Ménage é homenagem

Adriano Imperador nega ter feito sexo a três, ele, Gracyane e Belo. Diz que nem sabe o que é “ménage à trois” a suruba elementar, básica, do três em um, ou em uma. Em inglês chama-se threesome, porque um dos três que sempre pode acompanhar o processo. Algo como a trivela, aquele chute com o lado do pé, que o craque praticava nos campos do Roma, onde adquiriu seu título de nobreza. Então a gente explica para o Imperador: ménage é o mesmo que homenagem, convite para a festerê.

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A Demissão – 19 horas – Examinando o script, Francisco Cuoco descobre que é Carla  Camurati, no papel de uma empregada doméstica na mansão de dois mafiosos presos pela polícia. Desesperado, agarra Armando Nogueira que passa pelo corredor e exige uma nota de esclarecimento no Jornal Nacional. Camargo, ainda no camarim, finge indiferença. Pedro atira o iogurte na cara de Laurinda e sai pela culatra. Jacinto volta da Europa e encontra todo o elenco da novela de malas prontas. Reage. É demitido. Confusão. Celeste finalmente recupera a visão e se atira do décimo andar. Vespúcio tenta atravessar a Avenida Paulista. O sucesso o espera do outro lado, num boteco suspeito. Sobem as passagens de avião. Terror. Há rumores de demissão de diversos ministros.

 A Farsa – 19h50 – Demóstenes recusa a pizza e é mal interpretado por Olívia, que se retira do velório. Olegário chega em casa e não encontra ninguém. Mora sozinho. O mistério aumenta quando descobre um bilhete em cima da cômoda. Não há cômoda na casa. As prostitutas que haviam seqüestrado Libório devolvem o corpo, mas sem a parte de baixo, atrapalhando as investigações. Jô Soares se desvencilha de um regime e é visto engordando numa churrascaria do Alto da Glória. Dias Gomes e Glória Magadan passeiam pelo Parque Barigüi. Dalton Trevisan os observa. Ronnie Cord é abatido a sorvetadas pelo fã-clube de Orlando Alvarado. A policia é obrigada a intervir. Veruska entrega o ouro para os bandidos. É ouro falso. Os bandidos são falsos. Veruska é falsa. A farsa prossegue. Costinha assiste a tudo, de longe.

 Sagrada Família – 20h20 – Lucinha Lins paga a conta da lavanderia com um cheque sem fundos de Renato Aragão. Eusébio, disfarçado no turco que tentou matar o papa, investe contra o padre com uma carabina. Pânico. Falta água benta na missa. As hóstias estão salgadas demais. Os fiéis invadem o púlpito. Deus não pode fazer nada. O sacristão é levado pela multidão. Ariana rasga seda enquanto Léo permanece jogando confetes. Alberto dá uma de joão-sem-braços, apesar da insistência de Rosita em fazer corpo mole. O jantar é servido. Não há comida. Débora dá com a língua nos dentes, mas não há mais nada a fazer. O galã da novela pisa no pé de Lucélia Santos, que revira os olhinhos, cede aos prazeres da carne e desmaia, estragando o capítulo. A substituição é inevitável. Gregory Peck intervém. Ninguém discute com o xerife. David Janssen passa correndo pelo set de gravação.

Aeroporto – 22 horas – Nicanor perde todos os documentos num táxi a caminho do aeroporto. José Ribamar Ferraira de Araújo Costa é supreendido tentando ouvir a grama do Maracanã crescer. Otávio compra a charrete roubada por Duarte. Pancadaria na família, pois a mãe de Otávio não quer charrete em casa. Vado suspira profundamente por Tereza, que finge amar Dario, o moribundo que dinamitou o helicóptero que levaria Talita até o aeroporto. Eunice encontra um cadáver no banheiro e perde a voz no pôquer. Lipe recupera a memória momentos antes de chegar ao aeroporto. A mãe de Nicanor perde o aeroporto. O autor da novela é preso no aeroporto, momentos antes de embarcar para a Europa. O último a sair tenta apagar a luz do aeroporto, mas é tarde demais. Roubaram a lâmpada.

Juventude Perdida – 22h15 – Raphael, depois que virou estátua, não faz movimento nenhum e permanece em silêncio, enfeitando o jardim de Mamãe Dolores. Maria Helena, preocupada com os brigadeiros para a festa, vai dar com os burros n’água. Sérgio não se conforma que o Natal caia exatamente no dia 25, pois tem compromissos inadiáveis e, apreensivo, olha os lírios do campo. Domênico vende o Pão de Açúcar para Fernando Mesquita (César) e toma o primeiro avião para Campinas, onde Cleide o aguarda com a cadeira-de-rodas roubada. Isabel Cristina, agora fazendo parte do Conselho Superior de Censura, é recebida com certa desconfiança pelos Alcoólatras Anônimos, que vendem todo o vasilhame imediatamente. As pupilas do senhor Reitor dilatam. O peru morre na véspera. Jards Macalé, bêbado, invade o quarto da Rainha da Inglaterra. Dorval e Mengálvio são vistos juntos novamente, numa pastelaria em Presidente Epitácio. Albertinho Limonta descobre que seu verdadeiro nome é Ésquilo e tenta se suicidar, se atirando debaixo do chuveiro. Seu terno encolhe. A respiração torna-se ofegante. A morte é certa. Os cães ladram.

Amor de Mãe – 23h10 – Os fuzileiros finalmente desembarcam na pequena ilha. Saem correndo atrás de cubanos e soviéticos. Tarcísio Meira deixa crescer a barba e as orelhas e parte em busca da fonte da juventude. Glória Menezes vai atrás. Onde o Tarcísio Meira vai, a Glória Menezes vai atrás. Uma barraquinha de caldo de cana é bombardeada pelos fuzileiros. Falta garapa na ilha. A desordem se alastra. Glória Meneses vai atrás dos cubanos. Jornalistas desorientados tentam explicar a invasão de Tarcísios Meiras. A população não aguenta o vai-e-vem de Glória Menezes. O cruzado despenca. Crise na economia. As estradas são bloqueadas. Ninguém sai da ilha. É sábado. Todos vão à praia. Tarcísio Meira monta uma barraquinha de limonada. Glória Menezes espreme os limões.

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A reimpressão mais aguardada!

O clássico de Valêncio Xavier, O Mez da Grippe, volta ao catálogo da Arte & Letra com uma novidade: o livro agora conta com dois formatos. O formato artesanal da editora, com impressão em risografia, exemplares numerados e encadernação feita à mão, e também a versão impressa em gráfica, com capa brochura. O livro, que entrou nas leituras obrigatórias do vestibular da PUC – PR, tem uma narrativa inovadora composta por colagens de jornais intercalados por texto de autoria de Valêncio Xavier, sobre a gripe espanhola e outras atividades da Curitiba do século XX.

Você pode comprar a versão brochura ou a capa dura no site da Arte & LetraAqui|

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Playboy|1970

197901-Candy-Loving-031979|Candy Loving. © Playboy Centerfold

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André Dahmer

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Mural da História

Lina Faria e o cartunista que vos digita, 2015. Foto de Decio Romano

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Soldas & Rettalhos

fanzine-2

Fã Zine, by Retta Rettamozo e Solda, 1989. Editora Gambá do Ano Passado. Tiragem de 100 exemplares, xerocados. Quem procurar, acha.

estremece no varal
a tarde
lenta e gradual
solda
 
eu no retrato
não sou um
sou 3 x 4
retta

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Uma noção bem periférica suspensa no centro

O buda passou distraído
Na minha calçada
Falando ao celular
Sabe-se lá com quem
É meu ponto aquele
Meditar, isolar toda imagem e fluxo de pensamento
E só
Coisa pouca
Quando chegava lá na casa de praia
Era tanto vento e sol
A gente corria de biquíni
Uma vez teve aquele golfinho morto
O mar devolveu
Um fim de tarde e a gente ficou olhando
Ali, onde aquela menina morreu afogada
No dia do aniversário
Os macacos loucos se agitando dentro da mente
Nesses galhos vários galhos
O buda, pois bem: o buda
Distraído na calçada lá de casa
Falando, falando, falando
Eu cheguei nele com tudo
Passa essa porra desse celular, seu budinha do caralho
Passa agora! Bora! Bora! Bora!
Desliga essa porra aí
Era um buda jovem
Estava lá no fundo dos olhos
Por trás daquela veste de garota distraída falando ao celular
Falando, falando, falando
Encontrei ele na calçada de casa
Aí, peguei e matei

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Mural da História

Paulo Leminski, Rogério Dias e o cartunista que vos digita, década de 1980. Foto de Francisco Kava

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Ivan, o terrível

Anuncio a quem lê e curte meus poemas e traduções, que na noite da próxima terça-feira, dia 30 de abril (véspera de feriado), no Wonka Bar (Trajano Reis, 326 – Curitiba), farei espetáculo de poesia no Porão Loquax, projeto idealizado pela incansável Ieda Godoy, originalmente sob a curadoria do poeta, professor e tradutor Mario Domingues.

Posteriormente, sob a batuta do poeta e fotógrafo Ricardo Pozzo, com o nome de Vox Urbe, o projeto seguiu apresentando poetas da cena curitibana e nacional, e marcando época na poesia da cidade.

Agora, voltando ao nome de Porão Loquax, com o Pozzo e o jovem poeta e editor Yohan Barcz na curadoria, o projeto retornou na terça passada, celebrando a obra do poeta, prosador e professor Paulo Venturelli, que lá esteve presente para acompanhar leituras de suas obras por vários de seus admiradores (alguns deles ex-alunos como eu).

Estou muito feliz então de ser a próxima atração desta nova fase do Porão Loquax. Farei um espetáculo com poemas meus, de amigos vivos e mortos, e vou propor um jogo poético de surpresa (o que será, vocês vão ter que ir lá conferir…). O Wonka abre às 20h e a apresentação deve começar por volta das 21h. Apareçam e ajudem a manter vivas as chamas da poesia!

Ivan Justen Santana

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Um ex-detetive de homicídios passa por um tratamento revolucionário para Alzheimer quando é chamado para reexaminar um brutal caso de seu passado. À medida que novos elementos surgem, uma complexa teia de mentiras se revela

A Teia|Sleeping Dogs|2024|Austrália|EUA|110 minutos|Direção de Adam Cooper

Russell Crowe … Roy Freeman|Karen Gillan … Laura Baines|Marton Csokas … Joseph Wieder|Tommy Flanagan … Jimmy Remis

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Inverno curitibano

Enéas Lour, Beto Guiz, Luis Mello, Chico Nogueira, Fernando Marés e Mário Schoemberger no Café do Teatro, em algum lugar do passado. © Beto Bruel

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