ovelha.

Paradas militares: como você já deve ter percebido, as paradas gays sumiram. O que se vê são apenas paradas de tropas e equipamento bélico. E elas acontecem semanalmente. A sua presença não é obrigatória, mas, os que não vão, perdem o direito à Previdência Social e ao SUS. Na segunda falta, perdem o R. G. e o CPF. Por isso, é melhor não faltar. Mais: tente chegar cedo e arrume um lugar perto do palanque das autoridades. Não basta ir à uma parada militar, é preciso ser visto. Leve os familiares.

Empregos femininos: você, do sexo feminino, já sacou que o seu salário não se equipara aos dos homens. Onde ele tem um pouco mais valia é nas Forças Armadas. Mas só para as mulheres soldadas, as que efetivamente preparam o grude nos quartéis e faxinam tudo.

Ativismo social: não há ativismo social no absolutismo.

Armamentos: tire proveito, ao máximo, da possibilidade de se autodefender. Cada cidadão tem direito a receber do Estado um revólver calibre 38. Para desburocratizar o país, as pessoas não precisam mostrar documentos às autoridades. Basta apresentar a arma e está liberado. Em breve, poder-se-á fazer uma série de operações úteis com um 38, como sacar dinheiro, pagar contas e carregar o celular pré-pago.

Voluntariado: é de bom tom oferecer-se como voluntário para dar aulas de educação moral e cívica em escolas públicas. Não é necessário saber nem moral, nem cívica, nem ler livros de Hobbes para a classe. Durante as aulas, aja como os professores agiam no tempo da ditadura: converse com os alunos sobre futebol e conte piadas. Nas provas, deixe todo mundo colar. Essa ditadura não será diferente da de 1964.

Escolhas culturais: opte por revelar seus conhecimentos apenas sobre música sertaneja, hinos evangélicos, filmes pornô estrelados por deputados e quadros de Romero Britto. Já será o suficiente para mostrar que tem verniz intelectual. Um ótimo tema para conversar em jantares e outros eventos sociais é a defesa de que a terra é plana e Adolf Hitler era de esquerda. Citar Olavo de Carvalho também mostra pertencimento ao grupo.

Detalhe importante: nunca diga o nome Chico Buarque nesses ambientes.

Adote uma postura proativa: é difícil acostumar-se a um regime supremacista branco. Ainda mais em um mês. Contudo é importante manter-se confiante no futuro e até mesmo ficar sempre bem humorado. Recorde-se que estão, no fundo, facilitando as coisas para você enquanto cidadão. Gastar saliva com discussões políticas, dar palpite sobre problemas do seu bairro, sair de casa para votar, tudo isto – e muito mais – agora é feito pelo governo. E ele só cobra a sua aquiescência. Retribuir a essa ajuda na forma de um bonito sorriso é o mínimo esperado.

22 outubro|2018

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Cartas da Clausura – IV

Muito tempo atrás me consultei com um médico chinês. Mas não um médico chinês qualquer. O senhor devia ter sido colega de classe do Confúcio. Poderiam muito bem ter estudado na Universidade Imperial de Pequim, na cadeira Chás e Infusões – II . Falava pra dentro o anciãozinho. Eu só o entendi quando me pediu pra contar como havia sido meu dia. Mandei palavra pra fora da goela. Depois de uns 20 minutos de garganteação, ele se levantou com dificuldade, abriu a porta da sala, e me disse:

– Procura dicionário significado palavra dogmatismo. Retorno 15 dias.
Obedeci, consultei o Houaiss, e voltei na data aprazada. Nem sentei no tamborete e ele já mandou esta:
– Que coisa é dogmatismo?
E eu:
– O contrário de pragmatismo.
– Que coisa é pragmatismo? – perguntou.
– É viver de um modo prático, sem dogmas.
O china deu uma gargalhada gutural, socou a mesa, e gritou:
– Vai viver modo prático, vai! Não precisa remédio, vai embora!
Me mandei, inclusive sem pagar. E só escrevi este enorme nariz de cera pra dizer um troço importante. Se estamos escancarando o comércio em São Paulo e, por conseguinte, vamos arrear o popô num mourão (ops) logo ali adiante, por que não sermos pragmáticos e exigirmos uma segunda coisa: que reabram os parques e bibliotecas públicas logo de uma vez.

Preciso pegar dois livros fundamentais na Biblioteca Villa Lobos e nem o telefone atendem. Se é pra morrer de Covid, que fiquemos de pés juntos mais ilustrados. E, claro, sem dogmatismos.

Sabadão. Depois de muito tempo resolvi assar uma carninha na grelha de casa. O que mais me irrita nessas ocasiões é que sempre falta um item para acender o fogo. Foi espalhar o carvão e já tive que gritar: “não tem álcool!” Imediatamente apareceram na churrasqueira meus quatro filhos e a esposa, cada um com sua embalagem de álcool em gel nas mãos. Um minuto depois, o vizinho tocou a campainha e também foi logo oferecendo o seu Zulu 70 graus. Pandemia é tristíssimo, mas, como tudo na vida, tem um lado aproveitável.

Tirei um cochilo após o almoço dominical e sonhei que Abraham Weintraub acabara de ganhar o Nobel de Literatura. Seu discurso era comentado no mundo inteiro. Tanto pelo tema (a importância da valorização da sintaxe), como por ele ter sido o primeiro brasileiro a receber tão colossal honraria. O presidente Bolsonaro comparecia à cerimônia de entrega do prêmio e discursava em inglês, francês e alemão. Em seguida acontecia a apresentação da Osesp tocando Villa Lobos, Claudio Santoro e Guerra-Peixe.

Quando Weintraub recebia o abraço de Bob Dylan, senti uma pressão aguda nas costas. Era minha mulher me acordando. É isso que dá comer rabada com agrião depois das três da tarde.

Recebi a foto de um amigo jantando num restaurante no Rio. Ele estava de máscara, comendo com talheres de plástico, e foi examinado por um termômetro-pistola antes de entrar na cabine de desinfecção. Em cima da mesa havia sal, pimenta do reino e álcool gel. Mas, segundo ele, o petit gâteau estava divino.

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