Morte na rua

de-olho-ricardo-silva© Ricardo Silva

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Playboy|1980

1980|Sandy Cagle. Playboy Centerfold

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#ForaBozo!

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#ForaBozo!

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Ugh!

Sampaio (Waiana Apalaí), Soruda (Kaxinawá), Paixão (Tembé), Marco Jacobsen (Ashaninka), Orlando Pedroso (Enawenê Nauê) e Tiago Recchia (Marubo), em algum  lugar do passado. © Vera Solda (Txucarramãe)

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Bolsonaro de uniforme listrado

Há gente prevendo que o presidente será preso em 2022

Dentro de algumas horas, a televisão começará a nos bombardear com a manchete: “Já é 2022 na Austrália!”. E tome de fogos naquela ponte. A Austrália está 12 horas à nossa frente, donde tudo lá acontece primeiro, e não apenas arremesso de bumerangue e corrida de canguru. A tal ponto que, quando uma coisa está para acontecer aqui, dizemos que na Austrália ela já aconteceu.

Há gente prevendo, por exemplo, que Jair Bolsonaro será preso em 2022. Pois, quando acontecer, ele já terá sido preso na Austrália 12 horas antes.

Eu sei, isso é nonsense, mas não impede que tal pensamento nos ajude a virar o ano. A ideia de Bolsonaro atrás das grades, de uniforme listrado, rosnando para as paredes e com um buraco na cela como privada é deliciosa demais para ser posta de lado. Parodiando Nelson Rodrigues, o ideal seria amarrá-lo a um pé de mesa e dar-lhe de beber numa cuia de queijo Palmyra. E, tendo para se distrair, só os programas da Jovem Pan e do SBT. Seu advogado particular, o ex-procurador-geral da República Augusto Aras, tentaria livrá-lo —mas sem se esforçar muito, porque, caroneado para o STF, Aras no fundo quer que Bolsonaro se dane.

Um amigo me pergunta se a prisão será suficiente. E desfia a obsessão de Bolsonaro pela morte —a morte alheia. Bolsonaro defendeu a tortura, pregou a execução de adversários políticos e está armando policiais e civis para uma guerra civil. Na pandemia, ficou com o vírus e contra a ciência, nunca visitou um hospital, debochou dos agonizantes e chamou de mimimi a dor das famílias enlutadas. Outro dia, disse que a morte de uma criança não justifica uma emergência. E, neste momento, é um pândego em férias enquanto milhares de brasileiros estão morrendo ou perdendo tudo com a chuva.

Para esse meu amigo, Bolsonaro, pelo que já fez e ainda fará, merecia a pena de morte. Discordei, claro. A guilhotina, a forca e a cadeira elétrica punem rápido demais.

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Elas

“Domestic Nude III” – In the laundry room at the Château Marmont, Hollywood, 1992. © Helmut Newton

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#ForaBozo!

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Está faltando gente na cadeia

Mais de uma centena de cidades baianas foram atingidas pela recente enxurrada que assolou a região. Mais de 22 mortos já foram contabilizados; 350 são, até agora, os feridos e mais de 60 mil pessoas encontram-se desabrigadas, desalojadas e carentes de comida, água, roupas e tudo mais. Há problemas semelhantes no Piauí, no Maranhão, em Goiás e em Minas Gerais.

Em férias no litoral catarinense, o vadio Jair Messias Bolsonaro, manifestou-se a respeito: “Só espero não ter que voltar antes do previsto”… Primeiro, presidente da República não tem férias. Esteja onde estiver, continua presidente e no exercício do cargo – a menos que o transfira para o vice. Segundo, como ele é comprovadamente incapaz, incompetente e desequilibrado mental, não precisa voltar. A sua presença não fará a menor diferença, a não ser para complicar ainda mais a situação.

Indagado sobre como ajudaria os que perderam casa e negócios, o presidente limitou-se a dizer que medidas contra a Covid-19 também causaram catástrofe no ano passado.

Está faltando gente na cadeia.

O Ministério da Defesa do mesmo governo, por sua vez, valeu-se de recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19 para a compra de filé mignon e picanha para a milicada. Cerca de R$ 535 mil.

Está faltando gente na cadeia.

O ministro (!) Queiroga, da Saúde, contrariando órgãos do próprio governo, incluindo a Anvisa, diz que só pensará em vacinar menores de 05 a 11 anos depois que todos os adultos tiverem sido vacinados. E dependendo de prescrição médica.

Está faltando gente na cadeia.

Sem nenhum planejamento prévio adequado, o menino que imagina estar governando o Paraná, suspendeu a cobrança de pedágio, sem oferecer opção de atendimento e socorro aos motoristas e veículos. Tem sido um inferno transitar nas rodovias paranaenses.

Está faltando gente na cadeia.

O Congresso promulgou a PEC dos Precatórios, também chamada PEC do Calote, para dar fôlego ao governo para o pagamento do Auxílio Brasil até o fim de 2022. Às custas do adiamento do pagamento de dívidas do governo, de modo impiedoso e inconstitucional, JMB avança de olho na reeleição.

Está faltando gente na cadeia.

O mesmo Congresso derrubou o veto presidencial (tudo combinado) ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões em 2022. Com isso, o financiamento público de campanha será o maior da história. Aliás, o Brasil é o líder desse tipo de gasto entre 25 nações.

Está faltando alguém na cadeia.

Como se tudo já não bastasse, o Ministério do Trabalho e Previdência propõe a apropriação da multa equivalente a 40% do FGTS para o trabalhador demitido sem junta causa. O seguro desemprego seria extinto.

Está faltando alguém na cadeia.

Em escalada inédita desde 2002 para frear a inflação que avança a olhos vistos, o Comitê de Política Monetária do Banco Central promoveu a sétima alta seguida da taxa básica de juros, de 1,5 ponto para 9,25% ao ano. É o maior patamar desde junho de 2017. Novo aumento, de 10,75% já está sendo anunciado para fevereiro.

Está faltando gente na cadeia.

Mesmo assim, nos últimos doze meses, os preços ao consumidor saltaram 10,7%, segundo informação do IBGE. Isso significa que o índice do governo Bolsonaro superou a alta de preços registrada na gestão Dilma Rousseff, que acabou impichada.

Está faltando gente na cadeia.

Investigações sobre o presidente e sua família foram arquivadas ou empacaram. São suspeitas, com repercussão pública, como a de favorecimento à empresa do filho 04 e da compra de uma mansão pelo filho 01. Acrescente-se a isso a investigação de “rachadinha” contra o mesmo 01 e do uso do cartão corporativo presidencial. E os ataques ao sistema eleitoral e pela disseminação de falsas informações sobre vacinas, perpetuados pelo próprio presidente.

Está faltando gente na cadeia.

Ao conceder aumento de salário, de modo leviano e inconstitucional, apenas a duas categorias de funcionários – os policiais federais e os policiais rodoviários federais –, o desastrado Messias criou enorme confusão entre os servidores públicos. Só na Receita Federal, pelo menos 324 de 2.938 auditores com cargos comissionados deixaram os postos. E o número tende a aumentar, estendendo-se para outras carreiras de elite, como no Ipea, Banco Central e peritos médicos e auditores agropecuários. Paralizações e greves anunciadas.

É, está faltando gente na cadeia.

Publicado em Célio Heitor Gumarães - Blog do Zé Beto | Com a tag | Deixar um comentário
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Bolsonaro lança o ‘Jet Ski Para Todos’ na Bahia

Irritado com as críticas de que não estava fazendo nada enquanto a Bahia naufragava na enchente, o presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje a criação do programa Jet Ski Para Todos. O auxílio é para que cada família possa comprar um veículo aquático.

“Reclamaram que eu estava de férias, mas eu estava testando o jet ski”, disse o presidente. Nos bastidores, comenta-se que Bolsonaro a princípio duvidou da enchente e disse que era apenas “uma chuvinha”.

Bolsonaro explicou que a lógica é a mesma do armamento: “Liberdade é isso. O próprio cidadão se defende da enchente”.

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O ano do ‘Fora Bolsonaro!’

Felizmente, 2022 não será um ano bissexto.

A contagem regressiva mais importante agora que 2022 se aproxima não é aquela tradicional com duração de dez segundos, mas a que dá início ao último ano de Jair Bolsonaro na Presidência. Mais 365 dias. Felizmente, não será um ano bissexto. Em dezembro de 2019, escrevi neste espaço que meu palpite sobre 2020 era o seguinte: “Será, oh, uma bosta. Como nesta época sempre fico mais otimista, quero acreditar que serão só mais três anos. Longos e duros anos. Mas apenas mais três”.

Não adianta ser pessimista, lá veio uma pandemia para piorar a tragédia que o brasileiro já vivia sob o desgoverno Bolsonaro. Como disse naquela ocasião, seriam mais três anos de um presidente terrivelmente reacionário, homofóbico e machista. Com direito a comemoração de golpe, exaltação da ditadura, discursos violentos contra minorias. Jair não falha.

Testemunhamos a Constituição ser pisoteada, o Estado laico virar história da carochinha. Um governo que confirmou como método intimidação, linchamentos virtuais, fake news com cara de nota oficial. E que joga a culpa de sua incompetência no PT, nas ONGs, no DiCaprio, no Paulo Freire, nos veganos, no Inpe, nos direitos humanos, na mídia. Sobrou também para a ciência.

Ele manteve firme o personagem do homem simples, que não raciocina antes de falar. Mas um presidente que exalta a ignorância, governa movido pela inépcia, pela falta de cultura e de educação, de gentileza, de empatia, rodeado de ministros bufões. E daí?, seriam suas palavras.

Faltando um ano —quero acreditar que será só mais um—, penso: vamos aguentar. E o meu desejo para 2022 é que o país se livre dessa nuvem de gafanhotos que assumiu o poder. Que na virada de ano se crie uma grande corrente de amor e esperança, com energia emanada por pessoas de diferentes etnias, gerações, credos, orientação política, unidas num único pensamento: Fora, Bolsonaro! Que o diabo o carregue.

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Uma metáfora leitosa

O leite da bondade humana. Não conheço ninguém que tenha erguido um copo cheio e feito um brinde à ausência de maldade. Sempre que me falam nesse maravilhoso subproduto de mamas imaginárias, engulo em seco. Houve uma vez alguma produção regular desse líquido precioso?

Digo, um tambo, coletor de tarros. Daí todos os tambos abasteciam um impensável laticínio. Apesar da origem sadia, matriarcas opulentas, coradas, de corações generosos atrás dos seus róseos mamilos, esse leite tinha que ser pasteurizado. Para preservar suas propriedades benfeitoras. Para durar mais. Para acumular estoque. Para distribuir do modo mais, vá lá, equânime. Para atender prioritariamente as carências de populações.

Já pensaram, litros do leite da bondade humana postos de porta em porta, em manhãs com cerração? Imaginem, um gesto mais apressado por causa do frio, um tropeção, o litro quebra. Alguém chora pelo leite derramado. E o vizinho vê e reparte o leite da bondade. Um gole diário e as necessidades básicas são atendidas. A produção do leite da bondade humana cresce, se industrializa, diversificam a linha: leite da bondade humana integral, semi-desnatado, desnatado. Leite da bondade humana condensado. Iogurte, coalhada, manteiga, leite da bondade humana em pó! O laticínio passa de ltda. para S.A. O controle de qualidade fica mais rigoroso, passa a selecionar melhor o fornecimento, exige cotas mais elevadas dos produtores, dispensa matrizes, estabelece competitividade entre as mamas, inclusive entre a esquerda e a direita.

Embora com nova tecnologia, embalagens de design pós-moderno, marketing agressivo, algo acontece. O leite da bondade humana começa a fermentar já nos depósitos. Os supermercados começam a vender menos. O Procon é acionado. Os efeitos se sucedem em cascata: a irritação toma os departamentos do laticínio do leite da bondade humana, as mamas exploradas reivindicam percentuais mais justos de produção, os engenheiros do leite da bondade humana abandonam o controle da qualidade para recuperar mercados, os equipamentos perdem em manutenção, os estoques baixam, o gosto se altera no produto final, a desconfiança afasta definitivamente os consumidores do leite da bondade humana. Resultado: a pouca produção encarece o leite da bondade humana. Quem consegue adquirir não reparte nem com parentes. Uma colher de leite da bondade humana pelo amor de Deus, suplicam mendigos à porta de padarias e supermercados.

Depois de séculos de produção ininterrupta, o leite da bondade humana pára de jorrar no peito das pessoas. A glândula altruísta atrofiou na espécie. O leite da bondade passa a ser fornecido somente a pacientes terminais e vítimas de catástrofes. Em gotas. Sociedade de consumo é isso aí, desmamados.

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Portfólio

tamandua-para-gabriel

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Criptodramaturgia

A composição do recorte textual para a dramaturgia de “CATATAU: a justa razão aqui delira” contou com um experimento de bases na linguística computacional para encontrar novas leituras que pudessem revelar contextos ocultos e estimular jogos experimentais em ressonância com o espírito inventor que tempera o estilo de sua prosa.

Utilizando-se de técnicas de “processamento de linguagem natural” utilizadas também por tradutores automatizados, corretores ortográficos e simuladores de estilo da escrita, produzimos algumas recombinações e índices derivados do texto original que serviram como base para a construção de bordões, ordenamentos e transições das falas.

Uma inspiração para a usina criativa do que batizamos CRIPTODRAMATURGIA: procedimento dramatúrgico inspirado na arte de estudar, cifrar e decifrar mensagens “criptografadas” – ou seja – mensagens ocultas em anagramas, trocadilhos ou formações truncadas pelo ordemento de frases e períodos do texto original.

Como material base compilamos 4 cadernos derivados neste processo: o “AlfaTaTal” – índice do léxico completo do Catatau em ordem alfabética, e três outros que listam sentenças curtas de exclamações, perguntas e afirmações do Catatau em ordem alfabética (“ExclamaTal”, “PerguntaTal” e “AfirmaTal” ).

Outros procedimentos foram inspirados no isolamento de contextos por palavras chave: a utilização de frases e vizinhanças com as palavras Occam (“Cânone de Occam”), Tudo (transformada no samba “Tudo e Tal”) e sentenças iniciadas com a afirmação do Eu (cena dos espelhos da “Eulália”). Estes jogos linguísticos deixaram ainda um caminho aberto para novas recombinações da obra e a construção de processos e textos derivados dos procedimentos de Criptodramaturgia.

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O ano em que o Brasil nasceu

A máquina do tempo leva curiosos de 2022 a um grande momento

No sábado, 1º de janeiro de 2022, começa o ano do bicentenário do nascimento do Brasil.

Parece pouca coisa, mas será uma oportunidade para se pensar numa terra que resolveu andar para a frente com seus 4,7 milhões de habitantes. Nela viviam duas grandes figuras: o príncipe d. Pedro, de 23 anos, e José Bonifácio de Andrada, de 59 anos.

Passados dois séculos, o país tem 212 milhões, convive com a cavalaria do atraso e, dia sim, dia não, é obrigado a conviver com o negacionismo e as batatadas do “coronel” Marcelo Queiroga e do capitão Jair Bolsonaro.

Ninguém se livra do presente, mas o ano do bicentenário traz um refresco. Quem quiser, numa hora vaga, poderá entrar na máquina do tempo para reviver o grande ano de 1822. Por alguns minutos, graças à rede, voltará a um tempo em que o Brasil olhou para o futuro.

O ano começará no próximo dia 9 de janeiro, quando d. Pedro desafiou Lisboa e decidiu ficar no Rio. É o tal Dia do Fico. Como previu a inglesa Maria Graham, que morava no Rio, ele foi “decisivo para o destino do Brasil”. (Um coronel português achava que levaria o príncipe para Portugal puxando-o pelas orelhas. Oito meses depois Pedro separou o Brasil de Portugal e o coronel virou asterisco.)

D. Pedro é um dos grandes personagens do século 19. Proclamou a independência do Brasil e governou a nova nação até 1831.

Voltou a Portugal, comandou uma revolta contra o irmão e colocou a filha no trono. Morreu de tuberculose aos 34 anos. Pegou fama de estroina e mulherengo, mas foi muito mais que isso.

Julgá-lo pelo que fazia deitado equivale a julgar o americano Thomas Jefferson pelos filhos que teve com a escrava Sally Hemings.

A Constituição que d. Pedro outorgou em 1823 durou até 1891 e foi a mais duradoura da série.

D. Pedro e José Bonifácio formaram uma grande dupla. Mais velho, Bonifácio costurou a rebeldia do príncipe. Em junho de 1822 o Brasil não existia como nação, mas Bonifácio criou uma Secretaria dos Negócios Estrangeiros, articulando-se no Prata, em Londres e em Viena.

Enquanto Pedro pegou fama de mulherengo, Bonifácio, com seus cabelos brancos, ficou com uma aura austera. Filha natural, ele também tinha. O professor Delfim Netto diz que o desentendimento que os separou em 1823 foi o primeiro grande drama da história da nova nação.

Bonifácio queria um governo forte, talvez forte demais, com seu horror à imprensa livre. (Há 200 anos circularam no Rio centenas de jornais, alguns com vidas breves.)

geração de 1822 foi injustamente abafada. Sumiram figuras como o futuro Marquês de Barbacena que, de Londres, propunha a Bonifácio em maio o fim do tráfico (leia-se contrabando) de escravizados africanos. O Brasil só se livraria dessa bola de ferro em 1850, mas essa é outra história, a do atraso.

A máquina do tempo levará os curiosos de 2022 a um bonito momento. No mínimo, livrará os viajantes da mediocridade presente.

Em agosto de 1822, Bonifácio redigiu um manifesto às nações amigas. Parece pouca coisa, mas vê-se o seu tamanho quando se sabe que, passados dois séculos, sem motivo plausível, o Brasil encrencou com China, Estados Unidos, França e Chile, noves fora a má vontade com as vacinas, questão pacificada antes mesmo de 1822 pelo pai de Pedro.

D. João 6º criou a Junta Vacínica para conter a varíola. Afinal, ela havia matado o seu irmão. Desde 1817 vacinavam-se crianças no Rio.

Publicado em Elio Gaspari - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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