Noblesse oblige

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Mural da História – 2011

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O conde do estábulo

Arthur Lira, presidente da câmara dos deputados, chiou com a posse envergonhada e quase clandestina dos ministros que obrigou Lula a nomear. Queria foguetório e festa, não para celebrar os afilhados, mas a si mesmo como condestável* da república. Lira dispensa a faixa presidencial, mas sem votos na eleição geral, extrai do poder benefícios sem responsabilidade. Graças a isso limita-se a chantagear Lula, que teme sofrer impeachment – o que é sempre possível, vide os precedentes, possíveis porque os presidentes não cediam aos apetites do Congresso ou não tinham sócios por lá. A posse envergonhada prova que a Lula resta algum pudor.

Na história política os condestáveis eram os nobres responsáveis pelos cavalos dos reis absolutos (de condes dos estábulos), época em que os cavalos e a cavalaria eram símbolos de poder. Isso dava-lhes proximidade e influência sobre o soberano, razão porque a palavra perdeu a ontologia e atravessou os séculos para identificar, já nas repúblicas, os auxiliares influentes e poderosos. No Brasil republicano, governo Hermes da Fonseca, o senador Pinheiro Machado, gaúcho e general da Revolução Federalista, ficou conhecido como condestável e foi decisivo na derrota de Rui Barbosa como candidato à presidência da República. Morreu apunhalado na rua.

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“Cabelo branco não é idade, cabelo branco é vaidade”

euDSC_0103Lina Faria, sempre fazendo. Autorretrato

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Elétron – Parte I

Em 432 voltimetranos houve uma movimentação muito sutil na vida dos moradores de um vilarejo na região norte de Watts. Nesta época havia muitas divisões no vilarejo e ninguém percebeu que a cada anoitecer a escuridão ficava mais e mais densa de modo que até os dias já não eram mais claros como antes. Neste mesmo tempo havia muitas discussões entre todos os luzeiros locais discutindo sobre a noite e o que eles podiam fazer para influenciar o escuro de modo que se tornassem como a luz, lugar onde há sempre trabalho e movimentação.

Todas as lâmpadas, todas as lanternas, todos os faróis e tudo aquilo que iluminava aquiesceram em montar um plano para dirimir o aumento da escuridão no que resultou em várias reuniões, que por sinal eram sempre muito alegres, com muita música, muita festa e literalmente muitas luzes. A princípio a ideia que todos os luzeiros tiveram, pareceu-lhes muito interessante e fazia muito sentido, sabendo-se que se todos se reunissem no mesmo lugar a sua intensidade de luz seria (como a de um farol) muito mais forte e o alcance muito mais longe, sem contar que a cada reunião aumentava-se mais o número de luzeiros que consequentemente fazia com que aumentassem o número de reuniões semanais.

No entanto algumas coisas haviam passado despercebidas debaixo dos olhos dos luzeiros; A cada encontro a sua felicidade era maior que a sua dor, embora o seu mestre havia avisado que a intensidade da luz de cada um se aumentaria à medida da pressão que cada um era submetido, os mesmos ignoraram essas palavras e passaram a perder paulatina e imperceptivelmente a sua luz. Antes, quando estavam espalhados pelo vilarejo, a sua indignação com o escurecer fazia com que eles buscassem o seu mestre que muitos chamavam de Big Bang, mestre este que muitos não sabiam explicar quem ele era e nem o segredo de como que cada vez que cada indivíduo entrava em seu quarto para escutar a sua voz, a intensidade de sua luz se aumentava. Uma das poucas coisas que se sabia era que da primeira vez que o Big Bang falou, ele deu origem a todos os luzeiros, muitos também falavam que de tempos em tempos Bang batia na porta das reuniões dos luzeiros mas eles não a abriam porque já não conheciam a sua voz por Ele sempre estar se apresentando de forma diferente.

Outro ponto despercebido era que a escuridão do lado de fora, não era simplesmente trevas e estas eram densas como uma forte neblina; e como um carro que aciona a luz alta na serra e acaba enxergando menos por causa do reflexo que a torna uma cortina de fumaça, assim eram os encontros dos luzeiros; além de que mesmo estando todos esse luzeiros juntos, a sua luz não alcançava mais do que poucos metros de seu local de reuniões. Antes o que acontecia, era que essas poucas luzes que estavam espalhadas iluminavam o seu perímetro mas agora a ótima ideia de se reunirem e se tornarem um canhão de luz não surtira o efeito esperado. Ao sair de uma reunião dois pequenos irmãos, um se chamava Próton e o outro Elétron, conversavam. – Ei mano próton você percebeu que depois que começamos a frequentar as reuniões nossa alimentação mudou e além de estarmos mais inchados a nossa massa estranhamente diminuiu, sim respondeu seu irmão e logo o interpelou:

Você reparou que nossa velocidade diminuiu e começamos a ser mais vistos e lembrados? Antes iluminávamos e realçávamos a cor de todas as coisas visíveis, mas agora somente a nós mesmos e isto já me cansou.

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Após CFM liberar selfies, médicos atendem com dancinhas do Tiktok

Como em salões de beleza, fotógrafos irão registrar resultados de procedimentos

Uma nova resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) libera os médicos a usarem mais recursos das redes sociais para divulgar seus trabalhos. A medida autoriza mostrar ambiente de trabalho, equipamentos, antes e depois, fazer promoções, postar selfies e fotos de procedimentos.

Se antes os médicos já se promoviam nas redes sociais como influencers posta-foto fazendo namastê no pôr do sol, agora liberou geral.

A expectativa é ver médicos fazendo post de campanhas com o mesmo critério que a advogada Gabriela Prioli tem ao fazer “publi” contra a reforma tributária.

O famoso “antes e depois”, tão usado por cabeleireiros e decoradores, será adotado também pelos profissionais de saúde. O público poderá ter o prazer de ver o resultado de procedimentos como operação para retirada de vesícula e cirurgia de ponte de safena.

As consultas poderão ser feitas por caixinhas de perguntas. O paciente poderá mandar ao seu médico, pelo stories, perguntas como: “Estou com dor na virilha. É apendicite ou ovulação?”. “Doutor, é alergia ou câncer?”

Os diagnósticos serão dados com dancinhas do TikTok, como a “Dança da Amoxicilina”, a “Dança da Curetagem” e a dança do “Saiu o Resultado da Biópsia: é maligno”. A nova trend dos médicos do TikTok será a dança da hemorroidectomia ao som do hit “Sentadona”.

Se os blogueiros tradicionais fazem tutoriais de receitas e artesanato, os médicos poderão mostrar o passo a passo de uma traqueostomia e da melhor forma de espremer um furúnculo.

Assim como salões de beleza, clínicas deixarão fotógrafos a postos para registrar resultados de procedimentos. O paciente poderá publicar seu ensaio após operar uma hérnia ou queimar uma pinta.

Seguindo o caminho dos cabeleireiros e decoradores, médicos publicarão seus desafios do dia a dia. “Hoje eu receitei omeprazol. Gostaram?”

“Ela correu bêbada de salto alto e rompeu o ligamento. Mas meu bisturi mágico vai salvar esse tornozelo estropiado. Vem comigo para conferir!”

Os especialistas também poderão fazer promoções, como sorteios de próteses de silicone, e convidar o público para taguear aquele amigo narigudo em troca de uma rinoplastia.

Por fim, os pacientes escolherão seus médicos não mais pela quantidade de especializações, mas pelos consultórios mais “instagramáveis” e pela melhor capacidade de “biscoitar” na internet.

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© Jan Saudek

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As reformas

Todo começo de governo é a mesma coisa. Vêm à baila as reformas. É reforma política, reforma econômica, reforma trabalhista, reforma social, reforma fiscal. Tudo balela, para ganhar tempo e enganar a patuleia. No Brasil, todo mundo fala em reformas, mas ninguém as quer de verdade.

Sabe quando se fará reforma no Brasil, leitor? Mas reforma-reforma mesmo, para beneficiar a população? Nunca. Político não faz reforma. Administrador menos ainda. Só se lhes trouxer benefício pessoal. Pois o tema está novamente na ordem do dia. Aliás, sempre esteve e sempre estará. Sem nenhum resultado real, como se verá.

Aí, uma vez mais, lembro-me do grande Erico Veríssimo, pai do Luís Fernando e uma das figuras maiúsculas deste país, que muita falta nos faz. Erico não foi só um escritor. Ou “um contador de estórias, fascinado pelas pessoas e pelos problemas humanos” – como autodefinia-se. Ele era isto e muito mais.

Erico Veríssimo foi, sobretudo, um humanista. Jamais transformou seus romances em panfletos políticos, mas poucos intelectuais foram capazes, como ele, de se manifestar publicamente, com tanta firmeza e intransigência, contra os desmandos dos poderosos. A supressão das liberdades, a institucionalização da mentira e da violência política e a repressão aos dissidentes sempre lhe causaram repugnância. Aliás, em vida, confessava ter apenas um medo: o de perder a capacidade de indignação e cair na aceitação, que julgava perniciosa para a vida em sociedade.

Dizia:

— Não quero ser indiferente. Dentro de mim ouço sempre meu grito de indignação. Quando choro pelo outro, estou chorando por mim. Quando tenho receio pelo outro, tenho também por mim. Não sou santo, sou homem.

Modestamente, tenho procurado mirar-me em Erico. Como pessoa e como crítico do cotidiano. Aprendi com ele – que foi capaz de desagradar, ao mesmo tempo, a direita, a esquerda, a igreja e os poderosos de plantão – que é sempre necessário expor publicamente as mazelas e a hipocrisia das classes dominantes, preocupadas, pobrezinhas!, em manter o poder e o lucro; do mesmo modo que personagens esquerdistas são, em regra, apenas tristes criaturas, retorcidas e complicadas demais para servirem de vetores para um mundo novo. Prova disso tem-se quando conseguem alcançar certo destaque na vida político-administrativa do país.

— O mundo capitalista está podre – acentuava Erico, acrescentando, no mesmo tom: “Mas o mundo bolchevista, que nasceu em meio a tantas promessas e esperanças, também já se deteriorou”.

Coisas tão atuais, ditas por Erico Veríssimo há mais de sessenta anos.

E as tais reformas, apregoadas, anos a fio, por reiterados governos, inclusive pelo atual? O diagnóstico do escritor é perfeito:

“As reformas são necessárias, mas só solucionarão os nossos problemas econômicos e sociais se forem planificadas e realizadas a sério, por gente competente e honesta. Quanto à reforma básica mais urgente, a meu ver, é a reforma do caráter. Isso não é apenas uma frase. Ora, como não acredito em milagres, acho que, com essa gente que até hoje nos tem governado, não é possível reformar nada a não ser promissórias. A reforma agrária é, em princípio, um imperativo de ordem moral. Mas não conseguiremos nada nesse terreno sem a uma planificação bem feita. Pouco, nada mesmo, adiantaria ao homem do campo ter uma terra em seu nome se ele correr o risco de morrer de fome em cima dela. Claro que é preciso começar, e o melhor momento é reconhecer a necessidade dessa reforma, votar uma lei que a legitime e a torne mandatória e ir estudando os meios de pô-la em prática, mas sem açodamento, sem ódios políticos e ideologias e sem perder de vista o fato de querermos resolver um grande problema e não criar outros… É uma tarefa para homens de capacidade técnica e administrativa e não para demagogos. Mas apenas a reforma agrária não solucionará nossos problemas. Temos que acabar com a ‘espoliação por causas internas’, como o empreguismo, a roubalheira pura e simples, a malversação dos fundos públicos, o desgoverno, os contratos lesivos à nação, feitos em benefício de grupos econômicos. Se há uma hemorragia externa que nos debilita, a hemorragia interna não é melhor. (…) Enquanto, porém, tivermos no governo homens de negócios e não estadistas, não vejo nenhuma esperança de melhores dias para a economia nacional”.

Sabe, o prezado leitor, quando o sábio Erico Veríssimo disse isto? Em meados de 1963…

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Deixar um comentário
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Bom dia, do Plural Curitiba

Hoje, quinta, 14 de setembro. Amy Winehouse faria 40 anos… Slimani estreia pelo Coxa. E, sério, hoje é o Dia Internacional da Capivara. Huçulak prefeita?

O Plural está convidando os principais pré-candidatos a prefeito de Curitiba a escreverem artigos contando por que merecem o cargo (por que eles querem talvez seja mais óbvio). Começamos com um texto da Carol Dartora, depois veio a Maria Letícia, chegou a vez do Ney Leprevost, e agora… a Márcia Huçulak?

Pois então. Em tese, a deputada estaria fadada a ser vice de Eduardo Pimentel, ungido por Greca e Ratinho como candidato à sucessão. Ela, com sua mega exposição na mídia da época da pandemia e o caminhão de votos que fez em 2022, seria a parceira ideal de chapa.

Mas os textos não eram para candidatos a prefeito? Huçulak, que de ingênua não tem nada, diz no texto que nem se considera pré-candidata. Imagina… Mas aí cita uma fieira de argumentos que mostram por que, afinal, ela poderia ser uma boa prefeita. Significa? Parece que sim.

Quanto ao resto, só o tempo dirá. Mas uma coisa é fato, e fato interessante: as mulheres não estão deixando barato e podem mesmo decidir a eleição de Curitiba no ano que vem. Só quem não percebeu isso, claro, são os políticos homens.

Leia o artigo aqui.

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Fortuna

Fortuna, do livro “Aberto Para balanço”, Editora Codecri, Rio de Janeiro, 1980.

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AGU determina investigação contra Alexandre Garcia após fake news sobre tragédias no Rio Grande do Sul

O Advogado Geral da União Jorge Messias determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia instaure investigação sobre a fake news difundida pelo jornalista bolsonarista Alexandre Garcia. “É inaceitável que, nesse momento de profunda dor, tenhamos que lidar com informações falsas”, afirma Jorge Messias.

Durante apresentação do seu programa “Oeste Sem Filtro”, do site de extrema-direita Revista Oeste, Alexandre Garcia espalha uma grotesca fake news em que afirma que barragens de represas construídas por governo petista no Rio Grande do Sul foram abertas de propósito para inundar o estado.

Para dar munição ao discurso bolsonarista, Garcia usa a tragédia no Rio Grande do Sul para lançar uma teoria para culpar o governo Lula pelas enchentes no estado.

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Reverie. IShotMySelf

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Air Metamorfose One

Lula exigiu – e tem direito a – novo avião, com especificações compatíveis às necessidades de um presidente com protagonismo internacional: suíte privativa de casal, com chuveiro; sala de reuniões; autonomia de 16 horas de voo, sem escalas; dobro da capacidade de passageiros. Óbvio que será criticado, sempre pelos mesmos, que preferem aviões com capacidade de transportar joias sauditas na vinda e cocaína na ida, sem necessidade de área privativa para o casal presidencial e na configuração que permita ao presidente circular contando piadas sujas para os asseclas.

Lula e Janja pagaram o tributo de fazer amor na saleta da PF com a barricada petista a preservar-lhes a intimidade; não faz sentido o presidente percorrer o corredor do avião para ir ao banheiro – com mais forte razão quanto à primeira dama; a sala de reuniões e maior capacidade de transporte são indispensáveis a um governo com tantos inimigos, ancorado a três dezenas de partidos a viajar no mesmo avião. Em tempoperdeu a graça, está vencida a chatice do ‘Aero Lula’. O avião é do Estado, a serviço de todo e qualquer presidente, atual e futuro.

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A incerteza segue

A articulação política de Lula sabe que a posse nesta quarta (13) dos ministros do Republicanos e do PP não garantirá voto em temas contrários ao perfil conservador do Congresso —e não se trata de pauta comportamental, mas das pautas econômicas mesmo.

Um exemplo. No almoço de ontem com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, se esmerou para convencer os parlamentares de que não há por parte do governo, quando tenta taxar o lucro sobre incentivos estaduais, interesse em aumentar imposto, mas o de tapar “brechas que prejudicam a livre concorrência”. Não conseguiu convencer.

Parlamentares de PP e Republicanos deixaram o encontro dizendo ser praticamente impossível a Câmara aprovar a medida provisória apresentada no início do mês. Ou seja, as bancadas terão ministério, mas o voto não é automático.

Outra briga contratada é a vontade do governo de deixar com a Fazenda a responsabilidade por aprovar as outorgas das empresas de apostas. O grupo do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (AL), já trabalha para mudar para o Ministério dos Esportes, que ficará com o PP. A legenda de Lira quer sob seu guarda-chuva a liberação das outorgas e sua fiscalização.

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