Bia Kicis se desespera com campanha para votação de jovens e mente sobre Anitta

Ciente de que adolescentes estão entre os segmentos que mais rejeitam Jair Bolsonaro (PL), a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), uma das mais fieis apoiadoras do presidente, não gostou nem um pouco da campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que estimula a participação de jovens de 16 a 18 anos nas eleições e que ganhou apoio de artistas, como a cantora Anitta.

Para atacar a campanha, Bia Kicis chegou a inventar uma mentira com o intuito de estimular reação de seus seguidores. Ela compartilhou uma matéria do “Jornal da Cidade Online”, site conhecido pela divulgação de fake news, afirmando que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) compartilhou uma postagem de Anitta incentivando voto contra Bolsonaro.

Apesar de ser crítica ao atual presidente, a cantora não o mencionou na postagem compartilhada pelo TRE. “Então agora é isso, hein. Me pediu foto quando me encontrou em algum lugar? Se for maior de 16 eu só tiro a foto se tiver foto do título de eleitor”, diz a postagem de Anitta.

Equipe Ultrajano

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Direitos dos idosos

Saúde – o idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS) e é vedada a discriminação nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.

Transporte – nos veículos de transporte coletivo, serão reservados 10% dos assentos para idosos, assim como é assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados.

Educação e Cultura – o idoso tem direito a 50% de desconto nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer.

Trabalho na terceira idade – é proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.

Violência – o Estatuto do Idoso determina também que nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão. A lei considera como violência praticada contra idosos qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.

Abandono – abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, conforme o artigo 98 do Estatuto do Idoso, gera pena de detenção de seis meses a três anos e multa.

Pensão alimentícia – os idosos que, a partir de 60 anos, não têm condições de se sustentar nem contam com auxílio de parentes próximos têm direito a pensão alimentícia.

Caso os filhos não tenham condições financeiras de pagar o benefício, o idoso pode pleitear o benefício assistencial oferecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O valor do benefício corresponde à garantia de um salário-mínimo, na forma de benefício assistencial de prestação continuada mensal, devido à pessoa idosa com 65 anos ou mais que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e, também não possa ser provida por sua família (CNJ).

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Catilinárias

As Catilinárias (em latim In Catilinam Orationes Quattuor) são uma série de quatro discursos célebres de Cícero, o cônsul romano Marco Túlio Cícero, pronunciados em 63 a.C.. Mesmo passados dois mil anos, ainda hoje são repetidas as sentenças acusatórias de Cícero contra Catilina, declaradas em pleno senado romano:

Até quando, Catilina, abusarás
da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino,
nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!

*Marcus Tullius Cicero

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Réquiem para o telefone

No Brasil até outro dia, famílias iam aos tribunais por causa dele

Se você, como eu, ainda é usuário de um exótico telefone fixo, sabe do que estou falando. É raro alguém atender às nossas ligações. Com razão: chamadas de telefones fixos tornaram-se sinônimo de telemarketing. Eu próprio, quando recebo uma, só a custo consigo manter certo humor. Digo: “Desculpe, minha filha. Não posso falar com você agora. Vovó acaba de falecer aos 99 anos”. E, quando a moça se desmancha em “Oh! Meus pêsames!”, acrescento: “Obrigado. Ela morreu de parto”. E levo uma desligada rápida.

Da mesma forma, sei que até os telefonemas de celular para celular passaram a ser ignorados. As pessoas hoje só se comunicam por WhatsApp. É o fim do telefone, depois de quase 150 anos de grandes serviços prestados. Em breve ninguém acreditará que, até cerca de 1990, ele era um dos bens mais valiosos do Brasil —famílias iam aos tribunais por uma linha ou um aparelho.

Um telefone correspondia a xis ações da companhia telefônica. Era obrigatório declará-lo no imposto de renda. Comprá-lo levava séculos —uma linha demorava tanto para sair que podia-se morrer de velhice esperando. Entrava-se em consórcios para adquiri-lo e as pessoas davam festas ao serem sorteadas. Os testamentos o incluíam entre os bens do inventariante, junto com o carro ou o apartamento. E, nos divórcios, era tão disputado que, às vezes, o casal desistia da separação —valia a pena continuar aturando o cônjuge para não perder o telefone.

Com cruel frequência, Paulo Francis escrevia em sua coluna na Folha nos anos 80 que, em Nova York, onde ele morava, um telefone era a coisa mais fácil do mundo. Ligava-se do orelhão para a telefônica e, em uma hora, vinha um sujeito de macacão com um aparelho, plugava-o na tomada e passar bem. Morríamos de inveja e nos perguntávamos como podíamos ser tão atrasados.

E, justamente agora que podemos ter isso, não queremos mais saber do telefone.

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Padrelladas

Estava remexendo nos meus guardados e encontrei minhas crônicas do antigo Correio de Notícias. Na Carta à Berta escrevi: “…Morretes está ligada a Antonina por duas pontes sobre o rio Nhundiaquara. Uma delas, recente. Deve ter uns dez, doze anos. A outra, secular. E é o xodó da cidade.

A ponte velha não permite tráfego pesado. Por ela só podem passar carros pequenos, bicicletas, motos, pedestres. Inclusive, a Prefeitura, mui zelosa de seus patrimônios, fez afixar tabuleta à entrada da ponte, avisando.

Adivinha aí, Berta, caminhões de quem passam carregados de saibro pela ponte velha. Se você falou caminhões da Prefeitura de Morretes vá acertar assim no raio que a parta.”

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Que falta faz Millôr Fernandes

O debate político brasileiro precisa de humor e ceticismo

Filho de imigrantes, nascido no subúrbio carioca do Meyer em 1923, Millôr Fernandes começou a escrever na revista “O Cruzeiro” aos 16 anos e teve uma das carreiras mais longevas do jornalismo brasileiro. Foi desenhista, dramaturgo e tradutor, mas preferia ser chamado de jornalista: “para evitar qualquer pretensão”, dizia. Faleceu há dez anos, em 27 de março de 2012, e deixou um vácuo na imprensa e no debate público. Que falta faz Millôr nesses tempos polarizados. Que falta faz seu ceticismo.

Falo do ceticismo analisado por Michael Oakeshott, aquele que se contrapõe à fé extrema na política: ceticismo como dúvida constante sobre construções racionais que se arvoram a criar sociedades perfeitas. Segundo Millôr: “Se uma pessoa estava no governo, eu ficava contra. Isso em qualquer época”.

Mas o ceticismo milloriano não se aplicava apenas ao poder institucional, e sim a ideologias de um modo geral. Após ser demitido de O Cruzeiro (por causa de uma sátira à Bíblia), Millôr publicou a “Pif-Paf” um mês após o golpe militar. A revista criticava a ditadura, óbvio, mas também se opunha à esquerda dogmática. Tiradas irônicas como “Os comunistas são contra o lucro, nós somos apenas contra os prejuízos” ou “Esta revista será de esquerda nos números pares e de direita nos números ímpares” permeavam as edições. Imagine essa postura em plena Guerra Fria, comunismo versus capitalismo: quando todos tomam partido, é preciso coragem para não tomar partido algum.

Atualmente, vemos dicotomia semelhante: quem critica Bolsonaro é chamado de petista e quem critica Lula vira logo bolsonarista. Como se a oposição a “A” implicasse necessariamente em apoio a “B”, ou seja, uma falácia lógica grotesca. O mesmo se dá com o identitarismo: qualquer crítica a práticas ou conceitos do movimento é taxada de racismo, machismo, homofobia etc. Nesse ambiente político tóxico e abafado, que falta nos faz uma lufada de ceticismo. Que falta nos faz Millôr Fernandes.

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The Sims

Às vezes, a vida da gente parece uma edição da série de jogos de computador “The Sims”, aquele simulador de realidades. Lá em cima, alguém arquiteta ou brinca de colocar a gente em tal lugar, naquele exato momento, no interior de um desenho, paisagem, construção ou decoração inventada, sempre com um propósito criativo e nunca o faz aleatoriamente.

Boa parte dos conflitos que se dão nesse tabuleiro, aqui embaixo, frutificam dos nossos medos e anseios em querer controlar as regras do jogo, perdendo a confiança ou simplesmente se esquecendo de que aqueles planos, metas, potenciais e estímulos já foram traçados, escritos e que até as suas reformulações não obedecem a critérios espontâneos, mas milimetricamente calculados e previsíveis. Assim dizendo, parece algo desestimulante, apático e triste, mas não.

A serenidade de confiar, se soltar e de compreender esse desenho arquitetônico aponta caminhos e nos desafia a todo momento a descobertas incríveis, que não eram acessadas enquanto tentávamos forçar e torcer tudo a nosso desfavor. Temos missões e potenciais revoluções, sim, nos ditames desses propósitos. É do aprendizado.

No pacto maior, cada um tem um papel particular e humano, amoroso e solidário, de se posicionar e de se movimentar por esse caminho apontado. E quando estamos a ponto de perder as forças, o socorro vem ao se jogar, encarar e admitir as próprias fragilidades. As inquietações, cada passo, sinal e inspiração são luzes que guiam e iluminam a estrada. As reviravoltas mais criativas, corajosas, que parecem subverter tradições, convenções e acomodações também são frutos de tais contratos.

Tudo o que a alma grita e direciona é parte de um grande traçado maior de aprendizados e de crescimento. De brincadeira em brincadeira, transitamos cegos e desorientados entre apegos e futilidades, amarras e crenças limitantes, até o despertar da consciência para o milagre da vida, cujo entendimento sempre esteve ao alcance de nossa aceitação e medido em distâncias e desvios de ignorâncias.

Quem dera a gente mantivesse a mente e a vibração cotidianamente sintonizados na frequência da felicidade dos nascimentos bem-vindos, no prazer dos encontros desejados, na satisfação proveniente das tarefas concluídas e na grata inspiração que brota das palavras quando elas injetam generosamente significados e lampejos de sabedoria no nosso espírito. E na responsabilidade afetiva do cuidado.

Essa energia nos move em tráfego livre e silencioso, que reflete toda a beleza da simplicidade e do desprendimento. Mas chega um momento em que é preciso alardear. Eis um segredo que deve ser compartilhado, fofocado à vontade para inspirar verdadeiras e tresloucadas jornadas que naturalizem o bem querer, o encanto, o respeito e as amizades.

O legado de tudo isso é virar para trás e poder dizer: fui assim! Como sinônimo direto de ter sabido viver e de ter transcendido as barreiras, limitações e privações físicas para explorar a plenitude daquele esboço planejado em detalhes amorosos e descrito de forma esmiuçada, segura e confiável da nossa existência. Quando se enxerga dessa forma, brincar de viver passa a ser uma deliciosa experiência em complemento aos sonhos. Acordar fica menos penoso e mais consciente. Assumido.

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O mel e a fumaça

BOLSONARO e a nova ideia de gerico: tirar Fernando de Noronha de Pernambuco e trazer para a União. Sonha em fazer da ilha sua Miami particular, com traficantes do mundo inteiro, fascistas de todas as bandeiras e seu Mar-a-Lago particular, como o mocó de Donald Trump na Flórida. Interesses sempre  os há, a começar pelos dos filhos, que fazem propaganda de armas, cloroquina, estricnina e cafiaspirina. Só um grupo – ainda – pode segurar mais uma terra arrasada pela família Bolsonaro: a bancada evangélica, adversária do jogo (não por princípio, mas porque leva pra outro lado o dinheiro do dízimo).

Puxando Noronha para a União, em seguida Bolsonaro imita Sarney no Amapá, transforma Noronha em Estado e será senador perpétuo. O Paraná, com um governador que não é inimigo, adversário e de vez em quando aliado, podia tentar federalizar a Ilha do Mel. Não tem aquele mulherio de bonitezas de Noronha, as amigas de Giovana Ewbank, mas o mel pode virar cannabis (quando fui lá na juventude nunca vi abelha, mas a fumaça voava com esquadrilha própria). Nossa ilha pode se transformar num Fernando de Noronha júnior. Pode até virar refúgio do outro júnior ou – não é impossível – de Ricardo Barros.

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#ForaBozo!

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No evangelho de são Milton Ribeiro, pastores integram o gabinete paralelo Dele

E Jesus disse: ‘Só não os convido para se sentarem conosco porque eles exigem comer 10% do prato de toda a gente’

E, entrando Ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: “Quem é este?”. E a multidão dizia: “Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia”. E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que ali vendiam e compravam, exceto os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, cujos negócios eram dignos e realizados em nome do Senhor.

E então um cego e um coxo se aproximaram de Jesus, para que Ele os curasse. Mas Gilmar e Arilton disseram: “Falai primeiro conosco, pois somos o gabinete paralelo do Senhor, e fazemos a intermediação”.

Então o cego disse: “Gostaria que Jesus me devolvesse a capacidade de ver”. E o pastor Arilton respondeu-lhe: “Com certeza, mas primeiro transfere R$ 15 mil para a minha conta, para eu protocolar a sua demanda junto do Messias”. E depois o coxo disse: “Eu também gostaria que Ele me curasse”. E Arilton propôs: “Você precisa depositar R$ 40 mil para ajudar a igreja. Uma mão lava a outra, né?”.

E quando, mais tarde, Jesus lavou os pés dos discípulos, na Última Ceia, todos viram que era, basicamente, o mesmo procedimento caridoso: mãos que lavam os pés, uma mão que lava a outra, tudo a mesma coisa.

Depois chegou ao templo o prefeito do município de Luís Domingues, no Maranhão, que queria a ajuda de Jesus para construir uma escola. E Arilton solicitou: “Traz um quilo de ouro para mim”. E a multidão ficou comovida com a bondade do pastor Arilton, porque eles tinham ouvido Jesus dizer que era mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E por isso aquele era um gesto tão belo. Aliviava o outro daquelas imundas riquezas, passando ele a suportar o fardo. Ao mesmo tempo que facilitava a entrada do outro no reino de Deus, dificultava a sua. E o mais impressionante era a despreocupação e o entusiasmo com que o fazia, sem pensar duas vezes no pesado transtorno que aquilo lhe iria causar.

E Jesus disse: “Em verdade vos digo, os pastores Gilmar e Arilton são dignos representantes da minha mensagem de despojamento e amor, e só não os convido para se sentarem à mesa comigo e com os meus apóstolos porque eles exigem comer 10% do prato de toda a gente”. Palavra da salvação.

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Delegados e policiais podem conceder medidas protetivas às mulheres que sofrem agressões

A alteração legislativa feita em 2019 na Lei Maria da Penha permite afastar sem decisão judicial o suposto agressor do domicílio em caso de risco à vida da mulher.

Foi questionada a constitucionalidade dessa lei e o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou válida a alteração promovida na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006).

A lei permite que, em casos excepcionais, a autoridade policial afaste o suposto agressor do domicílio ou do lugar de convivência quando for verificado risco à vida ou à integridade da mulher, mesmo sem autorização judicial prévia.

Diante do risco atual ou iminente à mulher em situação de violência doméstica e familiar ou a seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado​ do local.

A medida poderá ser implementada pelo delegado de polícia, quando o município não for sede de comarca​ (quando o juiz responsável não mora na localidade), ou pelo policial, quando não houver delegado disponível no município no momento da denúncia.

Nesses casos, um juiz deve ser comunicado, em no máximo 24h, para decidir sobre a manutenção ou revogação da cautelar.

Durante a pandemia aumentaram os casos de violência doméstica e, nesse período, 24,4% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos sofreram algum tipo de violência ou agressão, física ou psicológica. Cerca de 66% dos feminicídios ocorreram na casa da vítima e 3% na do agressor. Em 97% dos casos, não havia qualquer medida protetiva contra o agressor.

Cerca de 56% das violações ocorrem na casa da vítima, 19% na casa do suspeito e 25% outros locais.

Na verdade, essa medida deveria abranger outros segmentos, como crianças, idosos ou quaisquer pessoas que sejam ameaçadas.

A lei foi questionada pelos setores que querem garantir poder, mas que não têm a leitura constitucional adequada da Lei Maria da Penha.

O poder de deferir a medida cautelar para outras autoridades e de forma ampla, sem exceções quanto à ausência de juiz na comarca, é fundamental, pois o poder judiciário não possui a agilidade que o combate à violência às mulheres e a proteção constitucional lhes exigem.

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Governo Bolsonaro extermina futuro das crianças

pandemia da Covid-19 aprofundou a crise na educação, mas não a forjou. Escancarou a tragédia de uma área negligenciada por um governo incompetente e mal-intencionado. Não é por boa-fé que um presidente da República, em três anos de mandato, conta quatro ministros da Educação; quatro presidentes do FNDE, o fundo que banca as políticas públicas do setor; e cinco presidentes do Inep, o órgão responsável por monitoramento e avaliação do sistema educacional, além da aplicação do Enem, porta de entrada dos jovens no ensino superior.

À luz do atual escândalo, está claro que exterminador do futuro de crianças e adolescentes brasileiros é o veneno que mistura desmonte institucional, violação à laicidade do Estado, tráfico de influência, corrupção e propina em barra de ouro.

Jair Bolsonaro nunca escondeu ser motor de destruição da educação, da cultura, do meio ambiente. Elegeu-se para, em aliança com líderes evangélicos, militares, grileiros, lobistas das armas, levar a nocaute direitos humanos, instituições democráticas, reputação diplomática, pactos civilizatórios consagrados. Na educação, indicou, segundo declaração do próprio titular da pasta, o pastor presbiteriano Milton Ribeiro, um par de religiosos sem cargo no governo para intermediar o acesso de prefeituras aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, sob a gestão de aliados do Centrão.

A parceria público-privada de pilhagem do Estado já tinha sido identificada pela CPI da Covid, tanto no gabinete paralelo de formulação da política pública de saúde quanto nos intermediários ilegítimos da compra de vacinas. A comissão parlamentar apresentou ao país o reverendo Amilton Gomes de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, uma entidade social batizada como órgão público.

O religioso conseguiu uma reunião no Ministério da Saúde para a empresa Davati oferecer ao governo 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca, imunizante que já era alvo de acordo do laboratório estrangeiro com a Fiocruz. O reverendo Amilton logrou em quatro horas o que a Pfizer levou meses para conseguir.

Flávia Oliveira

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Didot. © FunPop

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Conservadores do mundo: uni-vos!

Cabe a todos os democratas trazer de volta cada uma das ideias roubadas

Um dos meus prazeres nas madrugadas insones é digitar “Suassuna” no YouTube e passar horas pulando de stand-up pra stand-up. O nacionalistíssimo artista paraibano deve estar se revirando no túmulo com o termo “stand-up”, mas não há outro nome para aquelas palestras cômicas tão bem escritas e magistralmente executadas.

Suassuna foi o maior dramaturgo brasileiro na comédia e também um dos que melhor formularam um projeto para uma arte nacional popular e refinada.

A trilha aberta pelo “Auto da Compadecida“, infelizmente, foi pouco seguida. (Como exceção, o próprio filme e a série da peça, dirigidos por Guel Arraes e escritos com Adriana e João Falcão, que souberam emular a prosódia cômico-poética à perfeição).

Caso tivéssemos levado adiante o bastião de João Grilo e Chicó, nosso teatro poderia ter desembocado numa sofisticada dramaturgia para as massas, algo equivalente a um Neil Simon, nos Estados Unidos. Na TV, poderíamos ter criado uma linguagem de sitcom original, brasileiríssima.

Mas, por razões que me escapam, a comédia popular foi pra um caminho tosco, enquanto a busca pela profundidade acaba quase sempre num pseudointelectualismo prepotente e abstruso, de cineastas que têm mais vontade de aparecer como revolucionários da linguagem do que de aprender a contar uma história.

Ariano Suassuna era um conservador e reacionário de esquerda. Detestava a televisão, o hambúrguer, o rock, o pop e quase tudo o que vinha dos EUA. Discordo da maior parte dessas visões, mas é impossível não reconhecer em muitas delas críticas válidas ao mundo contemporâneo.

Outro reacionário maravilhoso, este à direita, foi Nelson Rodrigues. Em suas peças e crônicas, conseguiu passar a contrapelo tanto o falso moralismo à destra quanto as mudanças comportamentais à sinistra. Parte da originalidade do Nelson vem do fato de ele ser alguém não “à frente do próprio tempo”, como se diz, mas atrás. (No fim das contas, para ter uma visão original basta olhar de outro ângulo: qualquer outro).

O apoio de Nelson à ditadura causa repulsa, mas só quem nasceu sem um pingo de humor lê sem rir as descrições que ele faz dos hippies, da “estagiária de calcanhar sujo”, dos jovens e arrogantes artistas cabeludos decretando o fim do teatro, do cinema, da literatura.

Conservadorismo e progressismo não são bons nem maus por si só. Tudo depende do que se pretende conservar, onde se quer progredir. O bolsonarismo sequestrou termos e comportamentos. Além da família, do futebol, do amor ao país, de Deus e até do frango com farofa, garfou o termo conservadorismo. Não há absolutamente nada de conservador neste governo. É um plano de destruição: da natureza, das instituições, do patrimônio histórico, da arte e da vida.

Cabe a todos os democratas trazer de volta cada uma das ideias roubadas. Como aqueles caras do Greenpeace em vazamentos de petróleo, limpando albatrozes e pinguins com umas esponjinhas, temos que esfregar ideia por ideia com thinner, tirando dela a substância tóxica e viscosa sob a qual quase morreu sufocada.

Faremos isso em nome de um conservadorismo radical. Por nossas famílias —em todas as possíveis composições. Por nosso país —não o dos Bandeirantes, mas o dos afro-sambas. Pela liberdade —não de esculachar e matar o próximo, mas de cada um viver como bem entender.

E, pra quem acredita, por Deus —não o dos pastores que negociam propinas, mas o Deus, os deuses e as deusas dos que, em todas as religiões, levam sentido, esperança e conforto a milhões de brasileiros.

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André Hachette

Jeune fille en buste, voile transparent sur les cheveux, (Sarah-Liévine-) autochrome, 1907.

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