Fundo de comercio As grandes livrarias brasileiras estão mal das pernas, fechando ou falindo. A Fnac foi vendida, a Cultura está em recuperação judicial, a antiga concordata preventiva, a Saraiva fechou 20 lojas. Para manter o padrão da civilização brasileira os pontos de comércio podem vir a ser ocupados por lojas de armas.

Ensinar é doutrinar – Não deu outra, como o Insulto comentou no post ‘Sem partido é partido’. A professorinha de História, agora deputada bolsonarinha de Santa Catarina, que instigou alunos a delatar professores doutrinadores, teve foto publicada nos jornais vestindo camiseta de Jair Bolsonaro. Ela dirá que não estava em sala de aula. Bobagem, professor sempre ensina, mesmo fora de classe, seja com palavras, seja com gestos. E quando ensina, doutrina. A tia deputada quer a escola para o partido dela.

Inventadores da roda – Envelhecer tem uma vantagem, talvez a única: não se é colhido pela surpresa com a frequência da juventude. Sabe-se, porque se viu ou viveu, como as coisas começam, como desenvolvem e como terminam. Como esse governo de Jair Bolsonaro, que chega quebrando os potes, revirando o país, fazendo estragos, reinventando a roda. Ninguém faz milagres, as coisas voltam a seu lugar, nem sempre iguais, no geral voltam pioradas.

Como na Revolução Francesa, que cortou cabeças de nobres, rei e rainha incluídos, depois tornou-se democrática no morticínio, instalou a república como modelo da igualdade, o país foi tomado por um general que se fez imperador e levou à guerra e à morte milhões de franceses, para ser substituído pela dinastia derrubada pelos revolucionários – e assim prosseguiu, com avanços os recuos, novos reis, um novo imperador, sobrinho do primeiro, Napoleão.

Em cima disso, Marx escreveu um dos mais importantes estudos de interpretação histórica, de onde conhecemos sua tese de que a História se repete. O que vemos nascer no governo Bolsonaro é a repetição de um milenar sintoma histórico. Nada de novo, a não ser as vítimas, a primeira e maior delas o Brasil. Em tempo: o dito aqui também vale para Lula e seus petistas amestrados. Que, reconheça-se, tinham uma vantagem – eram educados, tratáveis, e quando não estava em jogo a adoração pelo líder, pessoas muito agradáveis.

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O governo Bolsonaro

Em apenas dois dias de governo Jair Bolsonaro o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, disse que poderia torrar US$ 100 bilhões das nossas reservas (US$ 370 bilhões), se houver especulação com o câmbio e desautorizou o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre a reforma da Previdência.

O presidente eleito previu que um dos maiores jornais do País, a Folha de São Paulo, “se acabou” e cedeu aos militares a metade das vagas no processo de transição. E anunciou que vai unir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, algo assim como unir o Movimento Sem Terras (MST) com a União Democrática Ruralista (UDR).

No mais, orou com o senador Magno Malta, pastor evangélico e cantor, que não foi reeleito no Espirito Santo, e confirmou que o levará para o Palácio do Planalto. Na terça (30), num culto evangélico, produziu a frase de estilo bíblico: “Não sou o mais capacitado, mas Deus capacita os escolhidos.”

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Brasil!

© Reinaldo

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Acostume-se

A imprensa não deixará de escrutinar o poder porque seus detentores adotam a tática da intimidação

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, parece obcecado com este jornal. No dia seguinte ao pleito, quando tradicionalmente candidatos vitoriosos desfilam com discursos magnânimos, ele se desviou do protocolo e voltou a ameaçar a Folha.

Ao Jornal Nacional, da TV Globo, reclamou de reportagem que em janeiro revelou o emprego indevido de uma servidora de seu gabinete da Câmara dos Deputados. Na época, afirmou, ela estava em férias e por isso foi localizada em Angra dos Reis (RJ), onde o deputado mantém uma casa de veraneio.

Bolsonaro deixou de dizer, no entanto, que exonerou a funcionária após nova visita de jornalistas da Folha ao balneário, em agosto, constatar que o desvio continuava. O Ministério Público abriu investigação para apurar se o deputado cometeu improbidade no caso.

Seria apenas mais um episódio desimportante de memória seletiva de um político se o presidente eleito não tivesse aventado se vingar da Folha quando assumir o Planalto, cortando-lhe verbas publicitárias federais. “Imprensa que se comportar dessa maneira indigna não terá recursos”, afirmou.

Pela primeira vez na história da Nova República, o eleito para servir à Constituição no cargo mais elevado sugere descumprir, uma vez empossado, o princípio constitucional da impessoalidade na administração. Está documentada a afronta, de resto reincidente.

Se mostra disposição para discriminar veículos da imprensa entre amigos e inimigos, que dirá quando os interesses em jogo tiverem mais vulto. Nessa toada logo surgirá a “bolsoburguesia”, composta de empresários palacianos abençoados pelo acesso privilegiado a fundos e regramentos federais.

Não foi ameaça, mas apenas crítica à Folha, tratou de aduzir o advogado Gustavo Bebianno, assessor do capitão reformado, talvez sentindo cheiro de questionamentos formais à frente. A distribuição da verba publicitária, afirmou, obedecerá a critérios técnicos. Este jornal vigiará os próximos lances em situação confortável, pois não depende de propaganda federal.

Depende do público leitor, parte do qual de pronto reagiu à truculência verbal de Bolsonaro e lançou uma campanha espontânea por assinaturas. Depende de seus anunciantes privados, que continuam a confiar na sua marca.

Depende da reputação decantada ao longo de décadas de fidelidade ao cânone do jornalismo profissional —gentilmente reconhecida pelo editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner, diante da parvoíce pronunciada por Bolsonaro.

Veículos como a Folha não deixarão de escrutinar o exercício do poder porque seus detentores de turno resolveram adotar a tática da intimidação. Jair Messias Bolsonaro não precisa aprender a lição. Basta que se acostume com o fato.

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As três obras-primas de Lula

O renascentista Michelangelo produziu três obras-primas: “David”, a “Pietà” e os afrescos da Capela Sistina. O escritor francês Gustave Flaubert, “Madame Bovary”, “Salambô” e “A Educação Sentimental”. O compositor Villa-Lobos, “O Trenzinho do Caipira” (“Bachiana nº 2”), a “Bachiana nº 5” e “A Floresta Amazônica”. O sambista Ary Barroso, “Faceira”, “Na Batucada da Vida” e “Aquarela do Brasil”. O cineasta Stanley Kubrick, “Glória Feita de Sangue”, “Dr. Fantástico” e “2001: Uma Odisseia no Espaço”. E Lula produziu Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Sua invenção de Dilma, contra a vontade do PT e a verdade dos fatos, exigiu um toque de gênio. Lula não deixaria que homens ambiciosos como José Dirceu, Antonio Palocci e outros o sucedessem no trono presidencial —o seu trono. Então escolheu a ex-brizolista Dilma, construiu-lhe uma lenda de administradora e a impôs ao país, na condição de que, na eleição seguinte, ela lhe devolvesse o lugar. Mas Dilma gostou do trono e disse não. E como não era o que Lula prometia, quebrou o país, enfureceu inclusive o PT e acabou destronada.

Quanto a Michel Temer, todos o conheciam e sabiam como ele era. Enquanto se limitasse ao PMDB e a garantir ministérios para ele e seus amigos, não incomodaria ninguém. Mas Lula precisava do PMDB para eleger Dilma, e Temer, ao lado dela na chapa presidencial, foi o preço que ele aceitou pagar —não uma, mas duas vezes. Daí, quando Dilma foi afastada, quem poderia substituí-la senão Temer, seu vice? Deu no que deu.

E Bolsonaro, mais do que todos, foi inflado por Lula, quando este mandou o PT  torpedear os candidatos de centro e centro-esquerda para que, no fim, só lhe restasse como adversário Bolsonaro, “mais fácil de derrotar”. E também deu no que deu.

Pensando bem, a verdadeira obra-prima de Lula é o próprio Lula. Como alguém pode errar tanto e continuar um líder?

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Mural da História

penitenciária-de-segurança-máxima28 de julho de 2010 – O Ex-tado do Paraná

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Foucault e a bicicleta de Kubiak – Que nem você e a esperta diretoria do Furacão, sou cliente do doutor César Kubiak, aquilo de uma visita a cada quatro meses, consultas de uma hora, sendo vinte minutos as memórias que o bom doutor recusa passar ao papel. Sempre a bateria de exames, a coisa que nos deixa em suspenso e a mulher à espreita – a minha sempre confere se o seguro de vida está em ordem.

Desta vez o médico pediu o exame que me pejo de dizer o nome, abjeta humilhação para oriundi com pretensões galantes, tipo o advogado rico e chique que recita Baudelaire para empregadinhas do comércio. Entre os exames o temível (atenção: temível, porque terrível é o de cima) PSA, para conferir o risco daquela doença do caranguejo. Brincadeirinha, o exame: colher sangue na veia, que faço desde criancinha.

Difícil o preparatório do exame, o questionário que a atendente recita aos berros, ouvido por todos na sala de espera. Agora cauteloso, peguei pela internet. As perguntas, umas vinte, sobre as últimas 48 horas: andou de bicicleta, montou cavalo, fez ginástica, moveu a geladeira, subiu escada, transou, etc? Ou se fez justiça com as próprias mãos, o 5 contra 1 que juramos ter cessado na adolescência de garotas ariscas.

Fechou o questionário, pode fazer o exame. Lá em baixo, letras miúdas: “se fez prostatectomia, esqueça as recomendações”. Estou na categoria, dizer prostatectomizado para mim é tão difícil quanto era para o presidente Castello Branso falar aeronáutica (sempre saía areonáutica). Essa o doutor me paga. Fiquei 48 horas de jejum, tanto da bicicleta quanto da éguinha Pocotó. Por que Foucault? Só para sacanear o doutor.

Os outros – Fernando Haddad reclama que João Dória impediu o PSDB de dar-lhe apoio no segundo turno. Ciro Gomes reclamou que o PT impediu o PSB de dar-lhe apoio no primeiro turno. Como ensina o saudoso Sartre, “o inferno são os outros”.

Borrasca – Previsão do tempo: “borrascas”. Na televisão portuguesa, sem dúvida. Aqui o brasileiro sairia sem lenço e sem documento. Pior, deixaria o guarda-chuva em casa.

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Millôr

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Talento e formosura

O Brasil nunca esteve em falta de escritoras bonitas

Neste espaço, sábado último (20), meu amigo Alvaro Costa e Silva chamou a atenção para a capa do livro recém-lançado “O Rio de Clarice” (Autêntica), de Teresa Montero, antologia de textos de Clarice Lispector tendo o Rio como cenário. A foto, bem anos 60, mostra Clarice na praia do Leme, sentada na areia. Alvaro a descreve: “Maiô de alças, óculos escuros e impressionantes pernas longas e bronzeadas. Gatíssima, entrando em seus 40 anos”. 

Mas, ao se abrir o livro, vê-se foto ainda melhor: Clarice de pé, com um maiô inteiro revelando um corpo, este, sim, sensacional. Entendo agora por que seus amigos eram secretamente apaixonados por ela. Não que Clarice fizesse qualquer coisa para isso —era uma mulher modesta e recatada, que vivia para escrever. Mas ela era Clarice Lispector e, ainda por cima, bonita, e não havia nada a fazer.

Mergulhado a trabalho em revistas antigas, tenho tido o prazer de constatar que o Brasil nunca esteve em falta de escritoras bonitas. Julia Lopes de Almeida (1862-1934), por exemplo, era de uma beleza clássica e senhorial. Sua contemporânea, Emilia Bandeira de Mello, que se assinava Carmen Dolores (1852-1910), era de traços mais incisivos, assim como sua filha, Cecília (1870-1948), pseudônimo, Chrysanthème. Já Gilka Machado (1893-1980) passava suavidade, ao contrário de sua incendiária poesia. Rosalina Coelho Lisboa (1900-75) deixava os homens sem fala, um deles o jovem Pedro Nava. E Eugenia Alvaro Moreyra (1898-1948) era um espetáculo à parte.

Cecília Meireles (1901-64) e Adalgisa Nery (1905-80) não se contentavam em ser quem eram — eram também mulheres de grande beleza. Elsie Lessa (1914-2000), dizem, parava o trânsito. E Maura Lopes Cançado (1929-93) e Ana Cristina César (1952-83) são a prova de que há beleza inclusive na tragédia. Se tivesse de votar em uma delas, pelo talento e pela formosura, eu preferiria todas.  

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Tallulah

professor thimpor o autêntico

“Se tivesse que viver minha vida de novo, eu cometeria os mesmos erros, só que antes”. Tallulah Bankhead

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Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad e Paulo Maluf. © Myskiciewicz

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Um crime chamado linguagem

“Inimigos do povo”. Na Casa Branca, ao longo de 20 meses, Trump dirigiu essa acusação aos democratas e à imprensa. Dias atrás, pacotes com explosivos foram endereçados a Obama, Hillary, Soros e à CNN.

“Sem mentiras, sem fake news, sem Folha de S. Paulo. Nós ganharemos esta guerra”. Na Paulista, domingo (21), Bolsonaro declarou sua “guerra” à imprensa. Nas horas seguintes, a jornalista Patrícia Campos Mello tornou-se alvo de uma enxurrada coordenada de ofensas, calúnias e ameaças de morte. A linguagem tem consequências.

Os ensaios de atentados nos EUA originaram-se, tudo indica, de grupos ultranacionalistas de extrema direita. Obviamente, Trump não tem responsabilidade organizacional na operação terrorista. Raul Jungmann avisou que “não existe anonimato na internet”: cabe à polícia descobrir se há relações orgânicas entre os autores das mensagens criminosas a Patrícia e o QG de campanha bolsonarista. Mas Trump e Bolsonaro têm responsabilidade política pelas centelhas de violência. Os dois, de modos similares, violam a sintaxe da democracia.

Os nazistas usavam a palavra “ratos” para se referir aos judeus. Na Ruanda genocida, o regime hutu utilizava “baratas” para os tutsis. “Gusanos” (vermes, larvas) é o termo de escolha do castrismo para insultar dissidentes políticos. Num degrau abaixo, encontram-se “inimigo do povo”, expressão de longa história, cara tanto a Trump como ao PT, e “inimigo da pátria”, preferida por regimes autoritários nacionalistas e pelo bolsonarismo.

A desumanização (“ratos”, “baratas”, “gusanos”) sinaliza uma pulsão exterminista. As outras duas sugerem as alternativas da prisão ou do exílio, embora não excluam a eliminação física.

A sintaxe democrática sustenta-se sobre a crença na pluralidade de opiniões. Sua base implícita é que o “outro”, adversário político, cultiva ideias diferentes das minhas, mas deseja, ultimamente, o mesmo que eu –isto é, o melhor para a sociedade em geral. O debate público admite (exige!) a crítica aguda, a divergência nítida. Mas as democracias começam a se envenenar quando os próprios governantes saltam o muro da linguagem, entrincheirando-se no fosso da “guerra”. Aí, a pedagogia do ódio converte-se em doutrina estatal.

O ódio político não é um componente “natural” das sociedades, mas algo que se aprende. Os mestres mais eficazes do ódio político são as lideranças políticas e, sobretudo, os governantes.

“Nós tivemos de ensinar o povo a odiar os sulistas”, confessou um líder haussá-fulani, da Nigéria setentrional, referindo-se aos iorubas e aos igbos. A virulência nas redes sociais é um fruto do cruzamento entre a antiga pedagogia lulopetista e a mais recente pedagogia bolsonarista. Mas Bolsonaro parece decidido a provar que, perto dele, os petistas não passam de imberbes vestibulandos.

Patrícia escreveu reportagens preciosas no Afeganistão, no Iraque, na Kobane sitiada, na Serra Leoa do ebola. O medo é seu companheiro de viagem. Mas leia apenas uma entre as incontáveis mensagens que ela recebeu das correntes bolsonaristas: “Deveria pensar no seu filho, o futuro do seu filho. Para sua segurança, eu sairia do Brasil”.

Atrás da mais covarde das ameaças descortina-se uma estratégia. Destruir a liberdade de imprensa, sonho dos tiranos, solicita anos de “guerra”. Um atalho eficiente é intimidar jornalistas, que têm uma vida privada, família e filhos.

A linguagem da Paulista não deveria ser interpretada como excesso de campanha, mas como a exposição de um programa.

A seleção de Patrícia como alvo é circunstancial, porém reveladora. O bolsonarismo habituou-se a responder à opinião crítica com uma barragem de ofensas. Não sabe, porém, como reagir à narrativa factual da reportagem, sumo do jornalismo. Bolsonaro mente: seu programa não é eliminar a Folha, mas exterminar os fatos.

Publicado em Demétrio Magnolli - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Um cadastro de negativados a favor dos consumidores

O Serviço de Proteção ao Crédito registra os consumidores negativados, e isso lhes prejudica ou impede novas compras ou financiamentos. Os bancos e instituições financeiras possuem cadastros detalhados sobre a vida financeira dos seus clientes. As empresas de mídias sociais têm centenas de dados sobre os usuários. A justiça dá publicidade das ações que os consumidores, exceto nas ações com segredo de justiça.

E os consumidores? Quais cadastros podem consultar para saber sobre as empresas que compram ou contratam serviços? Ainda não temos um cadastro de negativação dos consumidores para as empresas que cometem desvios de conduta ou atos ilegais. As leis ainda não asseguram estas informações aos consumidores.

Os conselhos profissionais, de médicos, advogados e outros, não divulgam amplamente seus membros que são punidos pelos conselhos de ética. É o corporativismo que impera. Nem as delegacias de proteção ao consumidor nem os Procon divulgam de forma ampla e transparente as suas listas de empresas envolvidas com problemas de consumo.

Uma iniciativa importante no Brasil é o site Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), no qual temos os serviços e produtos listados por categorias de tipo de comércio, alimentos e bebidas, casa e construção e outros. Neste site tem-se o ranking do melhor índice de solução dos problemas dos consumidores, melhores notas médias.

Também podem ser consultados no Reclame Aqui as piores empresas nos últimos trinta dias, as mais reclamadas nos últimos 12 meses, e as reclamações do dia. No mundo civilizado temos selos de qualidade ambiental, de conduta ética com os trabalhadores, de produtos livres de trabalho escravo, no Brasil ainda as iniciativas são tímidas.

No site “consumidor.gov.br” podem ser consultadas as empresas que se envolveram com problemas de consumo, inclusive com perfil das reclamações finalizadas e o índice de satisfação com o atendimento. Na verdade, o correto seria que a própria empresa nos seus sites e nos seus estabelecimentos deixassem disponíveis a lista das reclamações, o índice de solução, e as pendências judiciais para o amplo conhecimento dos consumidores.

O ranking nacional das reclamações é sempre liderado pelas empresas de telefonia e pelas instituições financeiras, sempre elas. Isso demonstra que as agências “reguladoras”, o Banco Central e o Poder Judiciário não têm feito suas lições de casa, pois as reclamações só aumentam e milhões de consumidores são lesados todos os anos.

Finalmente, é importante que o consumidor busque todas as informações possíveis sobre a empresa ou o profissional que contrata, para depois não se arrepender amargamente. Consumidor, exija seus direitos e em caso de dúvida fale com um(a) advogado(a) da sua confiança.

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O sofisma do professor – A última proposta de Fernando Haddad é aumentar o efetivo da Polícia Federal. Para aumentar o efetivo precisa de espaço. Leia-se mais e maiores delegacias. Acontece que delegacias só servem para presos provisórios, não para abrigar condenados, como o ex-presidente Lula. O raciocínio do candidato termina em sofisma: mais efetivos com menos presídios não fecha nem a conta nem a proposta.

O fake da suruba – Não compro o fake da suruba de João Dória, candidato tucano ao governo paulista. O fake não cola pela simples razão de que não aparece o cabelo de Dória no rala-e-rola com as seis mulheres. Ele nunca entraria em suruba para desmanchar o penteado. Nem que usasse o gel das meninas.

O time do Capitão – Tem tanto atacante no time do Capitão, tanto craque de si mesmo, que quando o adversário pegar a bola não haverá zagueiro, volante, meio de campo ou goleiro para defender. Confira os treinos: só tem campeões chutando para frente, querendo cruzar as linhas adversárias no drible individualista e guloso, não passam a bola para os companheiros melhor posicionados, querem decidir a partida cada um por si. Sem um Jorginho sequer, nem um Ganso lento para distribuir o jogo.

Falta o OS – Acuso o recebimento da carta em que o ex-presidente Lula pede para não votarmos no fascismo. A carta veio incompleta, sem o PS sobre as ditaduras de Venezuela e Cuba.

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Aviso aos navegantes

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