Bolsonaro pensa que é Médici e queria até trocar o técnico da seleção

A cúpula do governo brasileiro, como se não tivesse nenhum outro problema para resolver no país, passou o fim de semana discutindo o destino da Copa América, ameaçada por um motim da comissão técnica e dos jogadores da seleção.

Bolsonaro e ministros já tinham até acertado a troca do técnico Tite pelo bolsonarista Renato Gaúcho, segundo informou em primeira mão o repórter André Rizek, do Grupo Globo, mas no final da tarde de domingo estourou a bomba: acusado de assédio sexual por uma funcionária da CBF, o presidente Rogério Caboclo foi afastado por 30 dias pelo Conselho de Ética da entidade.

Tite vinha sendo acusado nos últimos dias nas redes sociais bolsonaristas de ser um perigoso comunista que quer prejudicar o governo por motivos políticos.

Meio século atrás, nas voltas que a vida dá, sem sair do lugar aqui no Brasil, às vésperas da Copa do Mundo de 1970, no México, um outro técnico da seleção, o polêmico João Saldanha, também foi tirado do cargo pelo governo da época, acusado de ser comunista, mas esse era assumido, nunca escondeu sua carteirinha.

Nem sei o que Tite pensa de política, mas é certo que sua decisão de se unir aos jogadores tem outro motivo: a insanidade de trazer de improviso para o Brasil essa Copa, recusada por outros dois países, em meio à terceira onda da pandemia que já deixou quase 500 mil mortos.

A parceria de Bolsonaro com Caboclo juntou a fome com a vontade de comer: os dois enfrentam sérias crises de governança, por razões diferentes, e resolveram oferecer um pouco de circo para distrair a atônita plateia. Era um bom negócio para os dois e a Conmebol, que já tinha vendido os patrocínios e os direitos de transmissão pela TV (no Brasil, para o SBT de Silvio Santos), e corria o risco de ficar com o mico na mão, depois da desistência de Argentina e Colombia.

Como seria inimaginável promover a Copa aqui sem a participação da seleção brasileira, Bolsonaro resolveu entrar em campo e trocar o técnico, pensando que é a reencarnação do general Garrastazu Médici, o ditador que trocou João Saldanha por Zagalo, um aliado do regime, assim como Renato Gaúcho. E ainda dizem que não se pode misturar futebol com política e que a história não se repete.

Rogério Caboclo já tinha até decidido que, se a seleção de Tite se recusasse mesmo a participar dessa micareta futebolística, outros atletas seriam convocados pelo novo treinador, como informou Lauro Jardim, em sua coluna no Globo.

As questões sanitárias nem entraram em discussão nas negociações de Bolsonaro e Caboclo, que têm problemas mais sérios para resolver nas suas vidas. O início da Copa América está marcado para o próximo domingo, mas agora ninguém sabe o que pode acontecer.

“Estamos preparados para essa possibilidade de motim”, ouviu Jardim de um ministro com assento no Palácio do Planalto. Quem assume o lugar de Caboclo é o vetusto cartola Antonio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, por ser o mais idoso dos oito vice-presidentes da CBF.

Será que ele manterá o plano acertado com Caboclo para demitir o técnico Tite logo após o jogo de terça, no Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e chamará Renato Gaúcho para o seu lugar? Acho muito difícil.

Ou Tite e os jogadores, apesar da saída de Caboclo, que tinha entrado em conflito com a seleção, levarão adiante a disposição de não disputar essa Copa América no Brasil por razões sanitárias e de bom senso? Até domingo, muita água ainda vai rolar entre o governo e a seleção. Apertem os cintos, passageiros da agonia deste circo de horrores. Vida que segue.

Ricardo Kotscho

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PF diz que conta falsa do Facebook foi acessada da casa de Bolsonaro

Inquérito das Fake News descobre que o perfil falso acessou IP do Palácio do Planalto e da casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro

O inquérito das Fake News descobriu que uma conta falsa derrubada pelo Facebook foi acessada da casa de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca, e do Palácio do Planalto.

Diz o Estadão:

“Primeiro, a PF analisou o relatório e identificou 80 contas consideradas inautênticas responsáveis pela difusão de informações antidemocráticas. Na sequência, operadoras de internet foram intimadas a compartilhar os números de IP dos terminais usados para operar esses perfis e os dados usados nos cadastros desses IPs, incluindo localização de acesso. A conclusão foi a de que ao menos 1.045 acessos partiram de órgãos públicos, incluindo a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. É justamente nesta lista que constam acessos a partir da rede de wifi do Palácio do Planalto e da casa dos Bolsonaro no Rio de Janeiro.”

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Kate Winslet

MARE OF EASTTOWN é, assim de cara, candidata a melhor minissérie do ano! Mistura de policial e impressionantes dramas humanos é daquelas séries que você passa pelo primeiro capítulo e não consegue mais tirar os olhos. São sete capítulos intensos, dramáticos, às vezes engraçados e que nunca perdem o ritmo. Qualquer ator desse mundo gostaria de ter pelo menos 50% do talento de Kate Winslet. Ela é assustadora de tão atriz! Só por ela “Mare Of Easttown” vale cada minuto, mas seria injusto deixar de comentar o show de interpretação de todo elenco. Só show!

A velha tradição da dramaturgia americana de contar a história daquela tal cidadezinha onde tudo parece muito normal, mas que esconde bizarrices, crueldades e perversões nas suas sombras. Uma velha tradição que se reinventa nas mãos de grandes roteiristas e grandes atores. (Edson Bueno)

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Almir Feijó, olhar maior da crítica de cinema

Neste domingo, 6, morreu em Almirante Tamandaré, o jornalista e publicitário Almir Feijó Junior, a grande referência da crítica de cinema de Curitiba no século 20.  Ele morava no Nosso Lar, Casa de Idosos, plenamente assistido pelo filho, Rodolpho Feijó, fruto de união de Almir e  Marlene Zanini, ex-vereadora em Curitiba. Numa cerimônia reservada à família, houve cremação do  seu  corpo, no Crematório Vaticano. Oportunamente, ampliaremos nosso olhar sobre o amigo desaparecido.

Voa, meu pai. Voa que o céu é teu. Estivemos juntos até o fim. Agora chegou a hora de você descansar. Mais um que este vírus maldito levou. Desfaça estas mãos cruzadas, meu pai. Jogue fora este terno preto. Abraços braços e voe bem alto. Agora você é poesia. Um filme do John Wayne, uma sinfonia de Mahler, um haikai do Leminski, um quadro da Helena Wong, um solo do Charlie Parker, um canto da Billie Holiday. Tudo aquilo que você mais gostava. Eles estão todos lá estão te esperando. Um dia a gente se reencontra, pai. Aí juntos, eu e você, nas crinas do seu unicórnio, viajando entre as galáxias, cruzando oceanos de luz, iremos visitar aquele lugar onde nascem as estrelas e que só você sabe
me mostrar. Amor, amor, amor. Rodolpho

R.I.P.  + Almir Feijó Júnior (1950-2021)

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Requiescat in pace

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Jogo do Bafo

Tá todo mundo lendo! O compositor, ator e poeta, Luiz Felipe Leprevost, já leu. Veja o que ele disse!

“Lendo a poesia de Paulo Vitola. O frescor da poesia de um mestre. Um livro de estreia muito especial, porque lançado na plena maturidade do poeta. Mestre das formas, dos ritmos, da musicalidade, da leveza, da síntese. Neste Jogo de Bafo, Vitola equilibra lirismo e nostalgia com experimentos formais. Sem contar as imagens arrojadas que fazem imaginar longe e fundo dentro da gente e da vida: “labirinto de coringas”, “porteiros do azar”, “torturado espantalho de luz”, “Nos olhos, uma frota de navios afundados”, “Voa um sanhaço onde foi a sala de jantar.” Há também o olhar do poeta voltado aos problemas atuais e bem urgentes da sociedade brasileira, em versos de lâminas afiadas e recado direto: “Tempo de pastores cegos // E o rebanho pasta nas trevas”, “Talvez essa barbárie chegue longe demais / E tantos inocentes morram cedo demais.” Fico torcendo que Vitola abra sua gaveta da vida inteira de inéditos e jogue na roda mais e mais da sua literatura.”

Quer ler o livro de poemas do Paulo Vitola? Vendas somente pelo site www.palavraria.com.br

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Diretores da CBF defendem afastamento imediato de Caboclo

Os dirigentes da CBF se manifestaram na noite deste sábado em resposta a um e-mail enviado pelo diretor de Governança e Conformidade

A maioria dos diretores da CBF defende o afastamento imediato do presidente da entidade, Rogério Caboclo, diz o Globo Esporte. Como publicamos, uma funcionária da CBF acusou Caboclo de tê-la assediado moral e sexualmente.

Os dirigentes se manifestaram na noite deste sábado em resposta a um e-mail enviado pelo diretor de Governança e Conformidade, André Megale, sugerindo o afastamento do presidente da CBF.

Leia abaixo a íntegra do e-mail:

No âmbito de minhas atribuições estatutárias como Diretor de Governança e Conformidade da CBF, e diante (i) da divulgação dada por terceiros da denúncia recebida na última sexta-feira e (ii) da seriedade e peculiaridade do conteúdo de referida denúncia,

Venho, pelo presente, recomendar que V.Sa. se licencie do cargo de Presidente da CBF, por tempo determinado, de forma a melhor colaborar, nesse período, com a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro para a apuração dos fatos narrados na referida denúncia e comprovar sua inocência.

Desta forma, V.Sa. poderá concentrar sua atenção na resolução dessa situação, que é o interesse de todos que construímos a atual gestão exitosa da CBF até o presente momento junto com V.Sa. preservando assim todos os envolvidos na denúncia e permitindo que a CBF possa continuar a desempenhar as suas atividades, em benefício de toda comunidade do futebol brasileiro.”

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O público e o privado

Pendenga que envolvia a demarcação de terras foi decidida recentemente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso envolveu o dote imperial da princesa Dona Francisca Carolina, a quarta filha do imperador Dom Pedro 1º com a imperatriz Leopoldina.

A discussão foi entre a União e os herdeiros reais quanto a um terreno localizado em Joinville (SC) – demarcado em 1990.

Os particulares tentavam obter a propriedade, sob a alegação de que são terras que constaram do dote imperial da princesa Dona Francisca Carolina, e pretendiam a nulidade do procedimento de demarcação das terras pela União.

A princesa nasceu no Rio de Janeiro, casou-se em 1843 com François Ferdinand Phillipe Louis Marie d’Orleans, filho do rei Luís Filipe 1º, da França, que se tornou príncipe de Joinville.

Com o matrimônio, o imperador incluiu porções de terra no dote, transferindo-as ao patrimônio privado.

Os lotes estão localizados em terreno de marinha, áreas ao longo da costa considerados bens públicos desde o período colonial, daí a nulidade da transferência do imperador para o patrimônio privado.

A falta de separação do público e do privado envolve as elites políticas brasileiras em toda a sua história colonial, imperial e republicana.

Usa-se o direito público para viabilizar as grandes negociatas privadas.

É assim com as bilionárias concessões públicas, na redação dos editais das contratações para permitir que os amigos ganhem os contratos. Ou sseja, “Aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei.”

Por exemplo: o público torna-se privado no caso dos interesses dos financiadores das campanhas eleitorais, pois estes sempre pretendem benefícios privados e nem um pouco atender ao bem comum ou o interesse público.

O privado também se transforma em público quando poderosos interesses em obras públicas, em concessões, em privatizações de empresas lucrativas, na manutenção de taxas altíssimas de juros. Tudo isso torna-se assunto de deliberação pública, mas com fins fundamentalmente privados.

Desta feita, o dote imperial de terras públicas não se tornou propriedade privada; mas… e todo o resto?

Fontes:

https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Inicio

https://www.conjur.com.br/2021-mai-25/stj-mantem-uniao-terreno-dado-dote-princesa-brasileira

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Palindromia, aqui me tens de regresso

Não é difícil fazer palíndromos. Você faz a metade e tá pronto (Fraga)

Nesse Brasil que teima em ser lindo e trigueiro apesar de você, Bolsonazi, ainda há quem se divirta em andar para trás. A diversão é com palíndromos, aquelas palavras e frases em que faz mais sentido ler nos dois sentidos. Eco vê você. E nessa direção – compulsiva pros adictos e temporariamente compulsória pro país – eles conseguem um prazer inenarrável. Que vou narrar.

Me refiro aos habilidosos palindromistas pra lá e pra cá no Twitter. O punhado com menos de 70 autores soa grupelho (oh, lê, purga-os). Que já foram mais reduzidos e mais dispersos. Agora instalados em suas arrobas sabor rã, costumam se desafiar num evento semanal, pra ver quem anda melhor ou mais longe para os lados. Não é um clube fechado: quem tiver essa doença incurável que venga! Vai que contribua para que um dia haja um clube nacional.

Palíndromo de @liamg11t, empate no 1º lugar no #DesafioPalindromo10

Se o #DesafioPalíndromo fosse concorrência fácil, se chamaria #PífioPalíndromo. A seleção natural talvez seja mais branda na natureza que nessa jungle vocabular. E embora nenhum desafiante ou desafiado seja predador, a defesa do território palindrômico não é feita sem reviravoltas. Aja, naja! Oroboro!

Com participantes de instintos afiados, aos domingos o ranger de sílabas ressoa numa clareira retroativa, em meio ao cerrado matraquear do Twitter. Porém, em vez de carnificina, a disputa equivale a uma oficina. Claro, expectativas semanais são dilaceradas, o ego foge, mas nada que uma ida a um dicionário não restaure.

 

Palíndromo de @MMartelar, empate no 1º lugar no #DesafioPalindromo10

Por conta desse torneio feito de avanços e recuos para dizer a mesmíssima coisa, novos palindromistas surgem e veteranos retornam à arena do palavreado. Às 4as feiras, há um frisson no anúncio temático. Só dá raper: preparados? Os palindromistas se viram e reviram também no sono.

Como será o próximo enfrentamento? Que palavras esdrúxulas ou raras serão usadas? Quantos vão aderir? Que abordagens originais veremos? Quem vai ter mais polegares pra cima? À liça à la siri, a danada, nada disso importa. Na palindromia, competitiva ou não, prevalece a mania do vaivém: o prazer de antes de tudo vencer a si próprio. Depois é que vem a ânsia de tentar superar talentos admiráveis. Na verdade, a palavra adversário nem entra nessa nossa batalha.

Palíndromo de @PauloBrombal, 3º lugar no #DesafioPalindromo10

E ao contrário dos palindromistas, os selvagens bozonaristas e os obtusos negacionistas nunca terão esse gozo. Reaças e conservadores não podem fazer palíndromos: andam para trás mas não sabem andar para a frente. Ato idiota!

Você adora e cria palíndromos? Adora mas não é um criador de palíndromos? Isso é um convite. Por interesse ou curiosidade, acesse aqui e conheça a saga do #DesafioPalíndromo10 sobre Infância. (Aliás, o leitor notou? No texto de hoje, piscando pra você em negrito, há palíndromos soltos em todos os parágrafos. Vale https://www.editorapatua.com.br/produto/190486/a-dual-lauda-de-paulo-brombalreler)

PSIT
Pro eventual leitor atraído por palíndromos, 3 ótimas dicas de leitura:
1) O Palindromista é o livro do insuperável Ricardo Cambraia, que há anos acompanha e comenta a realidade brasileira. Disponível
aqui.

2) A Dual Lauda, livro do incomparável Paulo Brombal, recheado de belíssimos e inacreidtáveis poemas palindrômicos. Disponível aqui.

3) Arara Rara, a grandiosa antologia organizada e editada pelo imbatível Fábio Aristimunho Vargas. Em 2 volumes, 49 autores e ensaio sobre palindromia, algo inédito no Brasil. Terá lançamento dia 12/6/21 às 15h, na Evil Live #3: Sagra, Vargas, no canal www.youtube.com/anteoinospito. (Detalhes mais adiante, aqui mesmo no Cáustico)

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Diáriodobolso: ‘o meu gordinho não foi punido, estou me sentindo um Rei

Diário, o meu “gordinho preferido” não foi punido pelo exército. Queriam que ele recebesse um castigo exemplar por ter discursado no meu motomício. Mas não recebeu nem cartinha pra mamãe.

O exército não puniu ninguém naquele fuzilamento de um músico negro com mais de 80 tiros, vai punir um general por ele ir num comício? Não vai.

Além disso, tem que ver o lado do cara. Deixei o Pazuello um tempão como ministro, sem ele entender nada disso, e agora arranjei empregão pra ele, de uns 17 mil por mês, como meu assessor para assuntos aleatórios. Com tudo isso, o Pazu podia deixar de ir no meu motomício? Nunca! Ia ser muita ingratidão.

É claro que ele fez isso ser a permissão do seu superior, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que é o comandante do exército. E está escrito no capítulo II, item 31, do Regulamento do Exército, que é falta grave “representar a organização militar ou a corporação, em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado”. 

Mas como é que o exército podia ficar contra mim? Eu trato a turma a pão-de-ló. Ah, e com bastante dinheiro também. Tem mais de seis mil militares trabalhando no meu governo. E 92 deles em cargos de chefia. No tempo do Temer eram só 9. Além disso, deixei os caras fora da reforma da previdência, liberei salário de mais de 60 mil reais e a Defesa tem mais verba que a Saúde. Sem falar no uísque 12 anos e nas picanhas.

É como dizem por aí: “não se mexe em time que tá mamando”, kkk!

Por outro lado, tem um sargento da marinha do Rio de Janeiro que pegou uma cana porque fez um post sobre aqueles 89 mil que a Michelle recebeu do Queiroz. Criticou, cadeia. Puxou o saco, empregão. É a lei da vida, talkei?

Depois dessa, Diário, estou me sentindo um rei. Acho até que vou dar um título de nobreza pro Pazuello: ele vai ser meu o Duque de Coxinhas, kkkk.

José Roberto Torero

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O superendividamento dos microempresários

As pequenas e as médias empresas têm amargado prejuízos e dívidas em face da pandemia e da ausência de apoio governamental. A legislação brasileira não trata das empresas superendividadas de forma coerente. A recuperação judicial é mais um remédio amargo que não dota as empresas de mecanismos de socorro econômico adequado.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS estabeleceu, gratuitamente, um procedimento de conciliação para consumidores superendividados, que normalmente são vítimas dos bancos e instituições financeiras.

Poderiam ser elaborados mecanismos de auxílio que pudessem socorrer pequenos e médios empresários, pois aos grandes empresários e aos bancos se têm as isenções, os empréstimos milionários e os favores estatais que toda sociedade paga.

Formas de auxílio que exijam a contrapartida do cumprimento das obrigações trabalhistas e a criação de postos de trabalho seriam a solução adequada num cenário de recuperação econômica.

No TJRS os credores dos consumidores recebem cartas-convite com a advertência da necessidade de comparecimento com procuração com poderes para conciliar, e é marcada uma audiência de renegociação. Por que não fazer o mesmo com pequenos e médios empresários?

O crédito é uma ferramenta de desenvolvimento nacional, nesse tema o Brasil se transformou num país rentista, pois os bancos detêm cerca de 25% do orçamento nacional.

Políticas de apoio aos pequenos e médios empresários, por meio de empréstimos bancários, não são a solução. Basta assistir o que os países civilizados têm feito aos seus cidadãos e empresários, com auxílio direto de dinheiro público por meio de subvenções que lhes garantem a renda básica e a sobrevivência econômica.

Em resumo: implementar políticas econômicas que garantam o direito à vida e não super endividem pequenos e médios empresários e dotem de renda mínima seus cidadãos.

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Montado no cinismo, Bolsonaro tentou parecer um presidente normal na TV

Em pronunciamento nacional em cadeia de rádio e TV na noite de quarta-feira (2), Jair Bolsonaro apresentou-se como um presidente que fez de tudo para salvar vidas e garantir qualidade de vida durante a pandemia de covid-19. E mostrou um Brasil no qual as crises sanitária e econômica são praticamente coisa do passado.

Boa parte de nós adoraria viver no lugar desenhado por Bolsonaro, mas, infelizmente, para a maioria dos brasileiros, ele só existe na ficção. Tal como é ficção a existência de um presidente competente. Aliás, esse “Brasil das Maravilhas” é um país habitado pela parcela rica e protegida da sociedade – que conseguiu ganhar ainda mais dinheiro na pandemia graças a um líder que governa apenas para os seus , mas se vender como se para todos fosse.

Pressionado pela CPI da Covid, pelos protestos de rua e pelos baixos índices de popularidade (a última pesquisa Datafolha apontou 24% de aprovação e uma derrota para o ex-presidente Lula no segundo turno do ano que vem), Jair fez de conta que não foi o principal vetor da tragédia dos últimos 15 meses.

Mentiu que “o Brasil é o quarto país que mais vacina no planeta” (calcule pela proporção da população e chore) e que “neste ano, todos os brasileiros, que assim o desejarem, serão vacinados”, o que é improvável. E não disse que a maioria já poderia ter sido imunizada, ainda neste semestre, se ele não tivesse ignorado as ofertas de milhões de doses da Pfizer e da CoronaVac no ano passado. Pior do que isso: se tivesse assinado a papelada, milhares não teriam morrido.

Leonardo Sakamoto

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O superendividamento dos consumidores

O superendividamento tem afetado milhões de consumidores.

São indicativos para descobrir se a pessoa está superendividada: as dívidas equivalem a mais de 50% do salário; o salário termina antes do final do mês; há desavenças familiares em razão das dívidas; não consegue pagar em dia a luz, água, alimentação, condomínio ou aluguel; sinais de depressão em razão do endividamento; o nome está em cadastros de negativação de crédito como SPC, Serasa e outros; já pediu dinheiro emprestado para familiares e amigos para pagar as contas; a família desconhece a situação de endividamento.

Esta situação pode ocorrer em virtude de má avaliação do orçamento doméstico, ou imprevistos tais como: o desemprego, doença pessoal ou familiar, divórcio ou separação de união estável, falecimento de familiar, etc.

A legislação brasileira não trata dos superendividados e, normalmente, protege os interesses dos bancos. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS estabeleceu, gratuitamente, um procedimento de conciliação para esses casos.

Os credores recebem cartas-convite com a advertência da necessidade de comparecimento com procuração com poderes para conciliar, e é marcada uma audiência de renegociação.

A sessão de conciliação entre o consumidor e os seus credores é realizada em um único ato, e o parâmetro para o acordo é o orçamento familiar do superendividado. Para o procedimento são feitas catorze perguntas ao devedor e é elaborado detalhado mapa dos credores.

Pela quase completa ausência da legislação nesses casos, as instituições financeiras ganham bilhões nas costas dos consumidores. O crédito é uma ferramenta de desenvolvimento nacional, mas sem uma disciplina adequada, sempre gera superendividamento.

Enquanto isso, uma outra indústria fatura em cima dos consumidores, a das empresas que prometem reduzir as dívidas, mas que cobram por isso. A iniciativa do TJRS é exemplo para o Brasil e deveria ser adotada em outros estados.

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O mais recente desvario do capitão

Mais de 16 milhões e setecentos mil brasileiros infectados pelo coronavírus, mais de 470 mil mortes, UTIs e enfermarias dos hospitais entupidos de doentes, mais de 2.000 na lista de espera, carência de vacinas, falta de medicamentos e de equipamento, atendentes em desespero – e eis que o diligente, generoso e benevolente Jair Messias Bolsonaro decide realizar no Brasil a Copa América de futebol, que a Colombia e a Argentina não quiseram. Mas o bravo capitão-presidente reunirá em território nacional dez seleções do continente, cada uma com cerca de 65 pessoas, mais jornalistas, radialistas, árbitros, agregados e aficionados. Um mundão de gente que poderá trazer para cá as novas cepas da Covid-19 ou levar as nossas para o resto do mundo.

Como pode um sujeito desses continuar solto, sem camisa de força e sem focinheira?!

No sábado passado, o povo saiu, enfim, às ruas para dizer o pensa de s. exª. Enfrentou a pandemia, usou máscara, mas, infelizmente não pôde evitar a aglomeração. Ela se tornou imprescindível. Ele precisava soltar a voz e dizer aos genocidas de Brasília que basta. Manifestações ocorreram em todas as 27 capitais brasileiras. Em todas, destacou-se a crítica à gestão federal da pandemia e exigiu-se maior celeridade na vacinação e o impeachment do capitão-presidente.

Estava mais do que na hora de a maioria oculta e silenciosa mostrar a cara e pôr a boca no trombone. Chega de canalhice, de patifes e oportunistas que exploram a população e ditam regras como se fossem donos do Brasil. Aí, apesar da pandemia, o povo terá toda a razão de sair às ruas e caminhar por um país melhor e mais justo. Podem me chamar que eu vou junto.

Há horas em que o povo fica bonito, deixa de ser gado marcado, deixa de ser ignorante iludido, para exigir os seus direitos de cidadão e marchar entoando o velho Geraldo Vandré:

“Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Somos todos iguais / Braços dados ou não / Nas escolas, nas ruas / Campos, construções / Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer / Pelos campos há fome / Em grandes plantações / Pelas ruas marchando / Indecisos cordões / Ainda fazem da flor / Seu mais forte refrão / E acreditam nas flores / Vencendo o canhão… / Os amores na mente / As flores no chão / A certeza na frente / A história na mão / Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Aprendendo e ensinando / Uma nova lição / Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer…

No caso da Copa América, o interesse das patéticas Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol, com a cumplicidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é exclusivamente financeiro. Pouco lhes interessa a vida humana, a pandemia e a tragédia biológica que vivemos. A não realização do torneio, segundo os especialistas, causará um “prejuízo” milionário aos “cartolas”.

Bolsonaro está de olho na reeleição de 22 e, tresloucado como é, acha que a realização da Copa América no Brasil lhe garantirá votos. Era a mesma opinião de seu figadal adversário, o governador paulista João Dória. Ao saber da decisão da Conmebol, Dória imediatamente colocou São Paulo à disposição da CBF, não obstante tenha havido no Estado, nos últimos dias, um aumento da incidência de casos da Covid-19, de 370 para 410 por 100 mil. Depois, mudou de ideia, convencido por alguém de bom-senso do Palácio Bandeirantes.

A Conmebol e a CBF são entidades privadas. O que Bolsonaro têm a ver com isso?!

Claro que o assunto iria parar no Supremo Tribunal Federal, que agora regula e decide tudo o que acontece neste país. Ali, o notório ministro Ricardo Lewandowski foi sorteado relator na questão. O que acontecerá, só Deus sabe.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Com a tag , | Deixar um comentário
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